Lídia Jorge | Prémio FIL de Guadalajara
A Feira do Livro de Lisboa foi ocasião e lugar para um encontro entre Lídia Jorge e Luís Caetano, e uma conversa, no Parque Eduardo VII, sobre o livro de crónicas Em Todos os Sentidos, mas também sobre a atribuição do grande galardão FIL de Guadalajara à escritora que cumpre este ano 40 anos de atividade literária.
Para ouvir, em A Ronda da Noite, de 21 de Setembro, clicar aqui.
A sua recente colaboração com a rádio, Em todos os sentidos, as crónicas de Lídia Jorge, que na sua voz própria, foram escutadas na Antena 2 ao longo de 2019 – e que pode sempre ouvir aqui -, foram recentemente editadas em livro, com a chancela Dom Quixote.
Esta inédita experiência em rádio, e a sua incursão na cronística são temas desta conversa. Num e noutro suporte, estão disponíveis um pouco mais de 4 dezenas de crónicas, numa escrita que desafia o Tempo, que encara "de frente a fúria do mundo contemporâneo, interpretando os seus desafios, perigos e simulacros com um olhar crítico acutilante". Uma voz de intervenção, unindo no mesmo lugar "o pensamento crítico sobre a realidade e o discurso subjectivo da memória íntima, com um olhar profundamente sentido".
Lídia Jorge e o seu enorme Humanismo, como é reconhecido no texto de consagração pelo júri do Prémio de Guadalajara, que sublinha também o convite que a escritora faz sempre aos seus leitores para "ir com ela a algum lado e fá-lo com uma subtileza estética que não pode, nem deve, passar desapercebida".
Este Prémio, o de línguas românicas, é o prémio de maior prestígio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, na cidade do México, considerada um dos maiores acontecimentos literários a nível universal e o maior evento literário de língua espanhola, foi este ano atribuído a Lídia Jorge, que entra assim nesta exclusiva galeria de autores, a par de Nicanor Parra (1991), de Nélida Piñón (1995), de Rubem Fonseca (2003), de António Lobo Antunes (2008), de Claudio Magris (2014) ou Enrique Vila-Matas (2015).
A entrega do galardão máximo da FIL Guadalajara à escritora, poetisa, ensaísta e dramaturga portuguesa está prevista para 28 de novembro.
Lídia Jorge foi distinguida ao longo dos seus 40 anos de atividade literária que este ano também se assinala, por vários prémios, entre os quais: Prémio Ricardo Malheiros (1980), Prémio Literário Município de Lisboa (1982, 1984), Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa (1995, 1998), Prémio D. Dinis (1998), Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (1999), Prémio Máxima de Literatura (1999), Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu do Ano (2000), Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB (2002), Prémio Literário Casino da Póvoa (2004), Prémio Internacional Albatroz de Literatura da Fundação Günter Grass (2006), Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (2014), Prémio Vergílio Ferreira (2015) e Prémio Urbano Tavares Rodrigues (2015) e o Grande Prémio de Literatura dst (2019).
Foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (9 de Março de 2005) e com a distinção de Dama da Ordem das Artes e das Letras de França (13 de Abril de 2005).
Tem uma vasta obra publicada, passando pelos diversos estilos literários desde o romances, contos, literatura infantil, ensaio, teatro, poesia e crónicas.
Tem uma vasta obra publicada, passando pelos diversos estilos literários desde o romances, contos, literatura infantil, ensaio, teatro, poesia e crónicas.
Desde a sua revelação com O Dia dos Prodígios, em 1980, teve uma excelente aceitação por parte do público e da crítica. Quando se prefez trinta anos da sua publicação a Câmara Municipal de Loulé, donde é natural, dedicou-lhe uma grande exposição, em 2010, realizada no Convento de Santo António.
Nestes seus 40 anos da vida literária, a escritora de Os Memoráveis, de O Vento Assobiando nas Gruas, ou de A Costa dos Murmúrios é também homenageada na freguesia de Lisboa onde reside. A 4ª edição da Capital da Leitura, em Alvalade, elegeu como figura central, uma das representantes mais destacadas das letras portuguesas, Lídia Jorge.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2