A Antena 2 acompanha de perto, e mais uma vez, a Feira do Livro, que decorre entre 25 de Maio e 13 de Junho, no Parque Eduardo VII, em Lisboa.
A escolha de… Andrea Lupi
"De 1978, o título pode sugerir um livro de auto ajuda avant la lettre, mas sobre ele escreveu Italo Calvino: «talvez seja o último verdadeiro acontecimento na história do romance», o que não é dizer pouco." (A.L.)
"Li-Te com pensamentos críticos e rasgos de ceticismo e terminei-Te com uma dose de cultura imensurável e de pensamento livre. As Tuas palavras foram uma verdadeira caminhada que culminou num ato de transformação interior." (C.C.)
"Um livro que nos conta a história de um homem que quer ser invisível, de uma criança que gostaria de voar como um avião, de uma mulher que quer casar com um homem de olhos azuis, de um poeta mudo, de um general russo que é uma espécie de galo de luta, de uma mulher cujos cabelos fogem de uma gaiola, de um indiano apaixonado e de um rapaz que tem o universo inteiro dentro da boca. Um livro que nos arranca do nosso lugar pois a ação decorre num país não nomeado mas semelhante ao Paquistão ou Afeganistão. Com ideias humanistas capazes de mudar a nossa visão do mundo, pondo em causa a simples dualidade Ocidente/Oriente. A literatura contemporânea portuguesa no seu melhor. A nível global." (J. A.)
"O Buda seguia calmamente o seu caminho, perdido em pensamentos (…) o seu rosto e os seus passos, os seus tranquilos olhos baixos, a sua tranquila mão pendente e cada dedo da sua mão, falavam de paz, falavam de integridade, não procuravam nada, não imitavam nada, reflectiam uma serenidade contínua, uma luz imarcescível, uma paz invulnerável." (P.R.C.)
Alexandra Lucas Coelho
A escritora Alexandra Lucas Coelho conversa com Luís Caetano sobre a sua incursão nos livros para os mais novos, com texto e ilustrações, com Orlando e o rinoceronte, mas também sobre a questão dos voluntários recrutados pela APEL e a situação atual brasileira.
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"Já o li há muitos anos…mas tenho na memória por ser um livro de uma simplicidade tão bela como só as coisas simples conseguem ser." (J.C.)
31 Maio | Última Edição
Pedro Mexia
Pedro Mexia reuniu crónicas suas no livro Lá Fora recentemente publicado pela Tinta da China. São os lugares e as viagens deste livro que servem de mote à conversa com Luís Caetano.
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São contos contados num dialecto fronteiriço à língua inglesa sobre um ser-gato (Krazy Kat) apaixonado por um rato (Ignatz) que lhe arremessa tijolos à cabeça e é perseguido por um cão polícia (Offissa Pupp). O triângulo imutável inscreve-se na paisagem desértica em constante devir e que tudo provê do condado de Coconino no Arizona.
Quem conhece a obra dispensará quaisquer cauções intelectuais, a começar por Heráclito e Parménides, e quem não a conhece poderá apanhar uma cornucópia delas em www ponto qualquer coisa." (P.C.)
4 Junho | Última Edição
José Tolentino Mendonça
A conversa de José Tolentino Mendonça com Luís Caetano sobre o livro Elogio da Sede, reunião dos textos que levou à semana de orientação espiritual do Papa Francisco e agora é editado pela Quetzal.
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"Do aviso ao leitor (aqui no original): «Persons attempting to find a motive in this narrative will be prosecuted; persons attempting to find a moral in it will be banished; persons attempting to find a plot in it will be shot.»
"«Estabelecemos que a capacidade teleportativa está associada aos corpos Nissl, ou Substância Tigróide nas células nervosas. A melhor forma de demonstrar a Substância Tigróide é pelo método Nissl usando 3.75 g de azul de metileno e 1.75 g de sabão de azeite em 1000 cc de água. Quando a Substância Tigróide não aparece, é impossível excursionar. A teleportação é uma Função Tigróide. (Aplausos)» (excerto de As Estrelas Meu Destino, Parte 1)
«Durante muitos anos, o livro foi chamado Tiger! Tiger! nas edições do Reino Unido, citando um verso do poema de William Blake que agora surge no início da Parte Um. Gully Foyle é claramente a pessoa aí referida, ‘ardendo brilhante’ através do futuro de Bester. Vale a pena notar quantas vezes imagens de fogo, combustão, ou explosão se destacam no livro, desde o primeiro parágrafo do primeiro capítulo. O fogo destrói e fere (certamente fere Foyle), mas também traz mudança. As Estrelas Meu Destino é sobre como uma mudança que afecta todo o mundo humano pode começar com um homem comum. É apropriado que essa história seja contada num livro onde cada palavra assegura que nada é comum.» (Introdução, por Graham Sleight)" (trad. por Inês Almeida).
Todo o livro é uma metáfora para a existência do ser humano, em que o rio representa a vida que não pára e a jornada atribulada de Siddartha é afinal a busca interior e a procura do verdadeiro EU que todo o ser humano espera vir a encontrar.
Aprendi com este livro que menos é mais. Uma lição para a vida.
O que faz deste livro uma grande obra? A sua simplicidade." (A.L.A.)
Germano Almeida
Foto de autoria não identificada
Foto de autoria não identificada
E porque “a vida é demasiado preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado”, como nos diz um dos protagonistas deste romance, Reencantemo-lo, Reencantemo-nos, Reencantemos os nossos modos de fazer mundos.
…………….e podemos sempre começar com um livro e a sua partilha." (L.D.S.)
"Se eu mandasse, cada criança receberia aos 10 anos um exemplar deste livro – e seria a edição álbum da Verbo, com ilustrações de Guido Bertello e prefácio de Ricardo Alberty. Contando que todos o lessem (e relessem), a sociedade seria um pouco melhor. Não se esquecem Enrico, Garrone, Correti, as comoventes histórias do Vigia lombardo, do Tamborzinho sardo, ou do Marco, que vai dos Apeninos aos Andes, a dureza de um tempo e os dramas e as alegrias do quotidiano. Professores com vocação, e que por isso motivam os alunos, pais que educam para a solidariedade, crianças que valorizam o que é digno. Escrito em 1886 a pensar numa identidade italiana, o resultado é de um magnífico humanismo sem pátria.
Hoje, numa época de falência do gosto de ler e onde a educação para a ética começa a ser vista como uma opção excêntrica, a leitura deste livro, na infância ou vida adulta, convida à coragem, respeito, iniciativa, equilíbrio, humildade e sonho." (L.C.)