A Antena 2 apresenta, a partir de 7 de abril de 2024 até ao final de Junho, e assinalando o Centenário do maestro e compositor Joly Braga Santos a 14 de maio, a série do programa Caleidoscópio, intitulada O Inventor de Música, da autoria de Miguel Leite.
O Inventor de Música
No Centenário de Joly Braga Santos (1924-1988)
Por Miguel Leite
A Vida e Obra de Joly Braga Santos, fundamentalmente proporcionando aos ouvintes a audição musical de obras e excertos de obras musicais deste compositor de música sinfónica, concertante, de câmara, para instrumentos solistas, voz, música de cena, ópera, bailado e música de filmes, abordando-se também, ocasionalmente, obras de outros compositores que o influenciaram, como Luiz de Freitas Branco – seu principal Mestre – ou William Walton e Ralph Vaughan Williams, cujas obras muito admirava, não deixando de abordar ainda, incidentalmente, obras de António Victorino d’ Almeida – seu aluno mais destacado, entre outros.
Episódios
Ep. 1 | 7 abril
Joly Braga Santos: De Aluno a Professor
No primeiro episódio da série apresenta-se uma espécie de resumo da mesma, com breves exemplos musicais que compreendem desde obras variadas do compositor, como obras musicais do seu principal mestre Luiz de Freitas Branco, de outros compositores cujas obras musicais influenciaram esteticamente a sua produção musical – casos de Ralph Vaughan Williams (1872-1958) e William Walton (1902-1983), sem todavia deixar também de apresentar uma peça do seu principal discípulo de composição – António Victorino d’ Almeida (1940).
Ep. 2 | 14 abril
Joly Braga Santos: Um extraordinário Sinfonista
Começando a desvendar a música das sinfonias (6) de Joly Braga Santos através da audição de excertos das mesmas (neste caso, com um excerto da Sinfonia nº 1), não deixando de também ir dando a conhecer peças do seu reportório de música de câmara – com especial destaque para o Quarteto com Piano em Ré Maior op. 26 – aqui transmitido na íntegra – e revelando também a inequívoca internacionalização da obra sinfónica de Joly Braga Santos através da audição da sua 3ª Abertura Sinfónica numa excecional interpretação da Orquestra Sinfónica da Rádio e Televisão Espanhola em concerto no Auditório Nacional de Madrid sob a direção do maestro José Luiz López Antón.
Ep. 3 | 21 abril
Joly Braga Santos: Um assumido seguidor de Ralph Vaughan Williams
Ralph Vaughan Williams – compositor inglês do século XX (1872-1958) cuja obra musical Joly Braga Santos muito admirava, aqui em diálogo e contraponto com algumas obras sinfónicas e de música de câmara do compositor homenageado, ao mesmo tempo que se dão a ouvir também excertos de obras para cordas de Joly Braga Santos: O Nocturno para Cordas op. 12 de 1947 e um dos andamentos do Concerto para Cordas em Ré op. 17 de 1951.
Ep. 4 | 28 abril
A José Manuel: Uma criança que adorava Wagner
Este é o episódio em que se conta a história do “miúdo irrequieto” que só sossegava a ouvir música, em particular ópera, de preferência de Richard Wagner (1813-1883) e, em particular, árias que tivessem coros…
Ele mesmo, mais tarde, um apaixonado pela ópera, de cuja produção própria se pode ouvir neste episódio uma das árias da sua ópera radiofónica Viver ou Morrer op. 19 de 1952.
São evocados ainda 2 prestigiados chefes de orquestra – ambos responsáveis, embora em períodos diferentes, pela internacionalização da música sinfónica de Joly Braga Santos – o maestro Pedro de Freitas Branco (1896-1963) e o maestro Álvaro Cassuto (1938).
Ep. 5 | 5 maio
A “Joly Braga Santos: – “Ó Senhores – Deixem os saloios em Paz!”
Personalidade ocasionalmente de pequenas contradições, a quem se atribui a frase que aqui damos como título, fizemos questão de neste episódio apresentar vários exemplos da sua música que integram muito claramente temas da música tradicional / popular portuguesa, entre elas as Variações Sinfónicas sobre um Tema Alentejano…
Ep. 6 | 12 maio
De José Vianna da Motta a Ralph Vaughan Williams
De Vianna da Motta a Ralph Vaughan Williams, dando também a conhecer ou a recordar excertos de música sinfónica, de música de câmara, incluindo a última de todas as obras musicais que escreveu – o Improviso para Clarinete e Piano op. 64, composto no ano da sua morte, 1988, e dedicado ao clarinetista António Saiote.
Ep. 7 | 19 maio
Da ópera à música para filmes
Da ópera radiofónica Viver ou Morrer op. 19 de 1952 à música para filmes – O Cerro dos Enforcados de Fernando Garcia de 1954 e, complementarmente, dando a ouvir mais música sinfónica, de câmara e concertante de Joly Braga Santos com especial destaque para o Concerto para Violino, Violoncelo, Cordas e Harpa op. 42.
Ep. 8 | 26 maio
Luiz de Freitas Branco / Joly Braga Santos / Alexandre Delgado
Nesta viagem através do legado musical de Joly Braga Santos, enquadramo-lo, tanto em relação ao passado como em relação ao futuro dando a ouvir alguns excertos de obras suas intercaladas com obras musicais do seu mestre Luiz de Freitas Branco (1890-1955) e de um dos seus mais talentosos discípulos – o violetista e compositor Alexandre Delgado (1965).
Ep. 9 | 2 junho
O primeiro Quarteto de Cordas
Do primeiro Quarteto de Cordas em Ré Menor op. 4, às suas sinfonias, passando pela Abertura Sinfónica nº 2 e ao Concerto para Cordas também em ré menor, enquadrado pela música para piano solo – de que ele próprio quase nada produziu – dos seus contemporâneos portugueses Fernando Lopes-Graça (1906-1994) e Eurico Thomaz de Lima (1908-1989).
(Na verdade, Joly Braga Santos nunca estudou seriamente Piano… Ele aprendeu violino e canto no Conservatório Nacional de Música de Lisboa. Talvez por isso mesmo o seu catálogo de Obras para pianos seja muito pouco relevante).
Ep. 10 | 9 junho
A Ruy Coelho (1889-1986) e Mieczysław Weinberg (1919- 1996)
Audições comparativas de outros compositores contemporâneos de Joly Braga Santos – uns cuja linha estética de produção musical nada tinha que ver com a dele (caso de Ruy Coelho) e outros, como Weinberg que, ainda que um pouco inexplicavelmente, navegam em águas muito similares (ambos de enorme talento, claro está!) …
Ao mesmo tempo que visitamos excertos do conto radiofónico A Estação op. 29 de 1959, sobre um conto de Fialho de Almeida intitulado O Filho com música de Joly Braga Santos e a participação de vários destacados atores portugueses desse tempo, entre os quais, o nosso muito querido Ruy de Carvalho (1927) – nesta gravação histórica ainda com apenas 32 anos… Vale a pena recordar!
Ep. 11 | 17 junho
A importância da ópera e da voz para Joly Braga Santos
Gil Vicente, Rosalía de Castro e Luiz Vaz de Camões
A incontornável, monumental e de certo modo megalómana ópera Trilogia das Barcas op. 43 de 1970 sobre os três Autos de Gil Vicente (1465-1536), concretamente o da Barca, o da Glória e o do Purgatório, os Cantares Gallegos op. 60 de 1983, sobre Poemas de Rosalía de Castro (1837-1885), a par de excertos das sinfonias, da música de Armando José Fernandes (1906-1983) e de Alexandre Delgado (1965), aluno de composição do nosso homenageado – com inclusão da transmissão do significativo Trio Camoniano, obra escrita em 2017 que aqui damos a ouvir integralmente em ano das Comemorações dos 500 Anos do Nascimento do Poeta Luiz Vaz de Camões (1524-2024).
Ep. 12 | 23 junho
Ópera Mérope e Cantata das Sombras
Excertos da ópera em 3 atos Mérope op. 28, obra escrita em [1959] com libretto de Maria José Falcão Trigoso e Joly Braga Santos a partir da obra homónima de Almeida Garrett segundo a tragédia de Vittorio Alfieri – música de Joly Braga Santos (gravação histórica do Arquivo Antena 2), intercalada por excertos da sua música sinfónica em contraponto com pequenas peças de outro dos seus alunos de composição: António Victorino d’Almeida (1940).
A finalizar, outro tesouro do Arquivo: excertos da Cantata das Sombras op. 55 de 1984 de Joly Braga Santos sobre textos de Teixeira de Pascoais.
Ep. 13 | 30 junho
A Musa. Memórias do Passado. Vivências para o futuro.
Evocação da cantora lírica soprano Maria José Falcão Trigoso (1936-2012), esposa de Joly Braga Santos – gravação do Arquivo Antena 2 da canção Triste da Menina.
Victorino d’Almeida / Nuno Côrte Real – o futuro | e obras de referência como o Staccato Brilhante op. 63 de 1988 (ano da morte do compositor) e o 4º Andamento – Lento – Allegro con brio da Sinfonia nº 4 em mi menor op. 16 de Joly Braga Santos [1968] – obras-primas que são garantia do passaporte para a eternidade!…
@ Ana Mar, 2023, no Teatro Municipal Baltazar Dias, Funchal
Miguel Leite | Nasceu em Braga em 1970. Iniciou os seus estudos musicais aos seis anos de idade com a sua avó paterna Laura Estrela de Lima Castro (1899-1980), discípula do pianista e compositor Luiz Costa (1879-1960). Posteriormente ingressou no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga onde mais tarde concluiu o Curso Geral de Formação Musical.
Frequentou os Cursos de Ciências Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e o de Relações Internacionais – Culturais e Políticas na Universidade do Minho em Braga.
Dedicou-se depois ao ensino tendo trabalhado em diversas Escolas do 2º Ciclo do Ensino Básico nas quais lecionou a disciplina de Educação Musical e em Escolas do Ensino Especializado (Academias de Música) onde orientou Classes de Formação Musical e Classes de Conjunto Instrumentais.
Paralelamente, foi aluno particular de Composição e de História da Música do maestro António Victorino d’ Almeida durante cerca de 3 anos, o que o torna até hoje no seu único discípulo destas áreas de estudo.
Com base na sua formação geral e musical e tendo como fulcro das suas atividades culturais partilhar com o maior número de pessoas possível o grande prazer que obtém da fruição da Grande Música, tem repartido as suas ações de divulgação musical entre o palco (através da realização de Ciclos de Concertos Comentados, Séries e Temporadas de Concertos, Festivais de Música e Conceção e Produção de Concertos e Espetáculos vários), a rádio e a televisão, a que se somam incursões ocasionais nos restantes meios audiovisuais (vídeo e cinema) e na edição discográfica (CDs) e de DVD/Vídeo, entre outros.
No presente ano está a realizar em palco, com o maestro António Victorino d’Almeida, a 3ª edição de Concertos nas Freguesias – Ciclo de Concertos Comentados entre janeiro e junho nas igrejas das diversas freguesias do concelho de Valença.
A 14 de Maio de 2024 realiza em Lisboa, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores a Conferência/Concerto Joly Braga Santos – Centenário de Nascimento com os maestros António Victorino d’Almeida e Álvaro Cassuto e com as participações musicais do pianista Tiago Mileu, do violinista Eliot Lawson e do pianista Pedro Emanuel Pereira.
No segundo trimestre de 2024 apresenta aos microfones da Antena 2 mais uma das séries Caleidoscópio, intitulada O Inventor de Música acerca do centenário do nascimento do compositor Joly Braga Santos (1924-1988).
Atualmente é Presidente da Direção da Cooperativa Cultural MotionArt CRL.
Beneficiário SPA Nº 29824.