Cravista, organista e compositor italiano do barroco tardio, Domenico Scarlatti nasceu em Nápoles, a 26 de Outubro de 1685, no mesmo ano de Bach e Händel, falecendo em Madrid, em 1757.
Filho do famoso compositor de óperas Alessandro Scarlatti, de quem recebe as primeiras lições de música, Domenico inicia o percurso profissional antes de completar 16 anos, na pele de organista e compositor da Capela Real de Nápoles. Após breve passagem pela corte dos Medici, em Florença, na companhia do progenitor, segue para Veneza, onde conhece Händel e prossegue os estudos com Francesco Gasparini, diretor do Ospedale della Pietà, no qual, à época, Antonio Vivaldi também ensinava.
Chegado a Roma, em 1709, entra ao serviço da exilada Rainha Maria Casimira da Polónia, compondo óperas e música de câmara para o teatro privado da monarca. Nesta cidade, assume a função de mestre de capela do Marquês de Fontes, embaixador português em Roma, e da Capela Giulia, na Basílica de São Pedro (Vaticano).
Contratado para a corte portuguesa por D. João V, em 1719, desempenha o cargo de mestre de capela e mestre de música da princesa Maria Bárbara, a quem dá aulas de cravo. Depois do casamento desta com o Príncipe das Astúrias (1729), acompanha a futura Rainha de Espanha, residindo, primeiro, em Sevilha, antes de se fixar em Madrid, onde passa os últimos 25 anos de vida.
Figura chave da música para tecla na primeira metade do séc. XVIII, Domenico Scarlatti legou para a posteridade mais de 500 sonatas, a maioria para cravo, compondo ainda óperas, cantatas e peças litúrgicas, incluindo um Stabat Mater e um Salve Regina, que se julga ter sido a sua derradeira obra.
João Pedro Rodrigues