No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Antena 2 apresenta, desde o início de 2024 e ao longo do ano, uma variada programação com entrevistas, documentários sonoros, programas especiais e concertos.
Quinta Essência | Entrevistas
25 de Abril de 1974 | Antes e Depois
por João Almeida
Nestas conversas ficamos a conhecer algumas das personalidades que tiveram papéis relevantes ou que estiveram envolvidas em acontecimentos antes e depois do 25 de Abril de 1974, contribuindo para o abalar do antigo regime ou para a consumação do processo revolucionário e a consolidação da democracia.
As entrevistas em voz própria e testemunhal de Manuel Tomás sobre a rádio no dia 25 de abril, e de Maria Barroso, Adriano Moreira, Isabel do Carmo, José Manuel Tengarrinha, Edmundo Pedro, José António Pinho e Alípio de Freitas, nos seus percursos políticos e cívicos.
As conversas com os investigadores João Madeira sobre o atentado a Salazar, Adelino Cunha acerca da vida de Álvaro Cunhal, Miguel Pinheiro com a biografia de Francisco Sá Carneiro, Pedro Jorge Castro sobre o percurso de Henrique Galvão, Francisco Delgado Rosa com a história de vida de seu avô, Humberto Delgado, e Tomás Medeiros a respeito da vida e luta anticolonial de Amílcar Cabral.
Conversa com Manuel Tomás
A rádio no dia 25 de abril
O realizador de rádio que decidiu transmitir, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, às 00h20, na Rádio Renascença, a senha do 25 de abril com a Grândola Vila Morena.
Conversa com Adelino Cunha
sobre a biografia de Álvaro Cunhal
O historiador, investigador e professor de História Contemporânea que publicou o livro Álvaro Cunhal – Retrato Pessoal e Íntimo, traça uma biografia sobre uma figura central do século XX português, antes e depois do 25 de Abril.
Parte 1
Parte 2
Conversa com Miguel Pinheiro
sobre a biografia de Francisco Sá Carneiro
O jornalista Miguel Pinheiro publicou a biografia pessoal e política do fundador e líder do PPD/PSD, 30 anos após a sua trágica morte no acidente de aviação em Camarate, quando era primeiro ministro. Uma conversa sobre a vida e a ação desta personalidade marcante no antes e pós 25 de Abril.
Conversa com Maria Barroso
Atriz, professora, ativista política e social, Maria de Jesus Barroso foi uma das fundadoras do Partido Socialista em 1973.
Em 1969 Maria Barroso foi candidata a deputada pela CEUD, pela oposição democrática ao regime. Depois do 25 de abril de 1974 foi eleita deputada à Assembleia da República, entre 1976 e 1986. Depois do marido, Mário Soares ser eleito Presidente da República, Maria Barroso assume o papel de primeira-dama de Portugal (1986-1996), com uma intensa atividade cívica e social.
Conversa com Adriano Moreira
A vida e a intervenção política e cívica do presidente do CDS. Da barra da advocacia, a Ministro do Ultramar durante o Estado Novo, a deputado da Assembleia da República após o 25 de Abril.
Uma conversa também sobre a política nacional, europeia e mundial, desde os anos 50, passando pelos tempos do 25 de Abril até aos dias de hoje.
Conversa com Isabel do Carmo
Médica, professora e ativista antifascista, participou nas lutas académicas de 1962. Foi presa e interrogada pela PIDE em 1970 e em 1972. Foi dirigente da Ordem dos Médicos em 1972. Foi fundadora e dirigente, em conjunto com Carlos Antunes do grupo Brigadas Revolucionárias (BR), criado em 1970 e mais tarde também do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), criado em 1973.
A seguir ao 25 de abril de 1974, durante o Processo Revolucionário em Curso desenvolveu atividade política nas ruas, empresas e fábricas. Em 1978 foi detida sob a acusação de autoria moral da ações armadas, das quais foi mais tarde ilibada e negou sempre ter tido qualquer papel na colocação das bombas.
Em 2004, foi condecorada como Comendadora da Ordem da Liberdade, pelo Presidente Jorge Sampaio.
Conversa com José Manuel Tengarrinha
Jornalista, escritor, historiador, professor universitário, José Manuel Tengarrinha foi presidente do partido político MDP/CDE e deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da Republica, durante cerca de duas décadas.
Antes do 25 de Abril fez parte do MUD juvenil, depois esteve no Partido Comunista Português, e foi um dos organizadores da Frente de Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional de 1961 e, posteriormente, da CDE, nas eleições de 1969 e de 1973.
Esteve preso na cadeia do Aljube e em Caxias, foi proibido de exercer a sua profissão de jornalista e de professor, tendo sido um dos presos libertados no dia 27 de abril de 1974.
Conversa com Alípio de Freitas
Jornalista e professor universitário, padre, guerrilheiro, brasileiro e português, Alípio de Freitas foi um revolucionário.
Nasceu em Bragança em1929, foi ordenado padre em 1952, e foi viver junto dos pobres na Serra de Montesinho. Cinco anos depois aceitou um convite do arcebispo de Maranhão para viver no Brasil, e integrou ou fundou diversos movimentos sociais e associações cívicas e camponesas. No Congresso Mundial da Paz, em Moscovo teve contato com dirigentes soviéticos, com o poeta chileno Pablo Neruda e com a revolucionária espanhola Dolores Ibárruri Gómez, La Pasionaria. Por divergências com a Igreja Católica, abandonou a vida religiosa.
Perseguido pela ditadura militar implantada em 1964, Alípio de Freitas saiu do Brasil por um período, morando no México e em Cuba. Ao retornar ao país, passou à clandestinidade, integrou a resistência armada e foi preso e torturado pelo regime militar por 10 anos.
Libertado em 1979, mudou-se para Moçambique, em 1981. Mais tarde, voltou para Portugal e, como jornalista, fez parte da RTP. Aposentou-se aos 65 anos, mas continuou sempre como ativista, até falecer em 2017.
Parte 1
Parte 2
Conversa com Edmundo Pedro
Resistente antifascista, preso político e escritor, Edmundo Pedro foi, depois do 25 de Abril, deputado pelo Partido Socialista.
Com apenas 15 anos, foi preso pela primeira vez pela ditadura quando era militante da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas. Ao longo da sua vida, até ao 25 de Abril, conheceu bem e por várias vezes, os diversos cárceres do Estado Novo, desde o Aljube, Peniche a Caxias. Foi também o mais jovem preso político mais novo do sinistro campo de concentração do Tarrafal, onde passou dez anos. Participaou no assalto ao quartel militar de Beja, em 1962, e voltou a ser preso, por mais três anos.
Foi ainda presidente da RTP entre 1977 e 1978.
Faleceu em 2018, aos 99 anos.
Conversa com José António Pinho
Detido em várias prisões civis e militares durante o Estado Novo, José António Pinho foi preso pela PIDE, pela 1ª vez, em 1959, com apenas 18 anos. Poucos anos mais tarde, em 1963 e 1967, seguiram-se novas detenções em Viseu e Elvas, onde foi duramente punido, obrigado a trabalho forçado, por ser considerado “indesejável” pelo Estado Novo.
Desenvolveu grande atividade política ao lado do escritor António Alçada Baptista, nas pseudo-eleições de 1969, apresentando-se, em 1973, nas listas do MDP-CDE como candidato pelo círculo de Castelo Branco à Assembleia Nacional. Foi militante do PCP entre 1958 e 1982.
Atualmente é dirigente e presidente de vários clubes e associações da Covilhã. É co-fundador da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, a qual presidiu de 2000 a 2008. É ainda membro da direção da Rádio Clube da Covilhã e empresário na área dos combustíveis nesta cidade. É autor de vários livros, nalguns dos quais conta ou se inspira na sua própria história de vida.
Conversa com João Madeira
sobre o atentado a Salazar
O investigador de História Contemporânea e autor do livro 1937 – O Atentado a Salazar João Madeira traça os contornos e o contexto do único atentado contra a vida de António de Oliveira Salazar. Reconstitui factos, segue a investigação policial e a caça ao homem que se lhe seguiu. Explica como uma sucessão de episódios de circunstâncias inesperadas e de erros, fez com que, por pura sorte, Salazar escapasse sem um arranhão deste atentado. Um episódio que poderia ter mudado o rumo da História
Conversa com Pedro Jorge Castro
sobre a biografia de Henrique Galvão
O jornalista e investigador de História Pedro Jorge Castro conversa sobre o capitão Henrique Galvão, um dos inimigos nº 1 de António de Oliveira Salazar. Inicialmente fervoroso salazarista, Galvão começa a desiludir-se e a afastar-se dos ideais defendidos pelo Estado Novo em 1949 quando afronta o regime na Assembleia Nacional, denunciando a escravatura e vários negócios promíscuos que envolvem a Administração de Angola.
No início da década de 50, começou a conspirar com outros militares, e é expulso do exército. Apoiou a candidatura presidencial do general Humberto Delgado. Em 1959, encontrando-se detido e vigiado no Hospital de Santa Maria, conseguiu fugir e refugiar-se na embaixada da Argentina, de onde partiu para o exílio no Brasil e depois na Venezuela. Durante o exílio começou a preparar aquela que seria a sua ação mais espetacular, com Humberto Delgado que se encontrava exilado no Brasil: o desvio do paquete português Santa Maria, cheio de passageiros, a que deu o nome de “Operação Dulcineia”.
Conversa com Francisco Delgado Rosa
sobre a biografia de Humberto Delgado
A vida e ação do ‘general sem medo’ pelo seu neto e professor de Antropologia, Francisco Delgado Rosa, que é também autor da sua primeira biografia publicada em 2008.
Humberto Delgado foi candidato à Presidência da República em 1958, desafiando o Estado Novo e Salazar, acerca do qual, proferiu a propósito da sua hipotética eleição, a célebre e corajosa frase: «Obviamente demito-o!». Durante a campanha eleitoral, galvanizou multidões de Norte a Sul, e apesar de se saber da viciação do sistema, as eleições foram mesmo assim uma das maiores fraudes eleitorais da História.
Na sequência das eleições, esteve exilado no Brasil, participando ativamente na fracassada “Operação Dulcineia”, com Henrique Galvão. Em 1963, muda-se para a Argélia.
Em 13 de Fevereiro de 1965, foi assassinado às mãos da PIDE, assim como a sua secretária, na fronteira espanhola perto de Olivença, numa emboscada premeditada. Este foi o principal assassínio político da ditadura e marcou indelevelmente a memória coletiva.
Depois do 25 de Abril de 1974 foi, a título póstumo, alvo de várias homenagens; recebeu Honras de Panteão, a dignidade honorífica de Marechal, e foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Conversa com Tomás Medeiros
sobre a biografia de Amílcar Cabral
O escritor, médico e pensador Tomás Medeiros, autor do livro A Verdadeira Morte de Amílcar Cabral, conversa sobre a vida e ação de um dos líderes mais carismáticos africanos.
Depois de estudar em Lisboa, regressa a Bissau e funda nos anos 50 o partido clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Em 1963, frustradas todas as tentativas de diálogo com o poder colonial português, determinou a passagem da ação diplomática à luta armada, com vista à libertação nacional e ao fim do colonialismo, pela emancipação e a independência dos povos.
Amílcar Cabral foi assassinado em 1973, em Conacri, aos 48 anos, e é considerado o ideólogo das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Em 2022, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Grande-Colar da Ordem da Liberdade, pelo Estado português.
Conversa com Mário Figueiredo
A rádio antes e depois do 25 de abril de 1974
O radialista, antigo diretor de programas da Antena 2 e Provedor do Ouvinte, conversa sobre a rádio antes e após a revolução.
Parte 1
Parte 2