Temporada Gulbenkian Música
1 Dezembro | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
5ª Sinfonia, de Chostakovitch
Antoine Françoise, piano
Gilles Grimaitre, piano
Orquestra Gulbenkian
Direção de Hannu Lintu
Programa
Adam Maor (1983) – Halim, concerto para dois pianos e orquestra *
Dmitri Chostakovitch (1906-1975) – Sinfonia nº 5, em Ré menor, op. 47
* Estreia absoluta da nova versão – Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian
Na segunda apresentação como Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian, Hannu Lintu dirige uma das criações mais ambiciosas do compositor Adam Maor, cuja obra reflete amiúde sobre a situação geopolítica no Médio Oriente e incorpora elementos da música clássica árabe. A obra Halim, concerto para dois pianos e orquestra, é interpretada pelos pianistas Antoine Françoise e Gilles Grimaitre, especialistas no repertório contemporâneo.
Na segunda parte, Lintu dirige a Sinfonia nº 5 de Chostakovitch, estreada em 1937 e recebida de forma triunfal numa altura em que o compositor receava pelo seu futuro artístico.
Gravação para posterior transmissão
Produção: Alexandra Louro de Almeida
Antoine Françoise | Pianista e compositor de ascendência franco-suíça, estudou no Conservatório de Neuchâtel e no Royal College of Music, em Londres. Estudou piano com Paul Coker, Monty Solomon, Andrew Ball e Ashley Wass e saxofone com Laurent Estoppey. Apresenta-se a nível internacional nos domínios da música clássica, contemporânea e experimental.
Para além da sua atividade individual, durante um longo período de tempo colaborou com a London Contemporary Orchestra e com Jonny Greenwood, guitarrista dos Radiohead, em palco e em música para filmes. Apresentou-se também com a Filarmónica de Londres e a London Sinfonietta em várias ocasiões.
Na Suíça, país onde reside atualmente, é o pianista principal do agrupamento Contrechamps, em Genebra, e toca em duo com Gilles Grimaître. É também diretor artístico e programador do Nouvel Ensemble Contemporain (La Chaux-de-Fonds, Suíça) desde 2016, bem como colaborador artístico do festival Les Amplitudes. É professor de piano na Escola Superior de Artes de Berna. A nível internacional, atua também com o Nikel, um a quarteto de percussão, saxofone, guitarra elétrica e piano, com o qual se apresentou em festivais de música em Berlim, Paris, Viena, Buenos Aires, Telavive e Hamburgo, entre outras cidades.
Como pianista, Antoine Françoise trabalhou com compositores como Rebecca Saunders, Helmutt Lachenmann, Eric Gaudibert, Mark Barden, Steve Reich, Alexander Schubert, Hanspeter Kyburz, Chaya Czernowin, George Benjamin e Clara Ianotta, entre muitos outros, tendo estreado inúmeras obras.
As suas composições têm sido apresentadas em muitos países, incluindo França, Reino Unido, Suíça, Estados Unidos, Brasil e Coreia do Sul. Compõe regularmente para solistas ou pequenos agrupamentos de música de câmara e colabora com a companhia de teatro infantil Globes-Trottoirs como monitor musical e compositor. Em 2019 colaborou na escrita da música de Diverti Menti, um espetáculo da coreógrafa Maud Blandel, tendo tocado também a parte de piano. Nos últimos anos, tem participado em vários projetos que misturam a coreografia e a música ao vivo.
Gilles Grimaitre | A partir de Biel, na Suíça, desenvolve o seu trabalho como pianista, compositor, performer e curador no domínio da criação contemporânea. Como pianista, é membro dos agrupamentos Collegium Novum Zürich, L’Imaginaire, Ensemble Lemniscate e Duo Orion, colaborando também regularmente com orquestras a nível internacional.
Com o percussionista Julien Mégroz, fundou o Hyper Duo, ponto de partida para a exploração dos contrastes estilísticos e para a procura de novas formas de performance, em colaboração íntima com outros artistas de diferentes formações, nomeadamente extramusicais.
Apaixonado pela improvisação e pela música eletroacústica, desenvolveu um instrumentário pessoal a partir de sintetizadores analógicos e samplers que utiliza no âmbito do Hyper Duo, mas também nas suas próprias composições. Como compositor, a sua abordagem musical combina, por um lado, texturas sonoras elegantes e o espaço sonoro envolvente, e por outro, a exploração de estruturas complexas numa música desenfreada e marginal.
Gilles Grimaître estudou piano com Pierre Sublet, órgão com Pascale Van Coppenolle e composição com Xavier Dayerat na Hochschule der Künste Bern. Em 2013-2014, foi bolseiro na International Ensemble Modern Academy, em Frankfurt/Main. Em 2013 recebeu um 1º prémio no Concurso Nicati, em Berna, pela interpretação de música contemporânea.
Hannu Lintu | Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian. Destacou-se como Maestro Principal da Ópera e Ballet Nacionais da Finlândia e anteriormente cumpriu oito anos como Maestro Principal da Orquestra Sinfónica da Rádio Finlandesa.
Como maestro convidado, a temporada 2021-2022 incluiu novas colaborações com a Orquestra Gulbenkian, a Sinfónica de Chicago, a Filarmónica de Londres, a Tonkünstler-Orchester Niederösterreich e a Filarmónica de Tampere. Outros compromissos incluiram a Filarmónica da Rádio dos Países Baixos, a Orchestre de la Suisse Romande, a Sinfónica Nacional de Taiwan, a Deutsches Symphonie-Orchester Berlin, a Filarmónica Nacional Russa e a Filarmónica da Radio France.
Hannu Lintu realizou várias gravações para as editoras Ondine, Bis, Naxos, Avie e Hyperion. Os lançamentos recentes incluem: os cinco Concertos para Piano de Beethoven, com Stephen Hough; Die Soldaten e o Concerto para Violino de Bernd Alois Zimmermann, com Leila Josefowicz; as Sinfonias nº 1 a nº 4 de Lutosławski e obras de Kaija Saariaho, com Gerald Finley e Xavier de Maistre, todas com a Orquestra Sinfónica da Rádio Finlandesa. Recebeu vários prémios, incluindo dois ICMA para os Concertos para Violino de Béla Bartók, com Christian Tetzlaff (2019), e para a gravação de obras de Sibelius, com Anne Sofie von Otter (2018). Em 2021 foram nomeadas para os Grammy, na categoria “Melhor Performance Orquestral”, as Sinfonias nº 2 e nº 3 de Lutosławski. Em 2011 foi também nomeada para um Grammy, na categoria de “Melhor CD de Ópera”, a gravação de Kaivos, de Einojuhani Rautavaara. As gravações da Sinfonia nº 2 de George Enescu, com a Filarmónica de Tampere, e dos Concertos para Violino de Jean Sibelius e de Thomas Adès, com Augustin Hadelich e a Royal Liverpool Philharmonic Orchestra, foram nomeadas para os prémios Gramophone.
Hannu Lintu estudou violoncelo e piano na Academia Sibelius, em Helsínquia, instituição onde mais tarde se formou em direção de orquestra com Jorma Panula. Estudou também com Myung-Whun Chung na Accademia Musicale Chigiana, em Siena. Em 1994 venceu o Concurso Nórdico de Direção de Orquestra, em Bergen.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2