3 Dezembro | 21h00
Transmissão pela Antena 2
a partir do Salão Nobre da Câmara Municipal de Viseu
Concerto Online
João Diogo Leitão | André Gaio Pereira
1ª Parte | João Diogo Leitão, viola braguesa
2ª Parte | André Gaio Pereira, violino
2ª Parte | André Gaio Pereira, violino
Programa
1ª parte
João Diogo Leitão – "Por onde fica a Primavera” em quatro atos
“um dia parti à boleia pela europa com uma mochila às costas e uma viola braguesa na mão. foi ela minha companheira, confidente, ganha pão, ganha abrigos, chave para tantos sorrisos e moeda de troca para tanta bondade. juntos cantámos zecas por ruelas e praças. depois comecei a esconder a minha voz e a deixar a braguesa num tímidio solilóquio. as primeiras músicas surgiram ainda pela estrada fora. voltei a casa, à casa. e a música surgia-me no corpo, inquieta e urgente. aos poucos tentei-a domesticar. deu os seus primeiros passos. o primeiro impacto cataclísmico e as réplicas que se seguiram foram interrompidas por nova partida. um abandono prematuro, que apenas tornou mais urgente e necessária a procura de um universo poético. tudo se materializou no álbum ‘por onde fica a primavera’. obra em dois cantos, quais herdeiros, a braguesa e eu, de uma tradição ancestral, que nos chega não pela oralidade, essa há muito interrompida, mas por um fluxo imaginativo contínuo que desaguou nos nossos corpos.”
2ª parte
Carlos Paredes (1925-2004) – Dança dos Camponeses
– Canto do Rio
– Canto do Rio
J. S. Bach (1685-1750) – Partita nº 3 em mi maior, BWV1001
Carlos Paredes (1925-2004) – Divertimento
Revisitando a música de Carlos Paredes e conferindo-lhe uma nova perspectiva, dinâmica mas sempre leal, o jovem violinista André Gaio Pereira, nomeado Jovem Músico do Ano 2017, arranjou clássicos da guitarra portuguesa para violino solo. O resultado culminou em miniaturas de extremo virtuosismo e fantasia, onde
ficam evidentes as semelhanças da natureza desta música com a de J. S. Bach. Não será acaso, certamente. Carlos Paredes estudou violino e foi um amante e admirador da música erudita, tendo sido fortemente influenciado por uma educação musical clássica.
ficam evidentes as semelhanças da natureza desta música com a de J. S. Bach. Não será acaso, certamente. Carlos Paredes estudou violino e foi um amante e admirador da música erudita, tendo sido fortemente influenciado por uma educação musical clássica.
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís
João Diogo Leitão | Tem um percurso musical intimamente ligado à guitarra clássica enquanto intérprete. Tendo feito a sua formação superior na Universidade de Évora e, posteriormente, no Conservatório Real de Haia nas classes dos professores Dejan Ivanovic e Zoran Dukic, respetivamente, assumiu-se desde cedo como um dos talentos da suageração, tendo sido premiado e distinguido em vários concursos, destacando se, especialmente, o 1º lugar no “Prémio Jovens Músicos”, Nível Superior.
Sucederam se concertos enquanto solista com a Orquestra do Norte, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Clássica da Madeira e Orquestra Gulbenkian sob a direção dos maestros José Ferreira Lobo, Pedro Neves, Pedro Amaral, Cesário Costa e Pedro Carneiro e apresentações nas mais importantes salas portuguesas como o Coliseu do Porto, Teatro Rivoli, Casa daMúsica, Centro Cultural de Belém ou Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.
A descoberta da viola braguesa um dos muitos cordofones tradicionais portuguesas –, o fascínio pelas suas características tímbricas e o potencial inexplorado deste instrumento desencadearam uma metamorfose. Despoletaram uma urgência poética que o levou a investigar e compor música para esta viola que surge do natural encontro entre os mundos da música erudita e música tradicional portuguesa, inovando na abordagem técnica e estética, criando um repertório próprio para este cordofone. O primeiro registo foi feito em Serpa, no Musibéria e editado em álbum pela ‘Respirar de Ouvido’, em 2020.
André Gaio Pereira | Nascido em Braga em 1994, iniciou os estudos de violino aos 7 anos no Conservatório de Música Metropolitano de Lisboa. Quando em Portugal, estudou com Inês Saraiva e Aníbal Lima, tendo, em 2012, ingressado na classe de Remus Azoitei na Royal Academy of Music, em Londres. Quatro anos depois licenciou-se com a distinção de melhor aluno do curso.
Em 2017, André obteve o 1º Prémio no concurso Prémio Jovens Músicos, juntamente com o Prémio Maestro Silva Pereira — Jovem Músico do Ano, resultado que tinha também atingido na edição de 2010, no nível médio. Obteve também o 2º prémio e o Prémio Bach no Concurso Vasco Barbosa em 2016 e foi semifinalista no concurso internacional Johannes Brahms em 2015.
Ao longo da sua carreira apresentou-se como solista com as orquestras Gulbenkian, Metropolitana de Lisboa, Filarmonia das Beiras, Clássica do Sul, Cascais e Oeiras e Sinfonietta de Ponta Delgada, tendo colaborado com maestros como Christoph Poppen, Jean-Sebastien Béreau, Nuno Coelho e Pedro Amaral, entre outros.
Interessado por diferentes opiniões, participou em masterclasses com os professores Igor Oistrakh, Maxim Vengerov, Pavel Vernikov, Gyorgy Pauk e Zakhar Bron.
No âmbito da música de câmara, André já se apresentou no Wigmore Hall e no Cadogan Hall em parceria com o Quarteto Doric e o Nash Ensemble, e integrou os festivais Harmos, Mendelssohn on Mull e o Festival Internacional de Música de Marvão. Com o Quarteto Tejo, do qual é membro fundador e 1º violino, foi vencedor da edição 2019 do Prémio Jovens Músicos — Música de Câmara.
Como músico de orquestra colabora com a London Symphony Orchestra e a English Chamber Orchestra, foi concertino da Academy Symphony Orchestra sob a regência de maestros como Semyon Bychkov, Sir Mark Elder e Edward Gardner, e ainda da orquestra do Pacific Music Festival, onde trabalhou com Valery Gergiev. Atualmente, é convidado para integrar a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música como Concertino Assistente e também o Remix Ensemble.
Dedica-se também a novos projetos musicais e artísticos, incluindo os seus arranjos da música de Carlos Paredes para violino solo, estreados na edição de 2019 do Festival de Música de Setúbal.
Como músico de orquestra colabora com a London Symphony Orchestra e a English Chamber Orchestra, foi concertino da Academy Symphony Orchestra sob a regência de maestros como Semyon Bychkov, Sir Mark Elder e Edward Gardner, e ainda da orquestra do Pacific Music Festival, onde trabalhou com Valery Gergiev. Atualmente, é convidado para integrar a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música como Concertino Assistente e também o Remix Ensemble.
Dedica-se também a novos projetos musicais e artísticos, incluindo os seus arranjos da música de Carlos Paredes para violino solo, estreados na edição de 2019 do Festival de Música de Setúbal.
@ Fotos Luís Belo