Temporada Gulbenkian Música
19 Setembro | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Miguel Sepúlveda | Prémio PJM – Direção de Orquestra
Mozart e Lalo
Vera Dias, fagote
Bin Chao, violino
Orquestra Gulbenkian
Direção de Miguel Sepúlveda
Programa
W. A. Mozart – Abertura As Bodas de Fígaro
W. A. Mozart – Concerto para Fagote e Orquestra em Si Bemol Maior, K.V. 191
Édouard Lalo – Sinfonia Espanhola para Violino e Orquestra, op. 21
Concerto comentado pelo violoncelista da orquestra Martin Henneken
Vencedor do Prémio Jovens Músicos 2022, Miguel Sepúlveda dirigiu pela primeira vez no Grande Auditório na ocasião do anúncio da distinção que consagra os talentos que marcam o futuro da música em Portugal.
Agora, na sua estreia na Gulbenkian Música, o jovem maestro coloca a sua assinatura na direção de duas obras-primas de Mozart, bem como da Sinfonia Espanhola de Édouard Lalo, para a qual o compositor francês se inspirou na vivacidade das melodias e dos ritmos ibéricos. Como solistas, pontificam dois dos excelentes músicos da Orquestra Gulbenkian, Vera Dias e Bin Chao.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Reinaldo Francisco
Miguel Sepúlveda (1998) | Após concluir o 8º grau de piano na classe de Rosa Maria Barrantes, ingressou com pontuação máxima na Licenciatura em Direção com o maestro Jean-Marc Burfin, com quem terminou os estudos em 2021.
Durante estes anos, teve o privilégio de dirigir várias vezes a OAM em concerto e de tocar com o Shostakovich Ensemble, partilhando o palco com Adrian Brendel, Pascal Moraguès, entre outros. Também participou na organização do Festival Verão Clássico, e em projetos como o Coro Participativo da Gulbenkian.
Em 2021 entrou em primeiro lugar no mestrado em Direção da Royal Northern College of Music, com os professores Mark Heron e Clark Rundell. Durante o seu mestrado, tem dirigido vários ensembles como a Manchester Camerata, New Sinfonia, Northern Ballet, bem como participado em masterclasses com Ludovic Morlot, Sir Mark Elder, Jac van Steen, entre outros.
Foi maestro assistente de Pedro Amaral e na OML, Omer M. Welber e na BBC, Domingo Hindoyan e na Royal Liverpool Philharmonic, Vasily Petrenko, entre outros. Em Portugal também já trabalhou com a Orquestra Clássica do Centro e a Orquestra Clássica do Sul. Recentemente, teve um convite de última hora para substituir o maestro Peter Whelan em ensaio de produção das Bodas de Fígaro, tendo dirigido a ópera completa. Em 2021 ganhou o 2º prémio na OCCO International Conducting Competition.
Em 2022 foi Laureado na 35ª edição do Prémio Jovens Músicos da RTP/Antena 2, na categoria de Direção de Orquestra.
Vera Dias | Nasceu em 1986 na cidade de Guimarães. Aos 12 anos de idade ingressou na Escola Profissional Artística do Vale do Ave – ARTAVE, onde iniciou os seus estudos musicais na classe de fagote de Jesus Coelho. Posteriormente estudou com Paulo Martins, com quem terminou o Curso de Instrumentista de Sopro, tendo-lhe sido atribuído o prémio Dra. Manuela Carvalho pelo seu desempenho ao longo do curso. Aos 18 anos foi admitida na Staatliche Hochschule für Musik – Karlsruhe, na classe de fagote de Günter Pfitzenmaier. Concluiu em 2008 a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de Arlindo Santos. Frequentou cursos de aperfeiçoamento com os fagotistas Günter Pfitzenmaier, Henning Trog e Paulo Martins, entre outros.
Colaborou com a Orquestra Portuguesa das Escolas de Música, a Orquestra Aproarte, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra de Câmara da Staatliche Hochschule für Musik – Karlsruhe, a Orquestra de Câmara de Pforzheim, a Orquestra de Câmara de Estugarda, a Orquestra Sinfonieta de Lisboa e a Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, sob a direção dos maestros Esa-Pekka Salonen, Lorenzo Viotti, Hannu Lintu, David Afkham, Réne Jacobs, Gennady Rozhdestvensky, Lawrence Foster, Philippe Herreweghe, Ton Koopman, Michel Corboz, Paavo Järvi, Péter Eötvös, Rudolf Barshai e Simone Young, entre outros, efetuando concertos em toda a Europa e no Oriente.
Em 2003 e 2004 foi selecionada para integrar a Escola de Verão da Orquestra de Jovens da União Europeia, tendo-a apenas frequentado em 2004, já que em 2003 declinou a oportunidade para poder concorrer ao Prémio Jovens Músicos, da RDP, onde recebeu o 1º Prémio – Nível Superior, na modalidade de Fagote. Como consequência do seu desempenho no concurso, tocou a solo com a Orquestra Gulbenkian. Em 2004 foi 2º Prémio no concurso Landespolizei, em Karlsruhe.
Em 2004 gravou para a rádio alemã SWR um arranjo inédito do próprio Mozart para Octeto de sopros da ópera O Rapto do Serralho. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian de 2003 a 2006.
Uma das suas grandes paixões é a música de câmara, colaborando sobretudo em quinteto de sopros. O seu Trio Euterpe (oboé, fagote e piano) teve um período muito prolífero, tendo-lhe sido dedicada uma obra do compositor Sérgio Azevedo, estreada no Palácio Foz, em Lisboa.
Tocou a solo com várias orquestras, incluindo a Orquestra Clássica da Madeira e a Orquestra Gulbenkian, sob a direção dos maestros Rui Massena e Krzysztof Urbański. Desde 2018 é docente na Academia Nacional Superior de Orquestra nas disciplinas de Fagote, Música de Câmara e Unidade Curricular de Orquestra – Octeto de Madeiras. Desde setembro de 2006, é 1º Solista da Orquestra Gulbenkian.
Bin Chao | Nasceu no seio de uma família de músicos e começou a tocar violino aos seis anos de idade. Estudou no Conservatório Central de Música de Pequim, onde se diplomou com distinção, e concluiu um Mestrado em Música no Mannes College of Music de Nova Iorque, onde estudou com o violinista David Nadien.
O violinista e crítico musical Henry Roth elogiou a musicalidade e a técnica sólida de Bin Chao no seu livro Grandes Violinistas, livro este que faz uma análise sobre os 100 maiores violinistas do século XX, de acordo com a perspetiva do seu autor.
Em 1984 foi 2º classificado no Concurso Nacional de Violino da China. Como solista, recitalista e músico de câmara, atuou por toda a Europa e na América do Norte. Mudou-se para Lisboa em 1991, tendo participado nos principais festivais de música em Portugal e ainda no Festival de Aspen e no Festival Schumann de Nova Iorque.
Em 2001 foi solista convidado no prestigiado Annual English Handbell Festival, em Nova Iorque. Entre 1999 e 2001, ensinou violino em Nova Iorque, integrado na iniciativa da Fundação Midori de levar a música às escolas públicas. Foi professor na Universidade de Évora e desde 2007 ensina violino, viola e música de câmara no Instituto Piaget. Desde 2010, colabora com o Conservatório de Música da Universidade de Lawrence, em Appleton, Wisconsin, nos Estados Unidos da América. Bin Chao toca num violino Carlo Giuseppe Testore de 1715, tendo também instrumentos dos luthiers Antonio Capela e Judith Bauer, entre outros. Desde 2014, é professor de violino na Escola Superior de Música de Lisboa.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto.Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2