Teatro Sem Fios
21 janeiro | 19h00
26 janeiro | 14h00 (repetição)
Noël Coward | Vidas Íntimas
Texto Noël Coward
Tradução Miguel Esteves Cardoso
Direção Filipe Abreu e Miguel Maia
Intérpretes
Elmano Sancho, Ivone Fernandes-Jesus, Joana Cotrim, Miguel Maia, Salvador Nery
Uma produção Cepa Torta dentro do ciclo Esta Noite Grita-se para a Antena 2.
O Esta noite grita-se é o festim itinerante da palavra lida, da Companhia Cepa Torta, que celebra o texto teatral em todo o seu esplendor e onde, à semelhança de um banquete, se come, se bebe e se degusta a palavra.
Trazemos para o teatro sem fios, Vidas Íntimas, de Noël Coward, numa tradução de Miguel Esteves Cardoso. Peça estreada em 1930 em Londres, é a mais reconhecida obra-prima deste autor. Num texto aparentemente simples, com um elenco reduzido e escrito em apenas 3 dias, Coward leva-nos à intimidade de dois casais, à sua irresistível atração apaixonada, às frustrações da lua-de-mel e ao surgimento das dúvidas ao conhecer melhor o(a) seu (sua) parceiro(a).
Escrita entre as duas Grandes Guerras e um ano após o trágico colapso da bolsa de 1929, Vidas Íntimas reflete as convulsões que se viviam, apesar do contraste com a pobreza generalizada do seu tempo. Vemos a festa, a ambição da riqueza, da felicidade, da emancipação feminina, vemos as viagens a Côte d’Azur e a choque entre o casamento “apaixonado” e o casamento “sensato”, etc.
São evidentes as semelhanças com a atualidade, quase um século depois, em que continuamos à procura da melhor forma de viver, da nossa cara-metade e da felicidade, tendo como referência as novelas ou o voyeurismo das “grandes vidas” nas redes sociais.
Com a direção artística de Miguel Maia e Filipe Abreu, interpretam Elmano Sancho como Elyot Chase, Ivone Fernandes-Jesus como Sybil Chase, Joana Cotrim como Amanda Prynne, e Salvador Nery como Victor Prynne.
As didascálias, indicações do autor que integramos na leitura, ficam a cargo de Miguel Maia.
+ sobre a peça [Folha de Sala]
Noël Coward (1899-1973) | Dramaturgo, ator e compositor inglês, mais conhecido pelas suas comédias de costumes altamente refinadas.
Noël Coward começou a atuar profissionalmente aos 12 anos. Entre os seus trabalhos como ator, escreveu comédias ligeiras como I’ll Leave It to You (1920) e The Young Idea (1923). No entanto, a sua reputação como dramaturgo só se consolidou com a peça séria The Vortex (1924), que foi um enorme sucesso em Londres. Em 1925, estreou em Londres a primeira das suas comédias duradouras, Hay Fever. Coward encerrou a década com o seu musical mais popular, Bitter Sweet (1929).
Uma das suas comédias clássicas, Private Lives (1930), é frequentemente levada a palco, partilhando com Design for Living (1933) um ambiente sofisticado e personagens que não conseguem viver juntos nem separados. O seu espetáculo patriótico sobre a história britânica, Cavalcade (1931), traça a vida de uma família inglesa desde a Guerra dos Bôeres até ao final da Primeira Guerra Mundial. Outros sucessos incluem Tonight at Eight-thirty (1936), um conjunto de peças curtas interpretadas por Coward e Gertrude Lawrence, sua frequente parceira de palco.
Coward reescreveu, com a ajuda do realizador David Lean e outros dois colaboradores, uma dessas peças curtas, Still Life, adaptando-a para o filme Brief Encounter (1945). Entre as suas melhores comédias figuram Present Laughter (1939) e Blithe Spirit (1941), que foi adaptada para o cinema em 1945 e mais tarde transformada no musical High Spirits (1964).
Nas suas peças, Noël Coward captou a desilusão amarga da geração que emergiu da Primeira Guerra Mundial. As suas canções e sketches de revista também refletiram o tom de cansaço do mundo típico da época. Coward tinha outro estilo, sentimental mas teatralmente eficaz, que utilizou em musicais românticos e nostálgicos, bem como em peças construídas em torno do patriotismo ou de outros temas presumivelmente sérios.
Ele desempenhou praticamente todas as funções no teatro, incluindo produção, encenação, dança e canto, com uma voz barítona trémula mas impecavelmente cronometrada e articulada. Além disso, Coward escreveu, realizou e interpretou filmes, demonstrando a sua versatilidade artística.
A coletânea de contos de Noël Coward, Collected Short Stories, foi publicada em 1962, seguida por uma nova seleção intitulada Bon Voyage, em 1967. O romance ligeiro Pomp and Circumstance (1960) e a coletânea de poemas Not Yet the Dodo (1967) também fazem parte da sua obra literária. A sua autobiografia, que cobre até 1931, foi publicada sob o título Present Indicative (1937) e ampliada para incluir os anos da guerra em Future Indefinite (1954); um terceiro volume, Past Conditional, permaneceu inacabado devido à sua morte.
Entre as suas canções mais conhecidas destacam-se Mad Dogs and Englishmen, I’ll See You Again, Some Day I’ll Find You, Poor Little Rich Girl, Mad About the Boy e I Went to a Marvellous Party.
Coward foi agraciado com o título de cavaleiro em 1970. Passou os seus últimos anos sobretudo nas Caraíbas e na Suíça. Em 2007, uma das suas peças anteriormente não publicadas, The Better Half (representada pela última vez em 1922 e considerada perdida), foi redescoberta. Nesse mesmo ano, foi lançada uma coletânea das suas correspondências intitulada The Letters of Noël Coward.
Fonte: https://www.britannica.com/biography/Noel-Coward
Elmano Sancho | Licenciado em Formação de Atores pela ESTC/Lisboa. Estudou na RESAD/Madrid, ECA-USP/Brasil, no CNSAD/Paris e na SITI Company/NY. Estreia-se, como encenador, com Misterman e recebe o prémio de melhor ator da SPA Autores/2015. Encena I Can´t Breathe, Menção Especial do Prémio da Crítica da APCT/2016. Foi bolseiro da DGLAB/2018 com A Sagrada Família. Recebe o prémio Mirpuri Carlos Avilez/2018 com A Última Estação e o prémio SPA Autores/2023 de melhor texto português representado com Jesus, o Filho. É diretor artístico da companhia Loup Solitaire.
Ivone Fernandes-Jesus | Atriz, criadora e gestora cultural, trabalha profissionalmente em Teatro e Cinema desde 2013, alternando as suas posições entre a interpretação, a produção, a encenação e a realização. É mestre em Estudos e Gestão da Cultura pelo ISCTE, e licenciada em Teatro pela ESAD.CR com um semestre em Teatro Físico na RESAD, Madrid. Em 2025 estreia uma nova cocriação com Joana Campos.
Joana Cotrim | Atriz e encenadora, natural do Brasil. Fez o mestrado em encenação pela Royal Institute of Theatre, Cinema and Sound em Bruxelas de 2015 a 2017. Licenciou-se pela ESTC em 2012. De 2011 a 2015 trabalhou como atriz no Teatro Nacional D. Maria II. Fundou O Clube Teatro em 2018 com Rita Morais e Ana Sampaio. Em teatro trabalhou com Martim Pedroso, Pedro Alves, João Mota, Tim Caroll, Daniel Gorjão, Tiago Vieira, Liesbeth Gritter e em co-criação com Cátia Terrinca, Pedro Sousa Loureiro, Peter Vandenbempt e David Pereira Bastos. No último ano interpretou Fedra (Não é de Pedra) de Martim Pedroso no Teatro Municipal São Luiz. Atualmente escreveu e encenou A Revolução que me Ensinaram, espetáculo que está em digressão nacional.
Miguel Maia | Diretor artístico da Companhia Cepa Torta. Mestre em Teatro e Comunidade pela ESTC (2013). Colabora em diversos projetos na área do teatro e performance, como dramaturgo, encenador e ator, tendo cruzado o seu percurso com Bruno Bravo, João Mota, Maria João Vicente, Célia David, Leonor Buescu, Sofia Cabrita, entre outros. Codirige, desde 2017, com Filipe Abreu, o Esta noite grita-se – Um festim anual de leituras interpretadas de textos de teatro. Destaca-se a sua criação Estudos sobre o Desejo – Tomo I – O Barão (2019), que recebeu diversas distinções. Em 2024 criou e dirigiu o espetáculo 1 Pato Selvagem , com base no clássico de Ibsen e adaptou e encenou o espetáculo para público infanto-juvenil Konrad, ou o rapaz que saiu de uma lata de sardinhas, baseado no romance de Christine Nöstlinger. Em 2025 estreia Estudos sobre o Desejo – Tomo III – Cyborgue .
Salvador Nery | Inicia-se como ator aos nove anos pela mão de Nicolau Breyner. Tira o Curso Profissional de Teatro na Act – Escola de Atores e desde então tem feito Cinema, Teatro e Televisão. De destacar o seu último projeto a novela Cacau.
Ficha Técnica Esta noite grita-se
Direção Artística: Filipe Abreu e Miguel Maia
Produção Executiva – Beatriz Sousa e Lucila Clemente
Pré-produção – Inês Achando
Comunicação – Sónia Godinho
Assessoria de Imprensa – Mafalda Simões
Fotografia – Sónia Godinho
Design Gráfico – Edoardo Trave
Teaser – Mário Jerónimo Negrão
Registo audiovisual – James Newitt
Estrutura financiada pelo Ministério da Cultura – Governo de Portugal /Direção-Geral das Artes
Apoios: Câmara Municipal de Lisboa, Bibliotecas de Lisboa, Bota-Anjos, Casa do Comum, Fábrica Braço de Prata, Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro das Figuras
Parceiros: Douda Correria, Escola Superior de Teatro e Cinema
Parceiro Media: Antena 2