Ópera | A Dama e o Unicórnio | 20 e 21 Dezembro | 21h00
Cantata Profana para Voz e Electrónica de Maria Teresa Horta e António de Sousa Dias
Poema: Maria Teresa Horta
Interpretação; Ana Brandão
Concepção visual, sonora e programação: António de Sousa Dias
Desenho de Luz: Daniel Worm d’Assumpção
Textura de cores sombrias (2006)
Júlio Guerreiro, Guitarra
Facing Eco (2019): Solo e Consequência
Rita Nunes, Sax; João Monteiro, Marimba e Vibrafone
Em Dez Fios Tensos: (2005)
Júlio Guerreiro, Guitarra/ Catherine Strynckx, Cello
Manas Si-Mi
O Dó tristonho …
III. …tem coração de harmónicos
Mila: Re Sol!
Elle (2019, cello solo e multimédia) [Obra em estreia]
Catherine Strynckx, Cello
Elle | Este concerto celebra anos de convivência e trabalho musical com intérpretes de excelência – músicos que generosamente tem insuflado vida às minhas obras e que, em alguns casos, as tem sonhado junto comigo. As obras foram escolhidas como amostras de um percurso onde o público pode sentir e/ou concluir o que são constâncias, idiossincrasias, e/ou possíveis valores expressivos do meu trabalho como compositor.
Nomeio como Texturas as minhas obras formalmente livres, estruturadas a partir da sua própria superfície sonora. Textura de cores sombrias faz parte de um conjunto de Três Texturas para guitarra solo – compostas a pedido de Júlio Guerreiro, e por ele estreadas no CCB em 2006. Júlio tem sido um meu parceiro regular no sonhar a obra, e esta lhe é dedicada.
Facing Eco (Consequência) foi composta para Em louvor da água, evento concebido e produzido por mim para a Escola de Música do Conservatório Nacional, e patrocinado pela EPAL, que decorreu em Maio de 2019 na Mãe D’Água Amoreiras. Desde a sua concepção esta obra destinou-se a receber uma prolongada primeira parte – Solo, para saxofone – acrescentando também o vibrafone. A estreia da obra completa, em dois movimentos, foi destinada ao presente concerto. Esta obra é inspirada nos momentos de vida em que temos de enfrentar os ecos do passado, deixando que afinal se desvaneçam antigas memórias e afectos.
Em dez fios tensos foi composta a pedido de Paulo Amorim, para os Concertos Sonata, promovidos pela Academia dos Amadores de Música em 2005, onde foi feita a estreia com Catheryn Strynx – que a tem apresentado também em duo com Júlio Guerreiro. Esta música nasce dos diferentes ‘humores’ que eu atribui às cordas: Si-Mi são cordas contíguas na guitarra, e tem um timbre algo semelhante, muito fraterno; o Dó grave do Cello foi explorado por um seu possível ‘humor’, e pelo seu potencial desdobramento em sons harmónicos; o ultimo movimento explora a nota mais grave da guitarra como apoio acústico, Mi, desenvolvendo-se sobre duas notas comuns aos dois instrumentos: Lá e Ré.
Elle é uma obra multimédia, sonhada em duo com Catheryn Strynkx – a composição partiu de memórias visuais e fragmentos sonoros oferecidos pela intérprete ao compositor. A sua proposta é densa porque mergulha no mundo sonoro particular do músico performer, e porque busca revelar alguma imagem da sua natureza – aquela de um ser estranho, maravilhoso na sua dedicação em produzir algo tão fugidio quanto são os sons da música. Elle é a cellista Catheryn, ou a própria Música, ou a sombra da sua performance, uma sugestão, uma intenção expressiva, ou uma busca, uma busca.
João Castro Pinto – The No Land Soundscape | 6 Dezembro | 21h00
João Castro Pinto, projecção sonora
Programa
1ª parte
Orquestra de Altifalantes
Interspersed Memories – on strings, murmurs and gongs (2012)
Rugitus v02 (2016)
Re-Ciclo (2017)
2ª parte
Orquestra de Altifalantes
à-τόπος (2019)
où-τόπος (2019)
Trata-se do concerto de lançamento do novo trabalho monográfico de soundscape composition de João Castro Pinto, intitulado: “The No Land Soundscape”. Neste concerto o compositor interpreta a obra na íntegra, através da Orquestra de Altifalantes. O disco é editado num formato duplo (cassette e download digital) pela editora Australiana Hemisphäreの空虚 e está disponível no dia do concerto.
Duo Sigma interpreta João Pedro Oliveira | 7 Dezembro | 21h00
Programa
Concerto de Lançamento do CD
“O Poeta faz agricultura às avessas: numa única semente planta a terra inteira”
Assim é a Música de João Pedro…
(Joana Holanda e a Sementeira de Mia Couto)
João Pedro Oliveira (1959) – Enigma (2018) (violoncelo e piano)
Toru Takemitsu (1930-‐1996) – Orion (1984) (violoncelo e piano)
João Pedro Oliveira (1959) – Singularity (2019) (violoncelo e electrónica)
Bruce Reiprich (1951) – Deliquescent (2018) (violoncelo e piano)
João Pedro Oliveira (1959) – Beyond (2006) (clarinete, violoncelo, piano e electrónica)
Participação especial: Carlos Silva
O Duo Sigma – formado pelo violoncelista Miguel Rocha e pela pianista Ana Cláudia Assis –, une-se às comemorações dos 60 anos de nascimento do compositor português João Pedro Oliveira, apresentando um CD integralmente dedicado à sua obra. No concerto de lançamento o Duo interpreta, além de obras do próprio disco, outras que fazem parte do seu repertório, construindo um diálogo entre o homenageado e outros grandes nomes de referência da música contemporânea.
[ka’mi] – Näherungen – I. Nah aus der Ferne (2007) For Trumpet in Bb and pre-recorded ElectronicsAgostino Di Scipio – 7 piccole variazioni sul freddo (1994-95) For trumpet and signal processing computer
Rui Penha – No man is an island (2014) For wind instrument (improvising soloist) and spatialized electroacoustics.
Michael Maierhof – splitting 43 (2013-14) Für Trompete mit schwingendem System, noise-Objekt und Zuspielung
Karlheinz Stockhausen – Donnerstags-Abschied (1980) For 5 trumpets (or 1 tp. Live with 4-track tape with 4 tp.)
Recital de Trompete e Electrónica
O papel tradicional do intérprete, desenvolvido a par da evolução da arte musical ao longo dos vários períodos da História da Música, sofreu, a partir de meados do séc. XX, uma complexa revolução, particularmente respeitante à utilização de sons eletronicamente produzidos ou manipulados. No caso específico do trompete, a introdução de elementos eletrónicos na performance desempenhou um papel fundamental na criação de novos horizontes interpretativos e composicionais. O advento da música mista (mais concretamente a combinação de um ou mais instrumentos acústicos com sons criados, processados ou reproduzidos eletronicamente) veio conferir ao intérprete uma paleta de possibilidades sónicas praticamente infinita. A prática instrumental, aliada à utilização de computadores, controladores e diversos tipos de elementos eletrónicos na execução, abre também as portas a um novo modo de apreciar as competências da performance.