Fora do Lugar
Festival Internacional de Músicas Antigas
12ª edição
17 Novembro a 2 Dezembro
Idanha-a-Nova | UNESCO Creative City of Music
O Festival Fora do Lugar regressa, na sua 12ª edição, para continuar a provar que estar fora do lugar é o melhor lugar para estar!
São 26 propostas em 9 dias de programação, de música, de conversas caminhadas, de encontros entre músicos – dos de fora e dos de cá -, de exposições, de natureza, de cinema, de gastronomia, de programas educativos, em cenários como igrejas, capelas, museus, lagares, escolas ou em plena natureza,
Músicos, consorts e projetos vindos da Ucrânia, Israel, Alemanha, Espanha, França, Bélgica, Grécia e Portugal enchem de sons os diálogos entre o erudito e o popular, entre o antigo e o novo, uma reinvenção do conceito de lugar pela criatividade, uma celebração do efémero como condição de partida para experiência da arte sonora.
Em 2023, continuam as parcerias estratégicas de programação com o Centro Cultural Raiano, com a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves – com o CineEco Seia – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela – e com o DocLisboa – Festival Internacional de Cinema.
Com a direção artística de Filipe Faria, produzido pela Arte das Musas em parceria com o Município de Idanha-a-Nova – UNESCO Creative City of Music – e financiado pela Direcção-Geral das Artes, o Festival está na rua… e as portas do território estão abertas…
Volta-se a pisar mesmo as ruas e a terra, e a sentir o vento…
Filipe Faria, diretor artístico do Festival, conversa com Inês Almeida
no programa Raízes, no dia 17 de Novembro às 00h00, sobre esta edição de Fora do Lugar.
Programação | Concertos
17 Novembro | sexta-feira
21h30 | Concerto #1
Idanha-a-Velha, Catedral
Litá (Ucrânia)
Bordado. Um bordado musical ucraniano: harmonias, canto autêntico e instrumentos tradicionais.
Ivanna Korzh voz, sopilka, violino
Sofiia Tsyvinska voz, dremba, Bassolya
Kateryna Sidelnykova voz, sopilka, telenka, zozulya
Danylo Kliutsko voz, bandura, buben
Litá pretende partilhar as tradições musicais das diferentes regiões da Ucrânia, das suas estepes (termo originário da designação ucraniana степ) aos majestosos montes Cárpatos. A ampla polifonia característica das regiões de Poltava e Dnipro, a heterofonia de Polissia, o canto com o bordão e a monodia, a tradição oral dos músicos nómadas (kobzari e lirnyky), e também o folclore instrumental: Histórias das “sociedades secretas” dos fabricantes de kobzas; as diferenças na maneira de cantar, que varia de acordo com a região; os instrumentos tradicionais ucranianos, a sua disseminação, origem e utilização.
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18 Novembro | sábado
21h30 | Concerto #2
Monsanto, Lagar – Sala de Festas
Taracea (Alemanha, Espanha)
Nova Música Antiga
Belén Nieto Galán, flauta de bisel, flauta barroca
Rainer Seiferth, vihuela
Miguel Rodrigáñez contrabaixo
David Mayoral percussão
“Akoé” é a antiga palavra grega para o som recordado e a tradição de o transmitir oralmente. Assim como os contadores de histórias, Taracea pega em músicas bem conhecidas de tempos idos e torna-as suas, fundindo-as com sabores contemporâneos retirados da world music e do jazz. O repertório é composto por algumas das mais belas e assombrosas melodias europeias do renascimento e do início do barroco, com dois desvios pelos séculos XII e XVIII.
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24 Novembro | sexta-feira
21h30 | Concerto #3
Idanha-a-Velha, Centro Cultural Raiano
Mashrabyia (Bélgica, Israel, Espanha)
Rituais de uma aldeia desconhecida
Meira Segal gaita de foles, ney
Tristan Driessens oud, lavta
Baltazar Molina percussão
Mashrabiya apresenta uma série de composições instrumentais originais que reflectem o idioma da música modal contemporânea. Inclui elementos da cultura musical tradicional persa, indiana, árabe e otomana, que constituem a principal fonte de inspiração.
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25 Novembro | sábado
21h30 | Concerto #4
Senhora da Azenha, Ermida
Christos Barbas & Efrén López (Grécia, Espanha)
Atlas
Christos Barbas, ney, lavta, voz
Efrén López, lavta, Fretless guitar, Oğur sazı, rabab afegão Afghan rabab
Atlas é também muito mais do que isso: é a busca pela conexão entre a grandeza e a pequenez, entre o sobrenatural e o natural, o elo que conecta o mundo dos humanos e o dos deuses. De acordo com o mito grego da antiguidade, Atlas era um titã condenado por Zeus a suportar o céu sobre os ombros no limite do mundo ocidental. Outro mito conta como o titã se tornou pedra após um encontro com Perseu, transformando-se o seu corpo na cordilheira hoje situada no norte de Marrocos, o limite mais ocidental conhecido do mundo antigo. Para além disso, o titã dá nome ao Oceano Atlântico e a coleções de mapas do mundo, e encontramos ainda a sua presença dentro do corpo humano: “Atlas” é o nome da primeira vértebra da coluna vertebral, suportando a cabeça por cima do corpo. Na viagem musical que atravessa Atlas – como atestam tantas mitologias, religiões e filosofias antigas por todo o mundo –, o som e o silêncio são vistos como forças que, não só criam, como mantêm o mundo unido.
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1 Dezembro | sexta-feira
21h30 | Concerto #5
Monfortinho, Salão do Bodo
Sete Lágrimas (Portugal, Alemanha)
Folia Nova.
Nova Música Antiga de Filipe Faria e Sérgio Peixoto a partir de poesia portuguesa dos século XV e XVI.
Filipe Faria, voz voice, viola de mão, bandura, percussão
Sérgio Peixoto, voz
Silke Gwendolyn Schulze, flautas medievais, douçaines
Tiago Matias, vihuela, guitarra barroca, voz
João Hasselberg, contrabaixo
Filipe Faria e Sérgio Peixoto partiram de novo para o tempo, viajando pelo vasto território da língua, na sua métrica, ritmos e harmonias, como se levitassem entre-mundos, resgatando da poesia portuguesa dos séculos XV e XVI as palavras, para as reinventar em novos sons, novas melodias, trazendo-as para a contemporaneidade, em analepses de magia.
Os dois compositores escrevem os doze novos vilancicos que compõem Folia Nova, como estações cronográficas da intemporalidade, usando da “folia” – no “Auto da Sibila Cassandra”, de Gil Vicente (1465/1536), a folia, de origem portuguesa, é caracterizada como uma dança de pastores -, o seu tradicionalismo harmónico e rítmico, para um universo conceptual, diálogos de criatividade, novas linguagens.
O vilancico é uma das mais importantes expressões poéticas e musicais da Península Ibérica, muito popular e amplamente executado do século XV aos confins do século XVIII. Na sua forma primitiva era do profano. À bolina da sua popularidade, disseminou em sacro território, como uma heresia que lentamente se tornou hóspede da liturgia.
O ensemble fundacional é acompanhado nesta viagem pela flautista alemã Silke Gwendolyn Schulze, Tiago Matias, que com os Sete Lágrimas já cruzou muitos meridianos, e João Hasselberg, no contrabaixo. Em absoluto debute instrumentário, o descante de Bandurra, um instrumento desenvolvido e reinterpretado por Filipe Faria, em parceria como violeiro Orlando Trindade, a partir do instrumento popular (viola beiroa), tocado pelas mãos de Manuel Moreira (1891-1970), em Penha Garcia (Idanha-a-Nova). É como se o processo criativo se tornasse omnipotente, retomando a sua natureza seminal.
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2 Dezembro | sábado
21h30 | Concerto #6
Idanha-a-Velha, Antiga Sé
Quidini (Alemanha, França, Espanha)
Building Bridges. Da música medieval à música tradicional.
Pere Olivé, percussão
Baptiste Romain, viela, gaita de foles
Silke Gwendolyn Schulze, charamela, douçaine, flauta dupla, flauta de tamborileiro/tambor de cordas
Da Idade Média ao presente e de volta! Viajar 800 anos num único concerto não é uma contradição para os três músicos do conjunto Quidni, sempre atentos àquilo que há em comum entre o período medieval e a música tradicional. Seguindo o espírito do nome do ensemble (palavra latina significando “Por que não?”), o grupo move-se de forma livre e curiosa para construir pontes entre estes dois estilos. Descobrem motivos melódicos semelhantes e harmonias comparáveis imersas nos mesmos modos e com ritmos semelhantes. Os três músicos tocam uma multitude de diferentes instrumentos de percussão, sopro e cordas, alguns dos quais desaparecidos após a Idade Média e sobrevivendo apenas na música tradicional, ou para os quais as reconstruções foram inspiradas por instrumentos tradicionais. Em conjunto, o ensemble realizou novos arranjos para os seus inúmeros instrumentos raros e contagiam-se mutuamente com o seu entusiasmo pela improvisação e experimentação.
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