22 novembro a 7 Dezembro
Idanha-a-Nova | UNESCO Creative City of Music
O Festival Fora do Lugar regressa, na sua 13ª edição, para continuar a provar que estar fora do lugar é o melhor lugar para estar!
Preparando-nos para a surpresa e deixando-nos ser levados para lugares de som e de silêncio. São 25 propostas em 9 dias de programação, com música, conversas caminhadas, encontros entre os músicos que nos visitam e os que cá estão, exposições, natureza, cinema, gastronomia, programa educativo…
Músicos e projetos vindos do Egipto, Índia, Polónia, Alemanha, Espanha, França, EUA e Portugal enchem de sons o Fora do Lugar. Propostas de diálogos entre o erudito e o popular, entre o antigo e o novo. Um lugar onde se encontra toda a criatividade humana… uma promessa e os seus ecos. Estes lugares como igrejas, capelas, museus, lagares, escolas ou em plena natureza, e este território são a linha que cose toda a experiência.
Nesta 13ª edição continuam as parcerias de programação com o Centro Cultural Raiano, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves –, o CineEco Seia – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela – e a APORDOC/DocLisboa – Festival Internacional de Cinema. Com a direção artística de Filipe Faria, produzido pela Arte das Musas em parceria com o Município de Idanha-a-Nova – UNESCO Creative City of Music – e financiado pela Direcção-Geral das Artes, o Festival está fora do lugar.
Um lugar que é ao mesmo tempo espelho e janela, onde se descobre dentro e fora, do que somos, do que podemos ser.
Filipe Faria, diretor artístico do Festival,
conversa com Inês Almeida no programa Raízes,
no dia 19 de Novembro às 00h00, sobre a 13ª edição de Fora do Lugar.
Programação | Concertos
22 novembro | sexta-feira
21h30 | Concerto #1
Idanha-a-Velha, Catedral
Fim-de-semana Bach #1
Bachcelona Consort & Salvat Soloists (Espanha, França, EUA)
Salvat Soloists:
Maëlys Robinne, soprano; Daniel Folqué, alto; Ferran Mitjans, tenor; Oriol Mallart, baixo
Bachcelona Consort:
Katy Elkin, oboé; Ignacio Ramal, violino; Cristina Altemir, violino; Núria Pujolràs, viola; Guillermo Turina, violoncelo; Daniel Tarrida, cravo
Programa
Diálogo Bach/Valls
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
– Cantata BWV 116 “Du Friedefürst, Herr Jesu Christ”
– Chorale fantasia, Aria, Recitative, Aria (Terzetto), Recitative, Chorale
Francesc Valls (1665/1671-1747) – Missa Regalis
Sediado em Barcelona, Bachcelona Consort desenhou o programa Diálogo Bach/Valls em torno da cantata de Bach BWV 116 “Du Friedefürst, Herr Jesu Christ” – escrita em Novembro de 1724, exatamente há 300 anos – e de um diálogo com a música de Francesc Valls, contemporâneo de Bach e o mais importante expoente do Barroco na Barcelona do século XVIII, em particular uma seleção da Missa Regalis, dedicada a D. João V, Rei de Portugal, e apresentada pela primeira vez em 1740.
23 novembro | sábado
21h30 | Concerto #2
Medelim, Igreja da Misericórdia
Fim-de-semana Bach #2
Tomasz Aleksander Plusa (Polónia)
Recital de violino
Programa
Sei Solo
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
– Sonata para violino solo n.º 1 em sol menor BWV 1001
Johann Sebastian Bach
– Partita para violino solo n.º 2 em ré menor BWV 1004
Allemanda, Corrente, Sarabanda, Giga, Ciaccona
Nicola Matteis (1650-1714) – Fantasia para violino solo
O violino que, na Alemanha, suplantou o órgão com o advento dos concertos italianos, foi projetado num mundo ao qual não pertencia. Será necessário erguer mais um monumento em honra das Sonatas e Partitas de Bach? O vocabulário do superlativo e do gigantesco há muito que se tornou banal. Independentemente de eventuais novas descobertas que possam revelar domínios superiores, parece supérfluo começar a esculpir um novo bloco de mármore. Ou talvez de granito, uma vez que a consagração universal destas seis peças apenas ocorreu no século XX. Sabe-se também que uma das fontes fundamentais destas composições foi resgatada de uma pilha de papel velho a ser usado como papel de embrulho numa manteigaria em São Petersburgo. Bach criou uma cópia caligráfica da obra em 1720, datando a página de rosto do manuscrito a um período que corresponde à sua estadia na corte de Köthen. (…)
29 novembro | sexta-feira
20h00 | Concerto #3
Idanha-a-Nova, Centro Cultural Raiano
Duò Lavoà Lapò (França)
Damien Toumi, voz, bendir
Manu Théron, voz, bendir
Programa
Estirador
La Vau dau Cap Mond
Lei Transformaciens
Lei nombres
Mamma
Polkamploà
Adieu
Romance de Don Gaiferos
Lo Rat
Lo Rossinhòl
Lo Polit mes de Mai
O percurso de Damien Toumi e Manu Théron já os tinha tornado cúmplices e complementares muito antes de se terem conhecido. O ressurgimento da língua de oc, o seu amor pela vocalidade popular e a reconstrução de um imaginário mutilado – desenvolvido numa realidade muito pouco formal – uniu-os neste novo projeto musical.
Algumas das canções provêm do cancioneiro Chants populaires de la Provence, outras de gravações de campo e de composições e invenções dos cantores. Celebram o renascimento, o despertar para a vida e as belezas do mundo. Celebram tudo o que pode ser incluído num estado privilegiado da alma, uma celebração da alteridade. Os ritmos de base são precisos, tendo em consideração o texto e a rudeza da vida, que se refletem na história incrivelmente colorida, orgânica e popular do canto tradicional da Occitânia.
30 novembro | sábado
21h30 | Concerto #4
Zebreira, Lagar de Azeite
Pedraza & Meirinhos (Espanha, Portugal)
Paulo Meirinhos
Luis Pedraza
Programa
Musicas da Raya
Pandeiro – Charro de Ferreruela
Meninas que andam no baile – Em Tierras de Carbalheda
Burgalesa
Fandango Real
Vals del Gaiteiro
Canedo – La tirita i la gallarda
Galandum – Jota de Alcanices
La Adelaida
Perlimpinchin – A tu puerta nina
Donde venes Ana – Atira Caçador
Fronteira de las três Marras
Paulo Meirinhos e Luis Pedraza visitam um repertório comum à região do Planalto Mirandês e da zona de Zamora, com a intenção de explorar a cultura partilhada desta região comum – instrumentos, músicas e histórias. As músicas que fazem parte do repertório de Músicas da Raya, pertencem a este repertório comum a ambos lados da fronteira. Muitas delas têm pequenas variantes no texto ou na melodia, mas na base são as mesmas. A cultura não tem fronteiras. e esta é uma região com os mesmos usos, costumes e paisagens.
6 dezembro | sexta-feira
21h30 | Concerto #5
Senhora da Azenha, Ermida
Sitar Jugalbandi (Índia)
Pandit Abhishek Adhikary, sitar
Dr. Murchana Adhikary Barthakur, sitar
Talmani Madhurjya Barthakurm, tabla
Programa
Trio de Música Clássica Indiana de Raga
Raga Bageshri – Aalap (introdução)
Vilambit Gat – em Tintal (ciclo de 16 tempos – tempo lento)
Drut Gat – em Ektaal (ciclo de 12 tempos – tempo rápido)
Jhala (conclusão)
Melodia sobre Raga Bhairavi
Os sitars iniciam com um raga nocturno tradicional denominado Bageshri. Este raga evoca uma sensação de brilho e é caracterizado por um ambiente doce e romântico. Após o desenvolvimento inicial do raga pelos sitars (Aalap), a tabla junta-se com um ciclo rítmico de padrões e movimentos que progridem de um tempo lento a rápido.
O ensemble interpreta três composições neste raga: o Vilambit Gat (composição lenta) em Tintal, o Drut Gat (composição rápida) em Ektaal, terminando com Jhala (a conclusão em ritmo acelerado das composições clássicas de um Raga).
O concerto fecha com uma melodia folclórica baseada no raga Bhairavi. Este raga assemelha-se às notas do modo frígio da música ocidental.
7 dezembro | sábado
21h30 | Concerto #6
Idanha-a-Velha, Catedral
Michel Godard & Ihab Radwan (França, Egipto)
Michel Godard, serpentão
Ihab Radwan, oud
Programa
Doces Desejos (Doux Désirs)
Su l’onda d’amore *
In the grotte #
Tenderness #
Il Goloso *
Dahab #
Acqua Alta *
Serbia #
Malato d’ambre *
Love at first sight *
A la folie *
A trace of Grace *
* Godard
# Radwan
O projeto Doux Désirs proporciona a Michel Godard, renomado músico de jazz, a oportunidade de voltar o seu olhar para o Oriente, em colaboração com o intérprete de oud Ihab Radwan, com a improvisação sempre como elemento central. Estes dois estilos musicais partilham vários traços em comum, como a utilização de modos, ornamentação, improvisação e espontaneidade. Ihab Radwan improvisa sobre as composições de Michel Godard, enquanto este, por sua vez, improvisa sobre os temas egípcios de Radwan.
O serpentão, com a sua flexibilidade e elegância, assemelha-se à voz humana; já o oud canta, murmura e conta histórias. Este encontro é uma fusão estética harmoniosa, criativa e essencial.
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