A festa da palavra dita, escrita, pensada, encenada, cantada, musicada, filmada e ilustrada.
de 30 Junho a 3 Julho
O Festival Silêncio – Festival da Palavra volta a ocupar, ao longo de 4 dias, as ruas e os espaços comerciais e culturais do bairro do Cais do Sodré, em mais de uma centena de actividades multidisciplinares envolvendo música, performance, conferências e debates, cinema e artes plásticas.
Promovendo o diálogo entre diferentes expressões e saberes, o Festival Silêncio é a celebração da palavra como unidade criativa: a palavra como ponto de partida para a criação, como objecto artístico e como veículo para chegar a novas narrativas.
O Festival Silêncio é cinema, concertos, conversas, espectáculos, exposições, feiras, intervenções e workshops; é na rua, nas fachadas, nas montras, nas galerias, nos cafés, nos clubes, no museu, na praça.
@Alípio Padilha
Nesta 6ª edição, uma das novidades é a integração de dois ciclos temáticos, pondo em destaque uma palavra – Fronteira – e um autor – Ana Hatherly.
Os Ciclos
O Ciclo Fronteiras parte da palavra-conceito fronteira, para apresentar um conjunto de propostas que desafiam as diversas realidades que a própria palavra aponta, evocando os limites territoriais e simbólicos; reflectindo sobre significados opostos e anexos: limite e transgressão, deslocamento e circulação, separação e contato, distinção e pertença.
@Alípio Padilha
Este ciclo integra uma série de três conferências que abordam o tema Fronteiras a partir de diferentes perspectivas:
– o pensador e filósofo francês Étienne Balibar discute algumas das questões centrais do pensamento filosófico e político contemporâneo – cidadania, crise, violência e identidade (2 de Julho, 18h30, Largo São Paulo)
– o jornalista José Goulão questiona as apropriações da palavra fronteiras à luz da actualidade social e política(1 de Julho, 18h30, Largo de São Paulo).
– a poeta, ensaísta e activista política galega, Chus Pato, falará sobre a intersecção e a superação de fronteiras no texto poético e sobre as suas possibilidades no espaço literário e político (3 de Julho, 18h30, Largo de São Paulo).
@Alípio Padilha
Três exposições fazem parte deste ciclo: In vitro, Entre-guerra e Apartamentos, três diálogos entre palavras e imagens, que usam a ilustração, a instalação video e a fotografia, para exercícios simbólicos de reflexão sobre a palavra-conceito Fronteiras.
Este ciclo inclui também cinema inserido na investigação do projecto “O Cinema e o Mundo – estudos sobre espaço e cinema” do Centro de Estudos Comparatistas (Universidade de Lisboa): os filmes em exibição problematizam a ideia de fronteira, sendo transversal a todos eles uma ideia de instabilidade que leva à transgressão de limites convencionais.
Também pode assistir a conversas, a performances e a sessões de poesia ao vivo, entre outras iniciativas.
O Ciclo Ana Hatherly: Anagrama da Escrita, com a curadoria do poeta, tradutor e ensaísta Manuel Portela, pretende celebrar e dar a conhecer a obra de Ana Hatherly nas suas várias vertentes. Partindo de uma noção multiforme de escrita que interroga a nossa relação com os signos, a sua criação, ato lúdico de descoberta e de experimentação, interpela-nos através da inscrição de inúmeros gestos, actos, signos e formas da escrita.
As iniciativas deste ciclo de programação constituem um testemunho dessa interpelação.
Este ciclo integra duas exposições, com coordenação de Fernando Aguiar: Ana Hatherly: Pintura de Signos que reúne uma selecção de obras originais e de uma mostra bibliográfica, e ReAnagramas, uma exposição colectiva constituída por um conjunto de (re)criações em múltiplos meios, a partir de obras de Ana Hatherly.
@Alípio Padilha
Há ainda uma mesa-redonda que incide sobre a obra de Ana Hatherly como um campo integrado de criação; a exibição do documentário Ana Hatherly – A Mão Inteligente de Luís Alves de Matos; um jogo de leituras a duas vozes, por Américo Rodrigues e José Neves; duas performances da autoria de Susana Mendes Silva e André Gomes e uma instalação transmedial da autoria de Bruno Ministro e Liliana Vasques.
Programa Geral:
Performances
(performance, teatro, dança, leituras encenadas)
Estreia da peça performativa Sem Título Provisório, da autoria do Colectivo PUF, que apresenta também o trabalho Os Poetas.
Em parceria com os Primeiros Sintomas, é apresentada a peça A História Trágica da Vida e Morte do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe.
Outra estreia, encomenda do Festival Silêncio, junta um quarteto de cordas (Francisco Ramos, Tiago Rosa, Fernando Sá e João Paulo Gaspar) e 4 poetas escritores (Valério Romão, Vasco Gato, Raquel Nobre Guerra e Joana Bertholo) em Cordas Vocais.
Outra estreia, encomenda do Festival Silêncio, junta um quarteto de cordas (Francisco Ramos, Tiago Rosa, Fernando Sá e João Paulo Gaspar) e 4 poetas escritores (Valério Romão, Vasco Gato, Raquel Nobre Guerra e Joana Bertholo) em Cordas Vocais.
Numa performance de leitura encenada, com interpretação musical de Carlos Barreto, No Precipício era o Verbo junta André Gago, António de Castro Caeiro e José Anjos .
@Alípio Padilha
A poesia como acto encenado está também presente nas apresentações dos projectos Norma D’Alma, Nódoa, Lacónico e Burgueses Famintos.
O Poetry Slam volta a estar presente através de um workshop que termina com a realização pública de um torneio entre os participantes.
Este ano, o Festival volta a promover o casamento casamento poesia e striptease, através de uma sessão de “strip poetry”.
Exposições
(exposições, instalações)
Destaque para a exposição de carácter participativo, Palavras à Janela – palavras penduradas nas janelas, nas varandas e varandins do Cais do Sodré transformam-se numa obra colectiva, cujo impacto é uma manifestação narrativa e visual das ideias, pensamentos, gostos e imaginário colectivo.
Também a exposição Porta Poesia, da autoria de Marta Rego e com a participação da comunidade local, é uma exposição que dá vida ao bairro. Recorrendo à colagem, esta exposição oferece “poemas atrevidos” ao olhar desprevenido de quem passa a descoberto pelas portas, pelas esquinas, pelo mobiliário urbano do bairro.
O Festival Silêncio convida todas as pessoas a participarem nas instalações Completar e Confessionário. Completar é uma instalação participativa em constante desenvolvimento, é um texto suspenso, um poema contínuo, uma história escrita a várias mãos. Confessionário é uma exposição onde o espaço privado e o espaço público comunicam entre si para formar um diário comum, pessoal e colectivo, construído e partilhado por todos.
Conversas
(conversas, mesas-redondas, debates, conferências, lançamentos de livros)
Com a presença dos autores, a editora Douda Correria, de Nuno Moura, lança os livros Cartas contra o Firmamento, de Sean Bonney (GB), Carne de Leviatã, de Chus Pato (Galiza) e Olho do tu, de Rui Nuno Vaz Tomé (PT).
As Conversas Lisboa apresentam, no âmbito do festival, quatro Conversas dedicadas ao diálogo sobre o poder criativo da palavra dita, escrita, cantada ou silenciada.
@Alípio Padilha
O Festival mantém as habituais rubricas Palco da Palavra e Conversas do Silêncio. Palco da Palavra é um espaço de diálogo entre actores e agentes de diferentes áreas disciplinares. As Conversas do Silêncio colocam em destaque o trabalho e os processos criativos de quem trabalha a palavra.
Este ano, o Festival Silêncio inicia uma rubrica de reflexão sobre o Estado da Arte das Artes, com a promoção de um debate entre agentes culturais nacionais, convidados para discutir e debater com o público a actual situação do sector cultural em Portugal.
Feira
Em parceria a Feira Pangeia, um supercontinente de editores e artistas independentes estará presente no festival num espaço de encontro entre todos os criadores independentes que gravitem à volta do mundo editorial e da criação de múltiplos, desde editores emergentes a editores consolidados.
@Alípio Padailha
Cinema
O Poetry Film volta a estar presente no festival, com um ciclo dedicado a este género cinematográfico. Este ano, para além da mostra Isto Não é um Filme. É um Poema, o programa de Poetry Film integra uma Secção Competitiva.
@Alípio Padilha
Infantil
Na Praça de São Paulo concentra-se o espaço das crianças que, ao longo do fim de semana, oferece, durante todo o dia, inúmeras actividades que passam por sessões de contos infantis e para toda a família, actividades manuais, mesas de jogos, caças ao tesouro.
Para além destas actividades, o Festival Silêncio oferece também uma programação artística para as crianças.
Participativo
Durante os quatro dias do festival, há diversas actividades e iniciativas que são simultaneamente um convite e um desafio à participação da comunidade, dos convidados e do público em geral: convidamos qualquer pessoa para ler em voz alta para um amigo, familiar, desconhecido em cadeiras namoradeiras, dispostas na rua e construídas para o efeito.
Em parceria com a Avó Veio Trabalhar, apela-se ao convívio através de mantas no jardim que convidam quem passa a sentar-se e a partilhar o espaço comum.
O Festival construiu mini bibliotecas de rua, disponíveis em pontos-chave do bairro, para incentivar a troca de livros e de leituras.
Nos cafés e restaurantes, desafia-se quem quiser a jogar e a competir entre si com jogos em que a palavra é sempre o principal enigma.
@Alípio Padilha
Residência Artística
Destaque à continuidade da parceria com a Casa Fernando Pessoa e a Fundação José Saramago, este ano traduzida na residência artística Casa-Palavra. Casa-Palavra é uma casa partilhada que convida à colaboração e ao diálogo entre os autores e artistas residentes. A residência reúne um grupo de artistas e intérpretes de diferentes disciplinas criativas, entre os quais Marta Bernardes, António Poppe e Miguel Bonneville. Com uma duração de duas semanas, durante o Festival Silêncio, a “Casa-Palavra” estará aberta ao público, que podeassistir, durante certos períodos, a apresentações individuais e/ou colectivas e particiar encontros informais com os artistas.
Concertos
O Jardim D. Luís será o palco principal da música no Festival Silêncio. Por aqui passam, entre outros nomes, Lula Pena, Samuel Úria, Bruta (Nicolas Tricot e Ana Deus), Filho da Mãe & Ricardo Martins + Miguel Borges, Aline Frazão, Sallim, Lavoisier, Old Jerusalem e Cachupa Psicadélica com o espectáculo Moda do Poeta, inspirado na poesia de diversos autores africanos.
Ciclo especial também no Musicbox, com "bate-papos" marcados entre Diego Armés e Duquesa (1 de Julho) e L-Ali e Mike El Nite (2 de Julho).
@Alípio Padilha
Mais informações e programa detalhado: