por Ana Mântua

Iniciando-se em finais do século XVI, tornou-se uma moda para jovens aristocratas a visita a Paris, Veneza, Florença, e principalmente Roma, como o culminar da sua educação clássica. Assim, e durante os 300 anos seguintes, estabeleceu-se o conceito de Grand Tour, uma prática que iniciava ingleses, alemães, escandinavos, e mais tarde também americanos, na arte e cultura de França, Itália, Grécia e, a dada altura da Península Ibérica. 

Viajar era difícil e dispendioso, e ao longo de todo este período, apenas possível a uma classe privilegiada – a mesma que produzia aristocratas, cientistas, autores, antiquários e mecenas das artes.
Visitava-se, então, para lá das fronteiras nacionais, gente famosa, paisagens e monumentos que constituíssem exemplares particularmente impressionantes, ou encarnassem a noção de beleza perfeita.
Ao longo de 13 programas iremos falar de aventureiros, nobres, escritores, artistas, ou apenas diletantes que percorreram as estradas europeias em buca do “Belo” e do “Exótico”.
Ana Mântua

^{Nathaniel Dance (1735–1811) – A Conversation Piece in Rome: James Grant, Mr. Mytton, the Hon. Thomas
Robinson, and Mr. Wynne, c.1760. © Yale Center for British Art}

Programas

Prog. 1 | 7 Abril

As viagens de aventureiros, cavalheiros e artistas
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^{Pompeo Batoni – Retrato de Sir Wyndham Knatchbull-Wyndham, 1758. Los Angeles County Museum of Art}

Prog. 2 | 14 Abril

As viagens de Cosme de Médicis
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^{Viaje de Cosme de Médicis por España y Portugal (1668-1669); edicion y notas por Angel Sánchez Rivero y Angela Mariutti de Sánchez Rivero. Madrid: Sucesores de Rivadeneyra, [1933]. Biblioteca Nacional Digital}

Prog. 3 | 21 Abril

William Beckford e as suas impressões de Portugal
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Prog. 4 | 28 Abril

Giuseppe Gorani, um aventureiro italiano e espião de Pombal
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Prog. 5 | 5 Maio

Thomas Pitt e a procura da origem do gótico
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Prog. 6 | 12 Maio

Charles Dellon, um médico francês na Goa de Seiscentos
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Prog. 7 | 19 Maio

François de Tours, um padre franciscano em andanças por Espanha e Portugal
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Prog. 8 | 26 Maio

Os retratos portugueses de Arthur William Costigan
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Prog. 9 | 2 Junho

Charles Alexandre de Montgon, um agente secreto de Filipe V
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Prog. 10 | 9 Junho

James Murphy e o encanto pela Batalha

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Prog. 11 | 16 Junho

Henry L’Évêque, um artista viajante

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Prog. 12 | 23 Junho

Conde de Saint-Priest

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Prog. 13 | 30 Junho

Os relances de Maria Rattazzi
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Ana Anjos Mântua nasceu em Lisboa, no
dia 10 de Fevereiro de 1958. Licenciada em História – Variante de História da
Arte e com uma pós-graduação em Arte, Património e Restauro, pela Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa, ingressou como técnica superior na Casa-Museu
Anastácio Gonçalves, sendo desde Maio de 2013, sua Coordenadora. 

Anteriormente
desempenhou funções de investigação e curadoria de exposições em instituições
públicas nacionais: Mosteiro dos Jerónimos/Torre de Belém e Museu Nacional do
Azulejo. Em 2004, enquanto técnica superior do IPPAR-Instituto do Património
Arquitetónico e Arqueológico, desenvolveu um projeto internacional de
salvaguarda do património na Ilha de Moçambique. 

Tem vindo a proferir
conferências e a publicar artigos nas áreas patrimoniais e colecionismo,
nomeadamente "As proveniências da Colecção e o Mercado de Arte em Portugal
entre 1925 e 1965", in Coleccionar
para a Res Publica, Lisboa, 2010; "O Coleccionismo e o Mercado de Arte em
Portugal (1910-1965), in Dicionário
da História da I República e do Republicanismo, Assembleia da Republica, Lisboa,
2014; "As escolhas de um coleccionador", in
Museus, Palácios e Mercado de Arte, SRIBE, Lisboa, 2014; "Nevada: a herdeira americana da
família real portuguesa", in ARTIS:
revista de História da Arte e Ciências do Património. Instituto de História da
Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2014, nº 2.
É autora do livro "A americana que
queria ser rainha de Portugal", Manuscrito, Janeiro de 2017.
Ainda em 2017, por um projeto realizado em conjunto
com Maria de Aires Silveira, recebeu a Menção Honrosa do Grémio Literário
(2016), com o catálogo e exposição "Fórmulas Naturalistas da Arte Moderna".
  

Recentemente, participou nas seguintes conferências internacionais: "All the Beauty of the World. The Western Market for non-European Artefacts
(18th-20th century)", com a palestra intitulada "Diasporic
Objects. The Portuguese market for Chinese ceramics between 1942-1965", Berlim, Outubro de 2016; "Private Collecting and Public Display Art Markets and
Museums", com a palestra intitulada "One man’s choices and the Portuguese
art market, 1925 – 1965", Leeds, (Reino Unido), 30-31 Mar 17; "Special
Collections in the Context of Cultural Heritage Protection and Cultural
Development Fostering", com a palestra intitulada "From a private collection to a public museum", National Library of Serbia, Belgrado, 2-3 Outubro
2017. Já
em 2019, no dia 16 de Fevereiro, participou no Colóquio Internacional
"Collecting: modus operandi", realizado pela Fundação Calouste Gulbenkian, com
a comunicação "Objects
in Diaspora: the acquisitions of Anastácio Gonçalves during and after World War
II".
  

A
sua outra grande paixão é a música, principalmente a música antiga, tendo desenvolvido,
em colaboração com João Chambers, os seguintes projectos radiofónicos para a
Antena 2: "Divina Proporção", 2007;  "A Herança de Atena", 2009; "As Idades do
Mundo", 2012 e "O Fio de Ariadne", 2016.