1 Abril | 21h00
Realização e Apresentação: Reinaldo Francisco
Produção: Susana Valente
Gravação da Antena 2 / RTP
na Igreja dos Jerónimos, em Lisboa,
a 16 de Dezembro de 2021
5º Centenário da Morte de Dom Manuel I
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Officium Ensemble
Pedro Teixeira, direção
Nuno Côrte-Real, direção
Nuno Côrte-Real, direção
Programa
Johannes Ockeghem (c.1420-1497) – Missa Pro Defunctis
Nuno Côrte-Real (1971) – Magnificat Manuelino (*)
(*) Estreia absoluta / Encomenda do 47º Festival Estoril Lisboa em comemoração do 5º Centenário da morte de Dom Manuel I
O reinado de Dom Manuel I coincide com o período mais glorioso da História de Portugal. Foi o monarca que se propôs conquistar o mundo, buscando paragens ultramarinas que os navegadores vislumbravam desde início do século XV. Apesar das políticas controversas que também implementou, chamaram-lhe «O Venturoso», pela fortuna que sempre o protegeu e norteou. Morreu no dia 13 de dezembro de 1521, há precisamente 500 anos.
Este concerto assinala a efeméride com dois momentos musicais contrastantes. Primeiro a cappella, com as vozes cristalinas do Officium Ensemble na interpretação da mais antiga missa de defuntos polifónica que nos chegou – o Requiem de Ockeghem, composto na segunda metade do século XV. Depois com orquestra, na estreia absoluta de mais uma criação de Nuno Côrte-Real – um «cântico manuelino», à descoberta!
Nuno Côrte-Real | Com uma carreira com mais de vinte anos repartida entre a composição e a direção musical, , é um “compositor com liberdade criativa, desafiando todos os rótulos estilísticos actuais (…) em plena produção e em plena consagração, sempre com uma capacidade de nos envolver emocionalmente, muito saudável e muito pura, à sua maneira (…)” (Rui Vieira Nery).
Em 2018 e 2019 ganhou, consecutivamente, o prémio de Melhor Trabalho de Música Erudita da Sociedade Portuguesa de Autores com o ciclo de canções “Agora Muda Tudo” e a ópera “Canção do Bandido”, respetivamente.
Enquanto maestro, Nuno Côrte-Real já dirigiu a Mahler Chamber Orchestra, Orquestra Sinfonica Giuseppe Verdi, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquesta Sinfonica de Castilla y León, Orquesta Ciudad Granada, Real Filharmonía de Galicia, Orquesta de Extremadura, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, para além de inúmeros projetos com o Ensemble Darcos.
É fundador e diretor artístico do Ensemble Darcos, grupo de música de câmara que se dedica à interpretação da sua música e do grande repertório europeu, e assina artisticamente a Temporada Darcos. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura, e, em 2003, foi-lhe atribuída a medalha de Mérito Grau Prata da Câmara Municipal de Torres Vedras.
Nuno Côrte-Real é uma figura de referência no universo da música contemporânea portuguesa. Um aspeto característico da sua produção reside no gosto pela simbiose estilística, a utilização de elementos provenientes de outras tradições musicais, como a música popular, o jazz ou mesmo a música pop. Dir-se-ia que o compositor procura retirar a música contemporânea do seu nicho fechado e revitalizá-la através da aproximação a outros universos sonoros. O seu catálogo discográfico inclui várias obras de caráter híbrido ou simbiótico que se nutrem de outras tradições. A título de exemplo, podíamos referir Cante (Odradek, 2019), baseados em canções populares portuguesas, o ciclo de canções Agora muda tudo (Odradek, 2019), escrito para a célebre cantora de jazz, Maria João, Time Stands Still (Artway Records, 2020), uma interessante recriação das canções de John Dowland, e Tremor (Ars Produktion, 2021), que surge na continuidade desta tendência e pode inscrever-se na mesma linha criativa.
Enquanto maestro, Nuno Côrte-Real já dirigiu a Mahler Chamber Orchestra, Orquestra Sinfonica Giuseppe Verdi, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquesta Sinfonica de Castilla y León, Orquesta Ciudad Granada, Real Filharmonía de Galicia, Orquesta de Extremadura, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, para além de inúmeros projetos com o Ensemble Darcos.
É fundador e diretor artístico do Ensemble Darcos, grupo de música de câmara que se dedica à interpretação da sua música e do grande repertório europeu, e assina artisticamente a Temporada Darcos. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura, e, em 2003, foi-lhe atribuída a medalha de Mérito Grau Prata da Câmara Municipal de Torres Vedras.
Nuno Côrte-Real é uma figura de referência no universo da música contemporânea portuguesa. Um aspeto característico da sua produção reside no gosto pela simbiose estilística, a utilização de elementos provenientes de outras tradições musicais, como a música popular, o jazz ou mesmo a música pop. Dir-se-ia que o compositor procura retirar a música contemporânea do seu nicho fechado e revitalizá-la através da aproximação a outros universos sonoros. O seu catálogo discográfico inclui várias obras de caráter híbrido ou simbiótico que se nutrem de outras tradições. A título de exemplo, podíamos referir Cante (Odradek, 2019), baseados em canções populares portuguesas, o ciclo de canções Agora muda tudo (Odradek, 2019), escrito para a célebre cantora de jazz, Maria João, Time Stands Still (Artway Records, 2020), uma interessante recriação das canções de John Dowland, e Tremor (Ars Produktion, 2021), que surge na continuidade desta tendência e pode inscrever-se na mesma linha criativa.
Pedro Teixeira | Nasceu em Lisboa. É Mestre em Direção Coral pela Escola Superior de Música. Ganhou muita da sua experiência como maestro do Grupo Coral de Queluz (2000-2012), do Coro Polifónico Eborae Musica (1997-2013) e como maestro titular do coro profissional Coro de la Comunidad de Madrid (2012 a 2018) onde, para além de preparar obras sinfónicas, desenvolveu um trabalho de refinamento do som do coro através de um labor regular de fusão e afinação – no qual o trabalho a cappella é fundamental – e da programação de concertos na Sala de Câmara do Auditorio Nacional de Musica (Madrid).
Pedro Teixeira é conhecido no mundo coral pelas suas atuações perspicazes e sensíveis. Especializou-se em construir e manter o som nuclear, a pureza de emissão vocal e a musicalidade dos coros com os quais trabalha. O seu interesse pela música antiga levou-o a formar, em 2001, o Officium Ensemble, um grupo profissional dedicado à investigação e interpretação da polifonia portuguesa dos sécs. XVI e XVII. Desde esse ano, tem-se apresentado amplamente com o Officium Ensemble, ganhando prémios a nível internacional e ndointegra a programação de alguns dos mais reconhecidos festivais de música antiga da Europa, nomeadamente Laus Polyphniae (Antuérpia) e Oude Muziek (Utrecht), para os quais é convidado recorrentemente desde 2011.
Para além do seu interesse pela música antiga, dedica-se à música contemporânea como maestro do Coro Ricercare (Lisboa). Desde 2001, dirigiu várias primeiras audições absolutas por temporada. De 2011 a 2014, foi frequentemente convidado pela Fundação Gulbenkian para preparar programas do Coro Gulbenkian. Neste contexto, destacam-se a Missa em Si menor de J. S. Bach, Falstaff de Verdi, Solomon de Händel e Seven Last Words from the Cross de James MacMillan. É professor na Escola Superior de Música de Lisboa e na Escola Superior de Educação de Lisboa.
Como cantor, atuou por toda a Europa, nos E.U.A., na América do Sul, em África e no Reino Unido, com grupos como o Coro Gulbenkian, A Cappella Portuguesa (Owen Rees) e o Coro Gregoriano de Lisboa, no qual é também solista.
Desde 1997, Pedro Teixeira é diretor artístico das Jornadas Internacionais da Escola de Música da Sé de Évora (Eborae Musica) e orienta vários cursos de verão, como o Victoria 400 (em Barcelona, com Peter Phillips, Ivan Moody e Jordi Abelló) e o Curso Internacional de Música Medieval e Renascentista de Morella, onde dirige o atelier de coro e ensemble vocal. É regularmente convidado a integrar júris de concursos e de festivais de coros, nomeadamente do Festival Coral de Verão de Lisboa, do Gran Premio de Canto Coral (Espanha), do Winter Choral Festival (Hong-Kong), e do Singapore International Choral Festival. Preparou coros profissionais em colaboração com maestros como John Nelson, Joana Carneiro, Víctor Pablo Perez, Riccardo Muti, Paul McCreesh, Lorenzo Viotti e Laurence Foster.
Destaques recentes incluem A Criação de J. Haydn e o War Requiem de Britten no Auditorio Nacional de Musica (Madrid), Falstaff de Verdi na Fundação Gulbenkian e o Requiem de Verdi no Teatro Real de Madrid. Em 2018 dirigiu o Coro Gulbenkian no Grande Auditório Gulbenkian, no Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza e na Fundación Juan March (Madrid). Em agosto de 2018 voltou com o Officium Ensemble aos festivais de música antiga de Utrecht (Oude Muziek) e Antuérpia (Laus Polyphoniae). Em 2019, com o Coro Ricercare, voltou ao Festival Internacional de Música de Marvão, onde é maestro titular do Marvão Festival Chorus.
Pedro Teixeira é conhecido no mundo coral pelas suas atuações perspicazes e sensíveis. Especializou-se em construir e manter o som nuclear, a pureza de emissão vocal e a musicalidade dos coros com os quais trabalha. O seu interesse pela música antiga levou-o a formar, em 2001, o Officium Ensemble, um grupo profissional dedicado à investigação e interpretação da polifonia portuguesa dos sécs. XVI e XVII. Desde esse ano, tem-se apresentado amplamente com o Officium Ensemble, ganhando prémios a nível internacional e ndointegra a programação de alguns dos mais reconhecidos festivais de música antiga da Europa, nomeadamente Laus Polyphniae (Antuérpia) e Oude Muziek (Utrecht), para os quais é convidado recorrentemente desde 2011.
Para além do seu interesse pela música antiga, dedica-se à música contemporânea como maestro do Coro Ricercare (Lisboa). Desde 2001, dirigiu várias primeiras audições absolutas por temporada. De 2011 a 2014, foi frequentemente convidado pela Fundação Gulbenkian para preparar programas do Coro Gulbenkian. Neste contexto, destacam-se a Missa em Si menor de J. S. Bach, Falstaff de Verdi, Solomon de Händel e Seven Last Words from the Cross de James MacMillan. É professor na Escola Superior de Música de Lisboa e na Escola Superior de Educação de Lisboa.
Como cantor, atuou por toda a Europa, nos E.U.A., na América do Sul, em África e no Reino Unido, com grupos como o Coro Gulbenkian, A Cappella Portuguesa (Owen Rees) e o Coro Gregoriano de Lisboa, no qual é também solista.
Desde 1997, Pedro Teixeira é diretor artístico das Jornadas Internacionais da Escola de Música da Sé de Évora (Eborae Musica) e orienta vários cursos de verão, como o Victoria 400 (em Barcelona, com Peter Phillips, Ivan Moody e Jordi Abelló) e o Curso Internacional de Música Medieval e Renascentista de Morella, onde dirige o atelier de coro e ensemble vocal. É regularmente convidado a integrar júris de concursos e de festivais de coros, nomeadamente do Festival Coral de Verão de Lisboa, do Gran Premio de Canto Coral (Espanha), do Winter Choral Festival (Hong-Kong), e do Singapore International Choral Festival. Preparou coros profissionais em colaboração com maestros como John Nelson, Joana Carneiro, Víctor Pablo Perez, Riccardo Muti, Paul McCreesh, Lorenzo Viotti e Laurence Foster.
Destaques recentes incluem A Criação de J. Haydn e o War Requiem de Britten no Auditorio Nacional de Musica (Madrid), Falstaff de Verdi na Fundação Gulbenkian e o Requiem de Verdi no Teatro Real de Madrid. Em 2018 dirigiu o Coro Gulbenkian no Grande Auditório Gulbenkian, no Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza e na Fundación Juan March (Madrid). Em agosto de 2018 voltou com o Officium Ensemble aos festivais de música antiga de Utrecht (Oude Muziek) e Antuérpia (Laus Polyphoniae). Em 2019, com o Coro Ricercare, voltou ao Festival Internacional de Música de Marvão, onde é maestro titular do Marvão Festival Chorus.
O Officium Ensemble tem-se estabelecido como um dos mais proeminentes grupos vocais portugueses dedicados à música antiga. A pureza do som que lhe é característico advém do trabalho de fusão, emissão e equilíbrio que o grupo tem desenvolvido desde a sua criação, sob a direcção de Pedro Teixeira. Aliados a esta característica, o empenho e expressividade dos cantores do ensemble têm levado Officium Ensemble a ser aclamado pelas suas performances marcantes, comprometidas e consistentes, em que a resposta ao texto desempenha um papel essencial. O Officium Ensemble une uma sólida interpretação a uma reiterada investigação musicológica, recorrendo a impressos e manuscritos da época no sentido de oferecer performances historicamente informadas, para além de possibilitar ao público primeiras audições de várias obras em tempos modernos.
O repertório que domina e no qual se especializou estende-se por todo o período do Renascimento e início do Barroco, dedicando-se com especial enfoque à música antiga portuguesa e especificamente à música da Sé de Évora, abarcando também as escolas franco-flamenga, espanhola e inglesa da Era Tudor.
O ensemble tem atuado em inúmeros locais e festivais de música antiga, desde as Jornadas Internacionais Escola de Música da Sé de Évora e Festival Música em São Roque, passando pelos festivais Terras sem Sombra, Dias da Música (CCB), Festival de Órgão de Lisboa e Festival AMUZ Laus Polyphoniae em Antuérpia, Festival Internacional de Música de Setúbal, Ciclo de Música Antiga Reencontros (Palácio Nacional de Sintra), Festival de Música Antiga Oude Muziek de Utrecht entre outros.
O repertório que domina e no qual se especializou estende-se por todo o período do Renascimento e início do Barroco, dedicando-se com especial enfoque à música antiga portuguesa e especificamente à música da Sé de Évora, abarcando também as escolas franco-flamenga, espanhola e inglesa da Era Tudor.
O ensemble tem atuado em inúmeros locais e festivais de música antiga, desde as Jornadas Internacionais Escola de Música da Sé de Évora e Festival Música em São Roque, passando pelos festivais Terras sem Sombra, Dias da Música (CCB), Festival de Órgão de Lisboa e Festival AMUZ Laus Polyphoniae em Antuérpia, Festival Internacional de Música de Setúbal, Ciclo de Música Antiga Reencontros (Palácio Nacional de Sintra), Festival de Música Antiga Oude Muziek de Utrecht entre outros.
O Officium Ensemble gravou para o canal Mezzo, juntamente com a Orquestra Divino Sospiro, assim como para a rádio clássica belga Klara, surgindo também no programa televisivo Percursos da música portuguesa. Os seus concertos são frequentemente retransmitidos pela rádio clássica portuguesa Antena 2 da RTP. Gravou Magnificat, ou a insubmissa voz, obra de João Madureira em estreia absoluta. O mesmo CD inclui obras de Estêvão Lopes-Morago e Magnificat primus tonus, de Filipe de Magalhães, em primeira audição moderna.
A formação base de doze cantores é maleável de acordo com o repertório, juntando mais cantores sempre que necessário. A manutenção de uma estética sonora e interpretativa de excelência é o axioma que rege todo o trabalho do Officium Ensemble, na ambição incessante pela qualidade como veículo de homenagem a um dos mais ricos períodos da história da música ocidental.
A formação base de doze cantores é maleável de acordo com o repertório, juntando mais cantores sempre que necessário. A manutenção de uma estética sonora e interpretativa de excelência é o axioma que rege todo o trabalho do Officium Ensemble, na ambição incessante pela qualidade como veículo de homenagem a um dos mais ricos períodos da história da música ocidental.
A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) é pedra angular de um projeto que se estende além do formato habitual de uma orquestra clássica. Quando se apresentou pela primeira vez em público, no Mosteiro dos Jerónimos a 10 de junho de 1992, anunciou o propósito de fazer confluir as missões artística, pedagógica e cívica por intermédio de uma gestão otimizada de recursos e uma visão ampla e integrada de todas as vertentes do fenómeno musical. Sempre apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa, por instituições governamentais do Estado e por vários municípios do entorno geográfico, e uma vez completadas quase três décadas de atividade, o valor da aposta é hoje consensualmente reconhecido, não somente pelos resultados alcançados, mas sobretudo pela relevância que tem no atual panorama musical do país.Constituída por 35 músicos de 10 nacionalidades diferentes, um terço dos quais formados na Academia Superior da Metropolitana (ANSO), a OML é bastante versátil. Multiplica-se com frequência em agrupamentos de música de câmara e junta-se regularmente aos alunos para formar uma orquestra de dimensão sinfónica. Esta plasticidade tem-lhe permitido interpretar um leque de repertório que se estende do barroco à contemporaneidade, passando pela ópera e pelas grandes sinfonias românticas. Já estreou obras de grande parte dos compositores portugueses no ativo e, para lá da música que se reconhece na tradição clássica europeia, toca ainda outros estilos e tradições, tendo já partilhado palco com os Xutos e Pontapés, Carlos do Carmo, Rui Veloso, Mário Laginha, Tito Paris, Sérgio Godinho e muitos outros. Tem conseguido, deste modo, dirigir-se ao público melómano, mas também às famílias e a toda a comunidade escolar, chegar junto das pessoas através do entusiasmo que todos sentimos pela música.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2