Museu Nacional Grão Vasco, Viseu

Du Côté de Chez Proust

Recital de Viola e Piano no centenário da morte de Proust

João Pedro Delgado, viola de arco
Hélder Marques, piano

Programa

Louis Vierne (1870-1937) – Deux Pièces, para viola de arco e piano

Reynaldo Hahn (1874-1947) – Soliloque et Forlane, para viola de arco e piano

Gabriel Fauré (1845-1924) – Berceuse, para viola de arco e piano

Léon Honnoré (1868-1930) – Morceau de Concert, op.23, para viola de arco e piano

Eugène Cools (1878-1936) – Andante serio, para viola de arco e piano

César Franck (1822-1890) – Sonata em Lá Maior, para violino (viola de arco) e piano

O mundo literário de Proust é marcado de forma indelével pela sua forte ligação à criação musical do seu tempo, e a própria existência da sua obra maior – Em Busca do Tempo Perdido – deve-se no seu fundamento mais profundo à estrutura de uma série de obras musicais que lhe deram origem. A abordagem proustiana à memória, à sensibilidade individual, ao tempo e à forma como este vai determinando a nossa construção em relação ao mundo, tem a sua raiz primeira na exploração da ambivalência da perceção musical, na análise das ideias estruturantes da obra musical, na forma como estas determinam como recebemos, em cada momento, os temas melódicos ou harmónicos, e como esta relação mútua entre sujeito e obra condicionam a nossa perspetiva do mundo e do tempo.
No momento em que a cultura ocidental assinala 100 anos sobre a morte de Marcel Proust, importa recuperar a sensibilidade do seu tempo, convocando as obras e compositores que acompanharam a sua vida privada e moldaram a sua obra literária. 

Através deste programa poder-se-ão ouvir obras de alguns dos seus amigos mais próximos, de obras dedicadas a violetistas que tocaram em sessões musicais privadas na casa do escritor, bem como a provável fonte da famosa petite phrase que constituiu o leitmotiv de toda a sua obra-prima – a Sonata de César Franck -, entre outras peças de grande circulação no seu tempo. 

O presente recital propõe uma viagem à Paris de viragem de século, um vislumbre da Boulevard Haussman, da Rue Hamelin, um perfume dos imaginários salões dos Verdurin, de Combray, de Balbec, ou dos amores de Swann.

Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís

João Pedro Delgado | É Doutorado em Música e Musicologia – especialidade de Interpretação (Performance – viola de arco) pela Universidade de Évora, título que obteve com classificação máxima – distinção e louvor, tendo sido o primeiro a obter esta qualificação em Portugal. É Mestre em Música – Performance, Viola de Arco – pela Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, cuja defesa de dissertação obteve igualmente com classificação máxima.
Nasceu no Porto, em 1978. Foi dedicatário ou co-dedicatário de obras para viola solo, viola e eletrónica ou música de câmara por parte de compositores como Sérgio Azevedo, António Pinho Vargas, João Pedro Oliveira, Fernando Lapa, Jaime Reis, Pedro Amaral, Eduardo Patriarca, Carlos Marecos, Cândido Lima, Alexandre Delgado, Anne Vitorino de Almeida, Tiago Derriça, César Viana, Edward Luiz d ́Abreu, Vasco Mendonça, Ana Seara, Hugo Vasco Reis ou Christopher Bochmann.
Tem tido oportunidade de tocar em concerto solista ou de música de câmara com músicos diversos, tais como António Rosado, Dejan Ivanovic, Carlos Alves, Morgan Szimansky, João Aboim, Miguel Carvalhinho, Hélder Marques, Carlos Canhoto, Fausto Neves, Natalia Riabova, José Corvelo, César Viana, Filipe Quaresma, Marina Pacheco, Carisa Marcelino ou João Crisóstomo.
Foi diretor artístico da associação Belgais – Centro para o Estudo das Artes.
Foi autor de programas na Antena 2 da Radiodifusão Portuguesa, com o programa Cds e Lps.
Colaborou com orquestras tais como Orquestra Gulbenkian, Orquestra do Norte ou Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, dirigido por maestros tais como Michael Zilm, Alex Klein, César Viana, Miguel Graça Moura, Ferreira Lobo ou Christopher Bochmann.
Com diversos agrupamentos de câmara ou a solo, apresentou-se já nas principais salas de espetáculo portuguesas (CCB, São Luiz, Europarque, Teatro Micaelense, Teatro Viriato, Teatro Municipal da Guarda, Coliseus, entre outras), bem como no México, China, Irlanda, Andorra, Inglaterra, Espanha, França, Alemanha, República Checa ou Luxemburgo.
Participou na gravação de vários discos (Quarteto São Roque, Orquestra Sinfonia B, Síntese – Grupo de Música Contemporânea, Viola Solo, Viola Solo e Eletrónica, João Roiz Ensemble, etc.) e vários concertos seus foram transmitidos em rádios e televisões do país e estrangeiro. Os seus concertos têm tido o apoio constante da RTP / Antena 2.
É membro do João Roiz Ensemble, com o qual assume profissionalmente preenchidas temporadas de música de câmara e gravou recentemente dois discos. 

É membro do Síntese – Grupo de Música Contemporânea, com o qual se tem apresentado em inúmeros concertos, em estreias de compositores portugueses, bem como gravações discográficas.
É diretor do Conservatório Regional de Castelo Branco, e professor adjunto convidado na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

^{@ Jorge Carmona / Antena 2}

Hélder Marques | Formou-se com distinção em 2002 na Alemanha (Robert – Schumann – HochschuleDüsseldorf), com o pianista brasileiro Roberto Szidon. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou também na Escola Superior de Música de Lisboa com o pianista Jorge Moyano e em Prato (Itália) com PietroDe Maria. Em 2009 concluiu o Mestrado em Artes Musicais – Canto e Acompanhamento – na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Realizou recitais a solo, com orquestra e de música de câmara em Portugal, bem como em Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Hungria, Rússia, Coreia do Sul e Japão.
É pianista do Ensemble Darcos, com o qual mantém uma atividade regular no domínio da música de câmara, tendo gravado para a RTP / Antena 2, completado diversos projetos discográficos e estreado obras de câmara de compositores portugueses.
É frequentemente convidado para acompanhar masterclasses de canto e dá recitais com os mais reconhecidos cantores líricos nacionais. Tem ainda trabalhado regularmente no domínio da correpetição e direção de ópera.
Como pianista acompanhador, Helder Marques tem desempenhado um papel destacado na formação pedagógica e artística de muitas crianças e jovens músicos portugueses, sendo muito procurado para o acompanhamento de piano em concursos nacionais e internacionais.
Profissionalizado pela Escola Superior de Música de Lisboa, foi professor do Instituto Gregoriano de Lisboa até 2017/18. Atualmente é professor acompanhador na Escola de Música “Luís António Maldonado Rodrigues”, em Torres Vedras, onde leciona desde 1994, e na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, desde setembro de 2018.

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