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Concerto | Música Tradicional
Grupo de Canto Tradicional de Mulheres
Programa
Pelas arrigas do linho (Douro Litoral/Arouca/Espiunca)
Agora baixou o sol (Trás-os-Montes/Vinhais/Tuiselo)
Ó cabo, leira, ó cabo (Douro Litoral/Aveiro/Moldes)
Senhora do Alívio (Minho/Viana do Castelo)
Canções de Embalar
Cala-te, menino cala (Covilhã)
Arroró (Ilhas Canárias/Hierro)
Embalo (Madeira/Machico)
Arroró (Zamora)
José embala o menino (Beira Baixa)
Ró Ró (Trás-os-Montes)
Maçadeiras (Beira Alta/Manhouce)
Tascadeiras do meu linho (Douro Litoral/Arouca/Espiunca)
Espadelada (Beira Alta/Manhouce)
Deita-te ao correr da água (Minho/Braga/Tebosa)
Fui falar à tecedeira (Beira Alta/Arouca/Bouça)
A Fonte do Salgueirinho (Trás-os-Montes)
Em Maio (Beira Alta/Manhouce)
Ai de mim, tanta laranja (Alentejo)
Ai ó meu S. João da Ponte (Minho/Braga/Vilarinho da Furna)
Ilha dos vidros (Alentejo)
Misericórdia (Douro Litoral)
Aleluia (Beira Alta/Viseu/Tondela)
Abaixai-vos carvalheiras (Minho/Braga/Bouro/Amares)
Eito fora (Beira Alta)
Menina do Balho (Beira Baixa)
Serra d’Arga (Minho)
Entrecruzando em canto o sagrado e o profano, o ciclo da vida, o ciclo da natureza e o ciclo religioso, o Cramol procura dar a conhecer o canto da mulher rural no seu quotidiano.
Mais de vinte mulheres cantam, muitas das vezes em círculo, polifonias tradicionalmente reservadas ao seu género. Estas mulheres, que partilham a mesma origem urbana, mas que têm profissões e idades muito diversificadas, procuram no seu interior o timbre e a disposição que nasce com cada útero. Esse timbre, por vezes estranho, por vezes estridente, toma diferentes formas não só consoante as regiões do país, mas também conforme a situação em que a canção é evocada, aquilo que conta ou de quem lhe dá voz.
Trata-se de uma pesquisa íntima para cada uma destas mulheres, tomada como uma aventura – a aventura de descobrir a essência e a força da sua feminilidade. É afinal uma outra forma de embalar um filho, de se dizer que se está feliz, que se está em sofrimento, que se está apaixonada.
O grande desafio é, mais do que reproduzir fielmente os cantos tradicionais de mulheres, enfrentar uma nova disponibilidade da voz e do corpo, recriando uma temporalidade que se julgou perdida nas sociedades de hoje.
O Cramol nasceu em 1979 no seio da Biblioteca Operária Oeirense aonde semanalmente ensaia. De um atelier de aprendizagem onde se aprendia o repertório de canto de mulheres, sobretudo da Beiras, Minho, Douro Litoral, Entre Douro e Minho, mas também Trás-os-Montes, Alentejo, Algarve, e alguma incursão nas ilhas, rapidamente se tornou um grupo de nome próprio Cramol – de clamor, o canto, a vozes, que se fazia e faz ouvir nas procissões de preces e rogações que, posteriormente deu cramol e passou a designar o canto a 3 vozes. A primeira abordagem a este repertório e à sua sonoridade deste canto, faz-se através das recolhas de Michel Giacometti e do seu trabalho com Fernando Lopes-Graça.
A paixão, a riqueza, extensão e diversidade do canto tradicional de mulheres tem mantido vivo o grupo e o repertório. O grupo foi alargando a base de trabalho a outros Cancioneiros, como o de Cinfães, Lafões, Arouca, etc.
Constituído atualmente por 21 elementos, o Cramol tem direção artística de Eduardo Paes Mamede desde 2003.