A Antena 2 gravou o concerto pelo Iberian Ensemble, no dia 4 de março, na Igreja do Menino Deus, que é oferecido e difundido pela UER para o Dia Europeu de Música Antiga. Também nesse dia, a 21 de março, pelas 21h00, a Antena 2 transmite este concerto celebratório.
Temporada de Concertos Antena 2
21 Março | 21h00
Gravação pela RTP/Antena 2
na Igreja do Menino Deus, em Lisboa
Concerto do Dia Europeu de Música Antiga
Iberian Ensemble
Alexandre Andrade, traverso
Mariña García-Bouso, violino barroco
Andoni Conde Villar, violino barroco
Jardel Souza, viola da gamba
João Paulo Janeiro, cravo
Mariña García-Bouso, violino barroco
Andoni Conde Villar, violino barroco
Jardel Souza, viola da gamba
João Paulo Janeiro, cravo
Programa
A Música Setecentista nas Cortes Ibéricas e Italianas
Arcangelo Corelli (1653-1713) – Sonata a 4
Adágio
Allegro
Grave
Allegretto
AllegroPedro António Avondano (1714-1782) – Trio Sonata em Ré M
Allegro
Andante e piano sempre
Allegro
Adágio
Allegro
Grave
Allegretto
AllegroPedro António Avondano (1714-1782) – Trio Sonata em Ré M
Allegro
Andante e piano sempre
Allegro
Policarpo J. A. Silva (1745-1803) – Marcha e Contradança
Arcangelo Corelli (1653-1713) – Trio Sonata nº 2, op. 3
Grave
Allegro
Adagio
Allegro
Giovanni Antonio Giay (1690-1764) – Concerto para flauta, 2 violinos e contínuo
Allegro
Grave
Allegro
O Iberian Ensemble fundado em 2014 por Alexandre Andrade tem por objetivo congregar a pesquisa musicológica e a performance da música instrumental ibérica do séc. XVIII.
No plano da formação procura, também, fomentar o contacto e a aprendizagem, junto dos mais jovens, para o universo dos instrumentos antigos.
Partindo do traverso (flauta barroca), e conciliando outros instrumentos; oboé barroco, fagote barroco, chalumeau, violino barroco, sustentado pelo cravo, violoncelo barroco, viola da gamba, e alaúde barroco, o Iberian Ensemble assume variadas formações, sempre em função do repertório a ser trabalhado.
A riqueza estilística dos repertórios do barroco ibério, italiano, e suas relações com o Brasil, partindo da interpretação historicamente informada, são também, os desafios colocados por todos os elementos que constituem este projeto.
Desde a sua génese, tem trabalhado, ininterruptamente, com autarquias, associações, universidades, academias e conservatórios de música, museus, festivais, entidades culturais, em Portugal, Espanha, República Checa, Sérvia e Brasil.
Para este concerto A música setecentista nas cortes ibéricas e italianas, marcam este quadro sonoro, partindo da música instrumental.
Abrindo o recital com a obra Sonata a 4 de A. Corelli (1653-1713). Originalmente escrito para oboé, 2 violinos e contínuo, recorremos ao manuscrito que se encontra em Viena, Österreichische Nationalbibliothek, e propomos uma abordagem versátil, partindo da flauta traversa, sendo na verdade, neste período, uma prática comum o oboísta também tocar flauta traversa e flauta de bisel. Teremos também a Trio Sonata nº 2, op. 3 para 2 violinos e contínuo de Corelli, composta por Grave, Allegro, Adagio e Allegro.
Viajamos agora no tempo, em direção a meados de séc. XVIII, contemplando a obra de Pedro António Avondano (1714-1782), filho do violinista italiano Pietro G. Avondano, genovês que esteve ao serviço da corte portuguesa. Pedro Avondano é considerado o maior compositor português de música instrumental da segunda metade de setecentos, o qual esteve ao serviço da Orquestra da Real Câmara de Lisboa. A sua Trio Sonata em Ré Maior para 2 violinos e contínuo é exemplo dessa mestria, revestida de elementos musicais num estilo galante.
Apresentamos ainda neste recital, a Marcha e Contradança de Policarpo J. A. Silva (1745-1803), importante tenor, compositor, na segunda metade de setecentos, destacou-se como cantor no Seminário Patriarcal e na Orquestra da Real Câmara de Lisboa. Recorrendo a uma escrita elegante, é bem percetível o estilo galante no seu discurso musical.
Encerramos este quadro sonoro, pelas cortes ibéricas e italianas, com obra do compositor G. Antonio Giay (1690-1764). Natural de Turim, onde iniciou os seus estudos musicais na Catedral da cidade, na verdade pouco se conhece deste compositor. No entanto, merece a nossa atenção, e em particular este concerto para flauta, cordas e baixo-continuo. Em 1732, viria a assumir o cargo de maestro di cappella da cidade onde nasceu, tendo dedicado grande parte da sua escrita às funções inerentes ao cargo ocupado.
Transmissão diferida
Realização: João Almeida
Produção: Susana Valente
Alexandre Andrade | Natural de Souto, concelho de Santa Maria da Feira, é Professor auxiliar do I.S.E.I.T Viseu, Instituto Piaget (Portugal), professor Convidado da Universidade Federal de Alagoas e Universidade Federal da Bahia (Brasil) e professor de Flauta no Conservatório de Música da JOBRA (Portugal). É Licenciado em Ensino de Flauta Transversal (Universidade de Aveiro) em 1995, na classe de Pedro Couto Soares, realizou o Mestrado em Performance na Irlanda (Waterford Institute of Technology) em 1997. Doutorou-se em Música (Universidade de Aveiro) em 2005, dedicando a sua tese A presença da flauta traversa em Portugal de 1750 a 1850, seu repertório e performance do traverso na 2ª metade do séc. XVIII e 1ª metade do séc. XIX. Em setembro de 2016, concluiu o Mestrado em Interpretação – Música Antiga – Traverso, na ESMAE (Porto) na classe de Olavo Barros.
Também trabalhou em Orquestra Barroca com os professores Pedro Sousa e Silva, Ana Mafalda Castro, Benjamim Chénier e Marco Ceccato. Membro fundador dos agrupamentos Ensemble Ars Iberica, Iberian Ensemble e Ventos do Atlântico tem realizado concertos e formação na área da Música Antiga em Portugal continental, Açores, Espanha; Inglaterra, República Checa, Sérvia e Brasil.
Mariña García-Bouso | Estudou música e violino em Lugo, Oviedo (Espanha) e na Escola Profissional de Música de Viana do Castelo. Especializou-se em Violino Barroco com Amandine Beyer na ESMAE (Porto),onde realizou a Licenciatura e o Mestrado em Interpretação. Estudou com Odile Edouard no Conservatório de Lyon (ERASMUS, França). Realizou o Mestrado em Ensino da Música na ESML (Lisboa). É convidada regularmente para lecionar na Academia Júnior de Música Barroca da ESMAE.
Participou com as seguintes agrupações: Divino Sospiro, Orquesta Barroca de la Universidad de Salamanca, Gli Incogniti, Flores da Música, etc. Colabora regularmente com: Orquestra Barroca da Casa da Música, Concerto Ibérico e Orquestra Vigo 430. Proferiu conferências e orientou masterclasses de Violino Barroco na Galiza e em Portugal. É professora no Curso de Música Antiga de Agolada.
Andoni Conde Villar | Começa os seus estudos na cidade de Vigo (Espanha) com o maestro Manuel Martínez Álvarez-Nava. Já antes de finalizar os seus estudos de violino moderno, a música antiga e o violino barroco chamam a sua atenção começando a assistir aos cursos da Academia de Música Antiga de la Universidad de Salamanca (Espanha), recebendo aulas de prestigiados especialistas na interpretação histórica, como Ángel Sampedro, Sigiswald Kujiken, Mira Glodeanu, Win Ten Have, Enrico Onofri, Jaap Ter Linden, Enrico Gatti, Itziar Atuxa, Jacques Ogg e Pedro Gandia.
Desde 1997 até o 2002 é membro da Orquestra Barroca de la Universidad de Salamanca (OBUS) em Espanha. Respondendo às suas inquetações musicais, continua frequentando cursos em Espanha e no estrangeiro, recebendo aulas de outros instrumentistas especialistas na música antiga como a Marianne Muller, Françoise Lengellé, François Fernández, Isabel Serrano, Olivia Centurioni, Rosella Croce, Manfredo Kraemer, Leila Schayegh… até que finalmente decide especializar-se no violino barroco de forma académica, matriculando-se no Mestrado em Interpretação na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto onde recebe aulas da violinista Amandine Beyer.
No âmbito orquestral asistiu a um stage dirigido por Barthold Kujiken onde se interpretou a Paixão Segundo São Mateus de J. S. Bach e, além de ter sido membro da OBUS anteriormente citada, colabora também com a Orquestra Barroca de Vigo 430, Gli Incogniti, Ars Combinatoria, Capela Compostelana e Orquesta Barroca Aut Tace.
Atualmente, concilia a sua atividade como docente com concertos com o grupo I Colori Dell’Armonia do qual é membro fundador.
Jardel Souza | Mestrando em Música pela Universidade Federal de Pernambuco e licenciado em música pela mesma universidade. Iniciou seus estudos musicais com a guitarra clássica no Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife e no Conservatório Pernambucano de Música. Em 2008 iniciou seus estudos com a viola da gamba, tendo como professores Mário Orlando (RJ) e Cecília Aprigliano (Brasília).
Desde então tem-se apresentado em diversos festivais no Brasil e na Europa como gambista e guitarrista.
Ainda na área da música antiga, participou dos grupos Dell’Armonia Antiqua (Maceió), sob direção do uruguaio Gaston Gerónimo, da Trupe Barroca (Espírito Santo) e do Metáphora (Recife), ambos sob a direção de Sérgio Dias, do Iberian Ensemble (Portugal) e Ventos do Atlântico (Portugal), ambos sob direção de Alexandre Andrade, e do Folia Criolla, sob direção de Maria Aida. Este último com ênfase no repertório colonial latino-americano.
Atualmente desenvolve um trabalho de pesquisa musicológica sobre a música pernambucana do séc. XIX. Parte desta pesquisa resultou no Duo Aracê, formação com ênfase neste repertório. Além disso, é professor no Conservatório de Música Bomfim (Braga).
João Paulo Janeiro | Intérprete de instrumentos de tecla históricos, divide a sua actividade profissional entre a investigação, concertos, gravações e a docência.
Fez a sua formação em Lisboa, onde completou os estudos em cravo, órgão, clavicórdio e musicologia histórica.
Fundou e dirige os agrupamentos Flores de Mvsica, Capella Joanina e Concerto Ibérico, com os quais tem difundido ativamente os repertórios ibéricos dos séculos 16 a 19 em concertos, gravações de CD, conferências e masterclasses, tendo realizado várias estreias modernas de obras de compositores portugueses.
Participou em diversos festivais internacionais de música em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, França e Suíça, tanto como cravista, organista e maestro e dirigido várias produções de ópera barroca de Monteverdi, Lully e Purcell em Portugal e Itália.
Desenvolveu projectos de cooperação musical na Noruega e na Islândia. Gravou vários CD a solo com os órgãos históricos da cidade de Évora, Torre de Moncorvo e Castelo Branco.
Orientou edições críticas de obras de João Baptista Avondano e Francisco António de Almeida; dirigiu as gravações de CD do Te Deum e da Grande Missa em Fá de Almeida, e do Matuttino de’ Morti de David Perez.
Gravou dois CD com o Avondano Ensemble dedicados às sonatas de João Baptista Avondano e à música de câmara de Pedro António Avondano. Prepara a edição crítica da primeira ópera de um compositor português: La Pazienza di Socrate de F. A. Almeida.
Tem trabalhado na reconstrução dos Concertos Grossos de Pereira da Costa, editados em Londres em 1741, para a gravação em CD e edição da partitura. Tem também promovido a difusão da obra de João Lourenço Rebelo em concertos, estágios internacionais em Espanha e Itália. Dirigiu a estreia moderna e gravou em CD as Vésperas da Beata Virgem Maria de Rebelo. Com Alto Patrocínio da Presidência da República, dirigiu a estreia moderna com instrumentos da época do Requiem de João Domingos Bomtempo, que gravou também em CD. Paralelamente, gravou para CD a Paixão Segundo São João de Johann Sebastian Bach com o Concerto Ibérico e as Sonatas de Johann Ernst Galliard com o agrupamento Contágio Barroco. Dirigiu a Paixão Segundo São Mateus de J. S. Bach, pela primeira vez em 2019.
Concebeu os projectos e dirige os festivais de música antiga West Coast e SIMA, por onde têm passado alguns dos melhores intérpretes internacionais na área da música antiga. Realizou o Inventário de Órgãos Históricos do Alentejo e coordenou processos de restauro para o Ministério da Cultura. Concebeu e dirige os CIMA – Cursos Internacionais de Música Antiga.
Leciona cravo, música de câmara e baixo contínuo e as classes de interpretação histórica na ESART-IPCB e de órgão na EMNSC. Tem difundido os instrumentos de tecla históricos e a performance histórica, em concertos e masterclasses de cravo, baixo contínuo e orquestra barroca em Portugal e em Itália.
É presidente da MAAC, membro fundador do CESEM (FCSH-UNL) e da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música (SPIM). Tem apresentado comunicações e publicado artigos na área da organologia e música barroca portuguesa.
Fez a sua formação em Lisboa, onde completou os estudos em cravo, órgão, clavicórdio e musicologia histórica.
Fundou e dirige os agrupamentos Flores de Mvsica, Capella Joanina e Concerto Ibérico, com os quais tem difundido ativamente os repertórios ibéricos dos séculos 16 a 19 em concertos, gravações de CD, conferências e masterclasses, tendo realizado várias estreias modernas de obras de compositores portugueses.
Participou em diversos festivais internacionais de música em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, França e Suíça, tanto como cravista, organista e maestro e dirigido várias produções de ópera barroca de Monteverdi, Lully e Purcell em Portugal e Itália.
Desenvolveu projectos de cooperação musical na Noruega e na Islândia. Gravou vários CD a solo com os órgãos históricos da cidade de Évora, Torre de Moncorvo e Castelo Branco.
Orientou edições críticas de obras de João Baptista Avondano e Francisco António de Almeida; dirigiu as gravações de CD do Te Deum e da Grande Missa em Fá de Almeida, e do Matuttino de’ Morti de David Perez.
Gravou dois CD com o Avondano Ensemble dedicados às sonatas de João Baptista Avondano e à música de câmara de Pedro António Avondano. Prepara a edição crítica da primeira ópera de um compositor português: La Pazienza di Socrate de F. A. Almeida.
Tem trabalhado na reconstrução dos Concertos Grossos de Pereira da Costa, editados em Londres em 1741, para a gravação em CD e edição da partitura. Tem também promovido a difusão da obra de João Lourenço Rebelo em concertos, estágios internacionais em Espanha e Itália. Dirigiu a estreia moderna e gravou em CD as Vésperas da Beata Virgem Maria de Rebelo. Com Alto Patrocínio da Presidência da República, dirigiu a estreia moderna com instrumentos da época do Requiem de João Domingos Bomtempo, que gravou também em CD. Paralelamente, gravou para CD a Paixão Segundo São João de Johann Sebastian Bach com o Concerto Ibérico e as Sonatas de Johann Ernst Galliard com o agrupamento Contágio Barroco. Dirigiu a Paixão Segundo São Mateus de J. S. Bach, pela primeira vez em 2019.
Concebeu os projectos e dirige os festivais de música antiga West Coast e SIMA, por onde têm passado alguns dos melhores intérpretes internacionais na área da música antiga. Realizou o Inventário de Órgãos Históricos do Alentejo e coordenou processos de restauro para o Ministério da Cultura. Concebeu e dirige os CIMA – Cursos Internacionais de Música Antiga.
Leciona cravo, música de câmara e baixo contínuo e as classes de interpretação histórica na ESART-IPCB e de órgão na EMNSC. Tem difundido os instrumentos de tecla históricos e a performance histórica, em concertos e masterclasses de cravo, baixo contínuo e orquestra barroca em Portugal e em Itália.
É presidente da MAAC, membro fundador do CESEM (FCSH-UNL) e da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música (SPIM). Tem apresentado comunicações e publicado artigos na área da organologia e música barroca portuguesa.
Concerto em parceria com a Cooperativa Largo Alto
Fotos Jorge Carmona / Antena 2