Temporada de Concertos Antena 2
25 janeiro | 19h00
Palácio Marquês da Fronteira
Entrada gratuita
mediante reserva em loja.fronteira-alorna.pt
Trio Jakob
Manuel De Almeida-Ferrer, violino
Carla Peña Romero, violoncelo
Imanol Casán, piano
Programa
L.v. Beethoven – Trio Nº 5 em ré maior, Op. 70-1
D. Chostakovitch – Trio Nº 2 em mi menor, Op.67
Fragmentos de uma Revolução
A história da Europa é uma história de revolução. Compreender o passado tem de passar pelo estudo dos seus momentos revolucionários. A função, ou talvez o fardo, de grandes artistas é a de cristalizar o zeitgeist do seu momento histórico numa linguagem unificadora e que possa ser compreendida por todos. A forma de compreender estes momentos de grande mudança na nossa história tem, portanto, de passar por perceber a arte que os acompanhou.
Não haverá provavelmente compositores mais capazes de encapsular o verdadeiro espírito revolucionário do seu tempo do que Ludwig van Beethoven e Dmitri Chostakovitch. O primeiro viveu durante o longo desenrolar da Revolução Francesa, a ascensão de Napoleão e a sua eventual derrota. O segundo, filho da Revolução de Outubro, sobreviveu a um dos momentos mais negros da história russa durante o cerco de Leningrado pelas mãos da invasão nazi-fascista, tornando-se eventualmente um dos mais reconhecidos compositores da União Soviética. A música de ambos, com as suas características mais individuais, não é apenas capaz de capturar a vontade revolucionária dos seus tempos mas também de criar um diálogo contínuo através do tempo e do espaço, um diálogo que rompe as especificidades dos seus próprios momentos históricos e se torna, através da justaposição da sua música, numa narrativa de um contínuo processo histórico. Nas palavras do filho de Chostakovitch, Maxim, grandes artistas “não escrevem sobre esta guerra ou aquela revolução, mas sobre Guerra e Revolução em geral, o estado da mente e as emoções, não os factos.”
Este programa, que inclui o Trio Nº 5 em Ré Maior de Beethoven, o Trio Nº 2 em mi menor de Chostakovich cria um espaço para que este diálogo aconteça, permitindo ao público explorar as semelhanças, diferenças e, acima de tudo, o contínuo caminho traçado por estes momentos na história Europeia, esperando que a sua intemporalidade ressoe exatamente da forma que Chostakovitch insistia que a música devesse sempre soar: “a verdadeira música é sempre revolucionária, pois cimenta as fileiras do povo; ela une-as e lidera-as avante.”
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Trio Jakob | Tendo recebido vários prémios internacionais, é um ensemble com o objetivo de explorar o repertório de trio com piano e uma sonoridade única através da conjunção de três personalidades distintas. Presentemente residindo nos Países Baixos e provenientes de Portugal e Espanha, o trio é constituído pelo violinista Manuel De Almeida-Ferrer, a violoncelista Carla Peña Romero e o pianista Imanol Casán.
Desde a sua fundação em 2014 o trio apresentou-se em festivais e temporadas de concerto internacionais — entre as quais a Fundación Juan March(Madrid), Fringe Festival de Torroella de Montgrí (Espanha), Prisma Poliedric Festival (Itália) e a Stadsgehoorzaal(Leiden) — e é laureado em vários concursos internacionais como o XVI CIM Les Corts (Barcelona), o II Concurso Cambra Románica (Andorra) e a La Follia NuovaInternational Competition (Itália).
O trio foi recipiente do Prémio Champagne Maillard do Concurso Europeu de Música de Câmara FNAPEC (Paris), o terceiro prémio no Concurso Internacional de Música de Câmara Antonio GarcíaAbril, e o segundo prémio na edição de 2021 do concurso de música de câmara das Juventudes Musicais de Espanha.
O Trio Jakob foi o primeiro trio com piano a integrar a Nederlands Strijkkwartet Akademie NSKA, onde trabalha regularmente com o seu líder artístico, Marc Danel, assim como outros músicos convidados, entre os quais Luc-Marie Aguera, Simone Gramaglia e Alexander Pavlovsky.
Formam também parte da academia ProQuartet em Paris, e participam regularmente nos encontros anuais de música de câmara da Juventudes Musicais Internacionais da Alemanha em Weikersheim, com uma bolsa completa da JMI-Deutschlandassim como conta com o apoio da fundação holandesa Stichting Young Notables.