Michael Cunningham, um dos mais conceituados autores contemporâneos, vencedor dos aclamados prémios Pulitzer e Pen/Faulkner com a obra As Horas (1998), esteve em Lisboa para apresentar o seu novo romance, Dia, e conversou com Luís Caetano.
Dia é uma meditação inesquecível e literariamente irrepreensível acerca do amor e das perdas, das lutas e das limitações da vida familiar, escrito durante a recente pandemia que assolou o mundo.
Publicado pela Gradiva e traduzido por Sara Veiga, Dia conta a história de uma família disfuncional em Brooklyn, composta por Dan e Isabel, um casal com uma relação desgastada, os seus filhos Nathan e Violeta e ainda o irmão mais novo de Isabel, Robbie. Desenrolando-se em tempos de pandemia, a narrativa é marcada por três momentos em três datas-chave: a manhã de 5 de abril de 2019, quando a aparente felicidade doméstica começa a ruir; a tarde de 5 de abril de 2020, quando o confinamento imposto pela pandemia agrava os problemas familiares; e a noite de 5 de abril de 2021, quando a família sai da crise e enfrenta uma realidade diferente enquanto reflete sobre o caminho a seguir.
Michael Cunningham nasceu em 1952, na cidade de Nova Iorque. Cresceu e estudou em Cincinnati, no estado do Ohio onde, com apenas quinze anos de idade, decidiu tornar-se escritor após ler Mrs. Dalloway de Virginia Woolf. Estudou Literatura Inglesa em Stanford e fez o mestrado em Belas Artes em Iowa. Com o seu primeiro romance Uma Casa no Fim do Mundo(1990), ganhou reconhecimento imediato; depois escreveu Sangue do meu Sangue (1995) e As Horas (1998), livro onde “mergulha no abismo de Virginia Woolf” e foi adaptado ao cinema, protagonizado por Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman, e nomeado ao Óscar de Melhor Filme em 2003 — e rendeu a Meryl Streep a estatueta de Melhor Atriz. Este romance está também na base do libreto de Greg Pierce da ópera homónima do compositor Kevin Puts numa encomenda da Metropolitan Opera de Nova Iorque.
Outros títulos das suas obras publicados em Portugal incluem os romances Dias Exemplares, Ao Cair da Noite e A Rainha da Neve, e ainda em 2015 Um Cisne Selvagem e Outros Contos, uma reinterpretação de histórias clássicas.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2