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Imagem de Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 – 21h00
Festivais 20 abr, 2018, 21:46

Dias da Música na Antena 2 | 28 Abril | 14h00 – 21h00

Transmissão direta | CCB

Imagem de Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 – 21h00
Festivais 20 abr, 2018, 21:46

Dias da Música na Antena 2 | 28 Abril | 14h00 – 21h00

Transmissão direta | CCB


Dias da Música na Antena 2

28 Abril | 14h00 – 21h00 | Transmissão direta




Castigos, Culpas e Graças Divinas    

PECADOS E TENTAÇÕES TERRENAS



D1 | 16h00 | Transmissão direta

Jogos de Sedução

Grande Auditório    

Bruno Borralhinho, direção musical
Deutsches Kammerorchester Berlin

Programa


Georges Bizet (1838-1875)/Rodion Shchedrin (1932) – Carmen, Suite para orquestra de cordas e percussão

De entre os vários «sedutores» da ópera, a cigana Carmen talvez seja a mais famosa. Tal como a maioria destas personagens, também esta acaba vítima de si própria e dos seus jogos de sedução.
Logo após a sua publicação, em 1845, Carmen, a novela de Prosper Mérimée, foi rotulada de chocante e escandalosa. Trinta anos mais tarde, Georges Bizet estreia a «sua» Carmen em Paris, sendo que não foi imediatamente aceite, pois continuava a chocar o público, mas tornar-se-ia rapidamente numa das óperas mais frequentemente encenadas em todo o mundo e num dos maiores sucessos da história da ópera.
A última ópera composta por Bizet celebra e eterniza a relação fatídica entre a sensual e voluntariosa cigana Carmen e Don José, um pacato sargento cujos códigos morais serão perturbados por uma avassaladora e incontrolável paixão. Carmen incarna o paradigma da liberdade individual sem concessões e sem limites, o arquétipo da mulher independente e confiante da sua beleza e poder de atração, impulsionada pelo desejo de viver apenas de acordo com a sua vontade e as suas próprias leis.
Desde sempre, esta ópera tem conseguido conquistar indefetíveis gerações de admiradores. Com o passar dos anos, Carmen foi revisitada por inúmeros encenadores, compositores e até instrumentistas virtuosos, ganhando novas facetas e leituras. Numa dessas leituras, em 1971, o compositor russo Rodion Shchendrin apropria-se da música de Bizet, reescreve-a a pensar na sonoridade algo particular da orquestra de cordas com percussão, e leva a história para o mundo do ballet.
André Cunha Leal

 

D2 | 19h00
Os Sete Pecados Mortais 

Grande Auditório 
Concerto legendado em Português

Ana Maria Pinto, soprano 
Bruno Almeida, tenor 
Mário João Alves, tenor 
Diogo Oliveira, barítono
Christian Luján, barítono 

Orquestra Clássica do Sul
Rui Pinheiro direção musical

Programa

Kurt Weill (1900-1950) – Os Sete Pecados Mortais

Nesta história são-nos apresentadas duas irmãs, Anna I, a cantora, e Ana II, a bailarina. A cantora é uma pragmática, com os «pés-na-terra»; a bailarina é uma sonhadora e, como diz Anna I, «etwas verrückt» – um pouco tonta. Duas personagens antagónicas que se complementam, como se uma fosse o alter-ego da outra.
Anna I e Anna II têm como missão viajar por sete cidades norte-americanas, durante sete anos, de forma a ganharem dinheiro suficiente para que a sua família possa comprar uma casa. As duas irmãs passam assim por sete cidades e, em cada uma delas, são confrontadas com um dos sete pecados. Em Nova Orleães, são confrontadas com a preguiça, em Memphis, com o orgulho, em Los Angeles, com a ira, em Filadélfia, com a gula, em Boston, com a luxúria, em Baltimore, com a avareza, e em São Francisco, com a inveja. É sempre Anna II quem cede ao pecado: primeiro é acusada de ser preguiçosa e de não querer trabalhar; depois é acusada de ser demasiado orgulhosa para aceitar dançar num cabaret; quando aceita pôr de lado o seu orgulho para agradar à clientela, é acusada do pecado de luxúria; Anna II sente-se furiosa com a injustiça da situação e a irmã aconselha-a a acalmar-se para não cair no pecado da ira. Ela é igualmente aconselhada a ser fiel a um homem rico que aceitou pagar para ter o seu amor, mesmo que isso signifique ter que acabar a relação com o homem que ama verdadeiramente. Pelo meio, aceita ser modelo, mas sofre tanto com a dieta que lhe é imposta, que começa a ter ataques de verdadeira gulodice. Nunca nada está bem e cada tentativa para corrigir um pecado resulta num outro pecado. No final, Anna I adverte Anna II: «Um pobre não pode dar-se ao luxo de ter orgulho». As duas regressam ao Louisiana.
André Cunhal Leal

Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 - 21h00



D3 | 21h00 

Gianni Schicchi

Grande Auditório 
Concerto legendado em português

José Fardilha, barítono
Susana Gaspar, soprano
Maria Luísa de Freitas, meio-soprano  
Luís Gomes, tenor 
Marco Alves dos Santos, tenor 
Ana Paula Russo, soprano 
Luís Rodrigues, barítono 
Nuno Dias, baixo
José Corvelo, barítono
Cátia Moreso, meio-soprano
João de Oliveira, baixo 
Armando Possante, barítono 
André Henriques, baixo 

Orquestra de Câmara Portuguesa
Deutsches Kammerorchester Berlin
Bruno Borralhinho direção musical

Programa

Giacomo Puccini (1858-1924) – Gianni Schicchi

Num festival em forma de tríptico e num dia dedicado às tentações terrenas e aos vários pecados, não poderia faltar um lugar especial para A Divina Comédia, de Dante, também ela dividida em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Neste concerto, olhamos para o Canto XXX do Inferno através de uma das partes de um outro tríptico, este em forma de ópera e estreado há precisamente cem anos: o Tríptico de Puccini.
Na Divina Comédia, Dante Alighieri (1265-1321) condena os seus inimigos políticos e pessoais ao Inferno e apresenta-os como exemplo daqueles que merecem ser sujeitos aos maiores dos castigos. Entre os desafetos do poeta estava Gianni Schicchi, cidadão de Florença, que teria falsificado a seu favor o testamento de Buoso Donati (Dante era casado com Gemma Donati, membro dessa família e, por isso, igualmente lesada). Buoso morreu a 1 de setembro de 1299 e, na Divina Comédia, Gianni Schicchi aparece retratado no Inferno, no Canto XXX, entre os Falsários.
Há precisamente cem anos, Puccini, com a ajuda do libretista Giovacchino Forzano, iria pegar nesta história e fazer dela a terceira parte do seu tríptico, estreado na Metropolitan Opera de Nova Iorque, no dia 14 de dezembro de 1918.
André Cunha Leal

 

D4 | 14h30 | Transmissão direta
666, La Casa Del Diavolo

Pequeno Auditório

La Paix du Parnasse
António Carrilho, direção musical, flauta de bisel solista*
Carlos Gallifa, Marcos Lázaro, Sergio Suárez, Zofia Mendanha, violino barroco 
Juan Mesana, Isabel Martín, viola barroca 
Javier Aguirre, Catherine Strynckx, violoncelo barroco 
Susana Ochoa, contrabaixo barroco 
Katharine Rawdon, traverso barroco 
Pepa Megina, oboé barroco e flauta de bisel 
Jacob Díaz, oboé barroco 
Diego Fernandéz Rodriguez, órgão positivo e cravo

Programa


Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784) – Sinfonia em Ré menor, FK 65
Giovanni Battista Ferrandini (c.1710-1791) – Concerto para flauta em Mi menor (Transcrição de Eduardo Gameiro)*
Christoph Willibald Gluck (1714-1787) – Danse des furies da ópera Orphée et Eurydice
Giuseppe Tartini (1692-1770) – Il trillo del diavolo, B.g5*
Luigi Boccherini (1743-1805) – Sinfonia nº 6, La casa del Diavolo, G 506
Joseph Haydn (1732-1809) – Terramoto de As Últimas Sete Palavras de Cristo na Cruz

Inspirado na expulsão do anjo da rebelião contra Deus – Lúcifer – para no Paraíso lhe tomar assento, o programa proposto é a alusão à personificação do mal entre os homens, trazido para a Terra pelo eterno oponente de Deus.
Este recital desperta o sentimento de sublimação da dor e do medo, através de um ambiente acutilante repleto de dissonâncias e intervalos diminutos que, na óptica de Guido d’Arezzo, invocam o Diabo (Diabolus in musica) pela sua não resolução tonal continuada, provocando transtorno e repúdio aos mais sensíveis.
Escute-se, entre outros: Ch. W. Gluck na sua imponente e horrífica tempestade em Danse des furies de Orphée et Eurydice; o sonho de G. Tartini com Il trillo del diavolo, no qual este faz um pacto com o diabo para que, ao seu serviço, lhe conceda o dom da escrita das melhores melodias; L. R. Boccherini na paráfrase à obra de Gluck (na qual são usados motivos de Danse des furies), na Sinfonia La casa del Diavolo, na qual pulula o contraste entre a vida e a morte, a imanência e a transcendência, a força. O recital culminará com o número final das Últimas Sete Palavras de Cristo na Cruz de J. Haydn, executado «con tutta forza»: Il terramoto.
António Carrilho

Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 - 21h00



D5 | 16h30
Sinfonia Fantástica
Pequeno Auditório 

Artur Pizarro, piano

Programa


Franz Liszt (1811-1886) – 2 Episódios do Fausto de Lenau
Hector Berlioz (1803-1869) / Franz Liszt – Sinfonia Fantástica (versão para piano solo)

Neste concerto Artur Pizarro traz-nos a essência do artista romântico, homem atormentado que se revê naturalmente no Fausto e na sua luta para resistir aos impulsos e seduções mais avassaladoras.
Na primeira parte deste concerto ouviremos os dois episódios do Fausto de Nikolaus Lenau, que Liszt levou para o piano. Compostas entre 1859 e 1860 para serem apresentadas como um par, estas peças não poderiam ser mais diferentes uma da outra e, por isso mesmo, complementares. Na primeira, A Procissão da Meia-Noite, Fausto assiste meditativo a um funeral no meio do bosque assolado por uma tempestade. O segundo intitula-se A Dança na estalagem da aldeia, sendo sobretudo conhecida como Valsa Mefisto.
Quem, ficou completamente fascinado pelo Fausto (neste caso pela versão de Goethe), foi o jovem compositor Hector Berlioz. Tal como Fausto, Berlioz também procurava a emoção de um amor avassalador. Em 1827 Berlioz foi assistir a uma apresentação do Hamlet de Shakespeare, que incluía no elenco de atores uma jovem de 27 anos no papel de Ofélia, Harriet Smithson. Berlioz ficou loucamente apaixonado por ela e desde esse dia desenvolveu uma forte obsessão em relação à artista. Numa carta que escreveu a um amigo relatou o plano dramático de uma obra que tinha em mãos: «…um artista apaixona-se por uma mulher que incorpora os ideais de beleza e fascinação que ele sempre procurou (…) Ele pensa que há esperança; acredita estar apaixonado. Mais tarde, numa crise de desespero, droga-se com ópio que, em vez de o matar, provoca-lhe uma alucinação horrível. Pensa ter assassinado a sua amada e, por isso, é condenado à morte. Quando morre, vê-se rodeado por uma assembleia de feiticeiros e bruxas (…) A sua amada é agora uma prostituta que irá tomar parte dessa orgia.» Esta obra é a Sinfonia Fantástica, talvez um dos grandes feitos da música ocidental. Mais do que uma Sinfonia, dado o seu pendor autobiográfico, abre caminhos para o imaginário do poema sinfónico que Liszt irá consagrar. Talvez por isso mesmo, Franz Liszt não tenha resistido a transcrever esta obra para o piano, pondo ao serviço da música de Berlioz todo o seu virtuosismo.

André Cunha Leal


D6| 19h00 
Caim ou O Primeiro Homicídio

Pequeno Auditório 


Ludovice Ensemble
Fernando Miguel Jalôto, direção musical
Huw Daniel, concertino e violino solo
Joana Amorim, flauta solo

Carlo Vìstoli, contratenor 
Eduarda Melo, soprano 
Fernando Guimarães, tenor
Joana Seara, soprano
Pascal Bertin, contratenor 
Hugo Oliveira, barítono

Ludovice Ensemble:
Joana Amorim, flauta 

Huw Daniel, Patrizio Germone, violino solo 
Iñigo Aranzasti, Reyes Gallardo, Álvaro Pinto, César Nogueira, violino 
Miriam Martins, viola e violino 
Julien Hainsworth, violoncelo 
Marta Vicente, contrabaixo 
Sara Águeda Martín, harpa 
Manuel Minguillón, tiorba 
Fernando Miguel Jalôto, cravo e órgão

Programa


Alessandro Scarlatti (1660-1725)/Cardeal Pietro Ottoboni (1667-1740) – Caim ou o Primeiro Homicídio


Caim, ou o primeiro homicídio
é uma oratória de Alessandro Scarlatti composta sobre um libreto do cardeal Pietro Ottoboni (1667-1740) e estreada em Veneza na Quaresma de 1706. Obedece genericamente à forma e convenções típicas do género tal como este se cristalizou em Itália nos finais do século XVII. Apesar da temática ser edificante e moral, não é uma obra religiosa, mas antes um «entretenimento sacro». Scarlatti foi um dos principais cultivadores do género compondo cerca de 37 obras, tanto em latim como em italiano, estreadas na sua maioria em Roma. Caim é a única oratória de Scarlatti estreada em Veneza e o sujeito é a trágica história de Caim e Abel, narrada no Livro do Génesis 4, 1-18. Caim é, no contexto da cultura judaico-cristã, o primeiro criminoso, e não só fruto mas também origem de todo o Mal. Abel é percebido como o primeiro mártir e, para os cristãos, assume a categoria de arquétipo do próprio Cristo, enquanto vítima inocente, expiatória de um pecado alheio. O objectivo final da obra é apelar à conversão dos pecadores mas o ênfase é colocado nas paixões e atitudes negativas personificadas em Caim: desobediência, transigência, tentação, orgulho, inveja e revolta. Esta é das oratórias mais ricas e variadas de Scarlatti, e duas principais acções dramáticas – a apresentação do sacrifício pelos dois irmãos e o fratricídio, seguido da condenação – são tratadas de forma muito efectiva. As personagens são incisivamente caracterizadas, não só nas árias individuais mas também nos duetos, pela variedade empregue na escrita vocal. A predominância de tempos lentos e tonalidades menores reforçam o carácter trágico e melancólico da obra. Os ritornelos e as diversas sinfonias auxiliam a caracterização dos estados de ânimo oferecendo breves mas eficazes «paisagens» sonoras que antecipam ou reflectem as emoções e o drama de uma obra magistral.
Fernando Miguel Jalôto

Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 - 21h00



D7 | 15h00


La Piccola Morte – Madrigais Eróticos 

Sala Luís de Freitas Branco 

Armando Possante, direção musical
Grupo Vocal Olisipo
Elsa Cortez, Patrycja Gabrel, sopranos 

Lucinda Gerhardt, Maria Luísa Tavares, meios-sopranos 
Carlos Monteiro, tenor 
Armando Possante, barítono
Programa

Jacob Arcadelt (c.1507-1568) – Il bianco e dolce cigno
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Si, ch’io vorrei morire

  – Ohimè, il bel viso
Luca Marenzio (1553-1599) – Tirsi morir volea
  – Basciami mille volte
Giaches de Wert (1535-1596) – Ah dolente partita
Hans Nielsen (1580–1626) – T’amo, mia vita
Carlo Gesualdo (1566-1613) – Moro lasso
Heinrich Schütz (1585-1672) – Tornate, o cari baci
Alessandro Scarlatti (1660-1725) – Mori, mi dici
Marc’Antonio Ingegneri (c.1535-1592) – Mirate occhi miei

A associação entre o êxtase amoroso e a morte era corrente na poesia italiana séculos antes de se generalizar a utilização da expressão «la petite mort» como eufemismo poético para o orgasmo. É recorrente para autores do cinquecento esta conotação que permite abordar a sexualidade de uma forma simultaneamente oculta e ostensiva, como um segredo conhecido por todos. Apesar do anacronismo, utilizámos a versão italiana desta expressão oitocentista como título do nosso programa de madrigais eróticos, «la piccola morte».
As referências ao acto sexual eram traduzidas pelos compositores em gestos musicais facilmente identificáveis, como as pausas expressivas imitando os suspiros amorosos, o entrelaçar de pares de vozes, trocando de posição entre o agudo e o grave, aproximando-se nas dissonâncias e afastando-se nas consonâncias, à imagem dos movimentos e gemidos de um par de amantes.
A origem da associação à morte é difícil de encontrar, mas poderá estar ligada à crença comum de que o espírito deixava o corpo no momento da morte e também no do clímax sexual, sendo desta forma o corpo imbuído do espírito no momento da concepção.
Um dos pontos máximos de descrição explícita é o poema Tirsi morir volea. É na frase final deste poema que o poeta Guarini descreve o que, no fundo, está presente em todas as menções de morte neste programa: «Assim morreram os amantes afortunados, de morte tão suave e grata que para mais morrer voltaram à vida!»
Armando Possante (o autor escreve segundo a antiga ortografia)


D8 | 17h00
A Morte e a Donzela

Sala Luís de Freitas Branco 

Quarteto Camões
Pedro Meireles, 1º violino 

Anne Victorino d’Almeida, 2º violino
Ricardo Mateus, viola
Martin Henneken, violoncelo

Programa


Franz Schubert (1797-1828) – Quarteto em Ré menor D. 810, A Morte e a Donzela

Schubert ocupa um lugar muito especial no coração de músicos e melómanos. Tímido, hipersensível, capaz de jorrar música com a mesma facilidade de Mozart, Schubert teve, tal como este, uns escassos 36 anos de vida – durante os quais seria impossível escrever maior quantidade de música, e sobretudo música mais carregada de emoções.
O Quarteto em Ré menor D. 810, A Morte e a Donzela, é uma das grandes obras trágicas da história da música. Escrito em 1824, logo a seguir ao quarteto Rosamunde que expressava a nostalgia de um paraíso perdido, é como que a conclusão inexorável deste: Ré menor irrompe com um furor fatídico, como as trombetas do juízo final.
É sem dúvida duma luta de morte que trata o 1º andamento. O ritmo implacável que os quatro instrumentos anunciam em uníssono percorre todo andamento, ora como tema principal, ora como acompanhamento.
No entanto, é impossível ter dúvidas de que é a morte que triunfa; o 2º andamento do quarteto surge como um epitáfio – o mais belo e pungente epitáfio que alguma vez se escreveu. Contudo, o epílogo traz como que um halo benfazejo, quase inaudível; para Schubert, tal como na canção, a morte era um amigo, inexorável mas consolador.
Contrariando todo o significado da palavra scherzo – brincadeira, em italiano – Schubert dá ao 3º andamento um significado terrível: é como uma dança sardónica de quem já não tem nada a perder.
No Presto final, Schubert prossegue a veia do scherzo numa dança desenfreada: uma tarantela alucinante, em movimentos convulsos, como num pesadelo. Pelo meio surge um tema arrebatado e sedutor – que mais não faz que arrastar para o desfecho fatal. Este andamento é um misto de rondó e de forma sonata, ou seja, insere episódios contrastantes numa estrutura com exposição, desenvolvimento e reexposição.

Alexandre Delgado


D9 | 19:00
O Concerto dentro de um Ovo: Música Flamenga no Tempo de Bosch

Sala Luís de Freitas Branco 


Orlando Consort
Matthew Venner, alto 
Mark Dobell, tenor 
Angus Smith, tenor 
Donald Greig, barítono

Programa


Pierre de La Rue (c.1452-1518) – Gaude virgo
       – Autant en emporte le vent
       – Secretz regretz
Thomas Crecquillon (c.1505-1557) – Ung gay bergier
     – Larras tu cela, Michault?
     – Vidi civitatem sanctam Jerusalem
Heinrich Isaac (c.1450-1517) – Et qui la dira
Johannes Ockeghem (c.1410/1425-1497) – S’elle m’amera 
      – Petite camusecte
Josquin des Prez (c.1450/1455-1521) – In te, Domine, speravi
Matthaeus Pipelare (c.1450-c.1515) – Kyrie eleison (Missa Joannes Christi care – Ecce puer meus)
      – Vray dieu d’amours
Thomas Crecquillon (c.1505-1557) – Toutes les nuictz que sans vous je me couche
Response: Qu’il est il besoing chercher toutes les nuictz
        Replique: Tel est le tamps, il s’en fault contenter

O grupo Orlando Consort tem o prazer de apresentar um programa de música inspirado em Hieronymus Bosch. O principal foco é a cidade holandesa de s’Hertogenbosch, onde o pintor passou a maior parte da sua vida, e os cantores e compositores que sabemos que trabalharam na cidade, especialmente para a Confraria de Nossa Senhora. Entre eles está Pierre de La Rue, conhecido pela sua música sacra e secular – e cujo 500º aniversário da sua morte se assinala em 2018 – e o menos conhecido, mas extremamente talentoso, Mattheus Pipelaire.
Apresentamos ainda a música de vários compositores holandeses que trabalharam para a família Habsburg na era de Bosch, incluindo Heinrich Isaac, Johannes Ockeghem e o incomparável Josquin des Prez. As obras selecionadas refletem os apetites celestiais e terrestres de Bosch.
O título do nosso programa – O Concerto dentro de um Ovo – é uma referência a um quadro que atualmente pode ser encontrado no Palais des Beaux Arts, em Lille, que se julga ser uma cópia de um trabalho perdido de Bosch. Sentado dentro de um ovo, vemos um grupo de «músicos tolos» a dar um concerto, aparentemente a interpretarem uma peça de Thomas Crecquillon, Toutes les nuictz que sans vous je me couche.

Orlando Consort

Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 - 21h00


D10 | 21h00
Veneza e os Limites da Moralidade

Sala Luís de Freitas Branco 

Os Músicos do Tejo 

[Dir. Marcos Magalhães e Marta Araújo]
Clint van der Linde, alto
Arthur Filemon, alto
Carlos Monteiro, tenor
Frederico Projecto, tenor
Tiago Mota, baixo
Daniel Zapico, tiorba
Marta Araújo, cravo
Luísa Cruz, narradora
Pedro Braga Falcão, tradução dos textos
Marcos Magalhães, cravo e direção musical

Programa


Alessandro Stradella (1639-1682) – Sopr’una eccelsa Torre 
   – Il Nerone | de um manuscrito da Biblioteca da Ajuda, Lisboa
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Chi vuol che m’innamori

Anónimo
– Siciliana a tre | de um manuscrito da Biblioteca da Ajuda, Lisboa
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Ardo e scoprir, ahi lasso, io non ardisco
Cipriano de Rore (c.1515/6-1565) – O morte, eterno fin
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Gira il nemico, insidioso Amore
Didier Lupi Second (c.1520-c.1559) – Susanne un jour
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Pur ti miro
Cipriano de Rore (c.1515/6-1565) – Da le belle contrade d’oriente

Serão lidos excertos das obras: 

Tirannia paterna, de Arcangela Tarabotti (1604-1652); 
L’Alcibiade fanciulla a scola, de Antonio Rocco (1586-1653); 
La Retorica delle Putanne, de Ferrante Pallavicino (1615-1644)

O Renascimento é, para a História da Música, um período de intensa revolução. Se hoje é fácil olharmos para este período como um bloco unívoco e algo cristalizado, uma espécie de corolário nefelibata da virtude humanista, a verdade é que toda esta silente e demorada «revolução» foi feita numa tensa batalha entre vários pólos de conflito: moralidade e livre-arbítrio, religião e sensualidade, passado e modernidade, tradição e subversão de modelos. Criar arte que recriava os seres humanos e suas tribulações, esquecidos de Deus e inebriados pelo Amor e outras divindades menores pagãs, representou para muitos um exercício arriscado e ousado.
De todas as cidades italianas que tiveram a sua parte nesta «revolução», a República de Veneza ocupa um lugar próprio. A sua independência pelos mares, a sua liberdade e libertinagem, o seu fervor carnavalesco tão longe dos dogmas de Roma são factores que deram ensejo a novos modelos de exploração artística e literária, materializados em sociedades tão famosas (quanto infames) como a misteriosa Academia degli Incogniti.
Neste programa, propomos uma leitura particular do contexto social imbuído nos poemas e nas músicas interpretadas, no seu ambíguo léxico de referências: mais do que uma relação texto-música, procuramos uma relação contexto-música, matizando a performance musical de compositores como Monteverdi, Orlando di Lasso, Stradella, Cipriano de Rore, com a leitura dramatizada de textos originais da época: da lucidez de uma freira que denuncia a tirania do pai e a desprezível inferioridade dos homens (Semplicita ingannata, Arcangela Tarabotti), passando pela lassidão de costumes de La Retorica delle Puttane (Ferrante Pallavicino) até ao pornográfico e escandaloso L’Alcibiade fanciullo a scola (Antonio Rocco).
Marcos Magalhães/Pedro Braga Falcão (os autores escrevem segundo a antiga ortografia)

 

D11 | 19h00
A Trilogia das Barcas: Auto da Barca do Purgatório

Sala Almada Negreiros

Fernando Lapa, música
Sara Barros Leitão, adaptação/conceção, atriz
João Castro, ator
Toy Ensemble:
Jed Barahal, violoncelo

David Lloyd, viola e violino
Ricardo Alves, clarinete e clarinete baixo 
Magna Ferreira, voz e percussão 
Christina Margotto, piano

Programa

Gil Vicente (c.1465-c.1536) – Auto da Barca do Purgatório (uma leitura)


Purgatório
retoma o motivo trabalhado em Inferno, mas constitui uma unidade autónoma. «São representações distintas de almas humanas, num conjunto que se vai formando: Purgatório conhece Inferno, Glória conhece Inferno e Purgatório», como diz Cardeira Villalba.

Purgatório
terá sido apresentado na capela de um hospital, para que os doentes pudessem assistir ao auto, comportando, assim, a função didática de ser apresentado a quem está a sentir de perto a doença ou a morte. 1518 é o ano a que se atribui a primeira apresentação pública desta obra e é também o ano da peste em Lisboa, pelo que a actualidade da doença é tão pertinente que se imiscui discretamente no auto.
«Purgatório é, simultaneamente, um espaço e um tempo, o tempo de espera num cais de embarque. É esperar e não embarcar. Os três autos com barcas passam-se no Purgatório, mas é em 1518 que este surge como uma instância nova, um destino (provisório) que não é o Paraíso nem o Inferno e para onde não há barca – há só ficar em cena na margem do rio, à espera de outro destino que há-de vir depois do fim do auto», como escreve José Camões.
Assim, O Auto da Barca do Purgatório tem uma construção mais linear e alargada, sugerindo movimentos horizontais e sustentados, com alguns cirúrgicos pontos de contraste ou de ruptura. Esta dinâmica energética reflectir-se-á na proposta cénica e sonora, que, apesar de beber da mesma estética que acompanha o tríptico, torna a obra absolutamente distinta das demais.

Sara Barros Leitão
(a autora escreve segundo a antiga ortografia)


D12 | 21h00
Vayamos Al Diablo

Sala Almada Negreiros

Escualo5:
Rudens Turku, violino

Franz Halász, guitarra
Alexander Kuralionok, acordeão 
Philipp Stubenrauch, contrabaixo 
Débora Halász, piano

Programa


Astor Piazzolla (1921-1992) – Vayamos al Diablo 
   – Escualo 
   – Historia do Tango 
   – Milonga del Angel

Astor Piazzolla foi o criador do tango nuevo, o tango que deixa de ser música de salão para se tornar música de concerto. Nas obras de Piazzolla tanto se ouvem elementos da música clássica como do folclore argentino, do jazz e da música contemporânea. Mesmo elementos do rock e da pop surgem nas suas composições. O músico adaptou técnicas usadas por compositores da modernidade, como o arco batido no violino, acentos, glissandos, escalas de virtuosidade no bandoneón e vários efeitos de percussão, para enriquecer o idioma do tango. Apesar de ter desconstruído o tango tradicional para criar uma nova forma do tango, o ritmo sincopado, as modulações harmónicas, os acentos e, naturalmente, o caráter melancólico desta música não se perderam nas suas composições. 

Os Escualo5 oferecem com o programa Vayamos al Diablo uma viagem musical por paisagens por vezes diabólicas e por vezes angelicais.

Escualo5

Alguns concertos são gravados pela Antena 2 

para posterior transmissão


E ainda…

Concertos no Recinto
| Palco Nascente |

16h15 | Galandum, Galumdaina

Programa


Pandeiro
Canedo
Alicran + Fandango + Cabalheiralgo
Mirandum
Burgalesa
Senhor Galandum
Coquelhada Marralheira
Nabos

Galandum Galundaina faz parte da genealogia de uma região com um património musical e etnográfico único, que durante muito tempo ficou esquecido. Ao longo dos últimos 20 anos o grupo contribuiu para o estudo, preservação e divulgação da identidade cultural das Terras de Miranda, Nordeste Transmontano.
O seu trabalho de investigação e recolha, junto de pessoas mais velhas com conhecimentos rigorosos do legado musical da região, a par da formação académica na área da música, concretizou-se num sentido renovado no modo de entender as sonoridades que desde sempre conheceram. Com a sua música não procuram criar novos significados, mas antes descrever os lugares e a vida; encontrar as raízes que permitem que a cultura se desenvolva.
Em palco os quatro elementos apresentam um repertório vocal e instrumental na herança do cancioneiro tradicional das Terras de Miranda, onde as harmonias vocais e o ritmo das percussões nos transportam para um universo atemporal. Das memórias da Sanfona, da Gaita-de-foles Mirandesa, da Flauta pastoril, do Rabel, do Saltério, do Cântaro, do Pandeiro mirandês, do Bombo e da Caixa de Guerra do avô Ventura, nasce uma música que acumula referências, lugares, intensidades, tempos. Para Galandum Galundaina a música não se inventa; reencontra-se.

18h15 | Tangomanso… Y Otras Verbas


Juan Capriotti, bandoneón, voz, dança
Graciana Romeo, bailarina
Denys Stetsenko, violino 
Miguel Gelpi, contrabaixo
Rui Meira, guitarra
Duncan Fox, piano
Jacqueline Fernández, voz
Margarida Cruz, fadista

Programa


Juan Capriotti – Bendito Tango / Tangomanso
Ernesto Ponzio (1885-1934) – Don Juan
Elías Randal (1920-2005) / Marvil (1902-1976) – Asi Se Baila El Tango
Ángel Villoldo (1861-1919) – El Choclo
Vicente Greco (1886-1924) – El Flete
Denys Stetsenko / Juan Capriotti – Prendido A Ti
Carlos Gardel (1890-1935) / Alfredo Le Pera (1900-1935) – Volver
Juan Capriotti – Llora Lisboa
Alfredo Duarte (1891-1982) / Amália Rodrigues (1920-1999) – Alfama
Gerardo Matos Rodríguez (1897-1948) / Pascual Contursi (1888-1932) / Enrique Maroni (1887-1957) – Si Supieras

Tangomanso é uma orquestra de tango argentino composta por bandoneón/voz, violino, contrabaixo, guitarra clássica, piano e cantantes. O projeto recria a cultura argentina num ambiente intimista e glamoroso com toda a intensidade e sedução característica deste género, com músicas originais e também temas clássicos. Sendo uma cultura estrangeira, o tango tem em muitos aspetos uma semelhança ao sentir português e, especificamente, ao fado. O quinteto faz essa ponte entre Lisboa e a Argentina. Nalguns momentos, as músicas são acompanhadas de um espetáculo de bailarinos argentinos de tango, reconhecidos internacionalmente.

20h15 | Fado tradicional do Bairro, Fados do Pecado


Vitor Miranda, fadista
Catarina Rosa, fadista
Sandro Costa, guitarra portuguesa
Ivan Cardoso, viola de fado
Ricardo Anastácio, baixo

«Na verdade, a origem do fado está naquilo que nós chamamos pejorativamente o ‘fado da desgraçadinha’ ou o ‘fado de faca e alguidar’. Esse é que é o fado primitivo, a origem do fado»
José Alberto Sardinha, in "A Origem do Fado"


Neste concerto propõe-se assim voltar às origens do fado, cheio de histórias de tentações e pecados, indo ao encontro da mais profunda tradição fadista.

| Palco Poente |


15h30 | Capoeira e Danças Populares Brasileiras

Elementos do Centro Cultural Arte Pura de Lisboa

A tradição da luta, dança e espiritualidade brasileira.

18h00 | Para esconjurar os pecados

Pedro Teixeira, direção musical
Coro Ricercare

Programa


Fernando Lopes-Graça (1906-1994) – Três Esconjuros

Tal como outros ciclos corais inspirados por tradições antiquíssimas cuja origem se perde no tempo, os Três Esconjuros, de 1956, espoletaram no estro criador de Lopes-Graça uma identificação artística com o que de mais profundo existe nas tradições portuguesas. Neste caso a música fala de superstições populares, e esconjura-se contra os maus encontros, os maridos transviados e as trovoadas.

20h00 | Dança tradicional africana Batoto Yetu Portugal

A Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal trabalha com jovens e crianças interessados na cultura africana, provenientes de meios económicos mais ou menos desfavoráveis. A filosofia da associação baseia-se na convicção de que, independentemente das condições económicas e sociais de cada pessoa, o (re)conhecimento e valorização das suas raízes culturais é um fator essencial para a consolidação da sua auto estima e sentimento de pertença.

Oficina de dança para 60 a 70 pessoas
Nesta dinâmica, os monitores da Batoto Yetu Portugal transmitem aos participantes (crianças, jovens e adultos) alguns conhecimentos base da dança tradicional africana. Maioritariamente no seu repertório são utilizadas danças originarias de Angola, Congo, Guiné , Cabo Verde, África do Sul, e danças afro brasileiras. Os participantes são convidados a explorarem os movimentos do seu corpo ao ritmo da percussão tradicional africana.
Estas formações têm duração variável consoante os objectivos a atingir, sendo neste caso uma formação básica de sensibilização, partilha e relaxamento por intermédio da dança tradicional africana.

Conferências

Sala Fernando Pessoa
 
15h00 | A Música no tempo de Hieronymus Bosch
Conferencista: Fernando Miguel Jalôto

Uma partitura musical tatuada nas nádegas despidas de um condenado? Gigantescos alaúdes, harpas e sanfonas usados como instrumentos, não de música mas de tortura? Um grupo de músicos que, canta e toca, alheado do ineludível destino, em cima de um carro de feno, num barco periclitante, ou sentados num ovo desmesurado? Nas obras de Bosch a música é uma metáfora frequente e incisiva. Mas… que música é que ele ouvia? A Confraria de Nossa Senhora de ‘S-Hertogenbosh, a que pertenceu, teve um papel decisivo na música dos Países Baixos, que eram palco – nestes exactos anos – de uma das maiores revoluções musicais da história. Foi o período áureo da célebre «Escola Franco-Flamenga», em que a região fornecia os melhores compositores e intérpretes a todas as cortes e grandes igrejas europeias. Não é fácil sumariar a música do tempo de Bosch em 50 minutos, mas da próxima vez que planear comtemplar As Tentações de Santo Antão no MNAA ou O Jardim das Delícias no Prado saberá que pode baixar obras de Dufay, Tinctoris, Ockeghem, Josquin, Obrecht, Isaac, La Rue, Agricola, Brumel ou Compère para o seu telemóvel, de forma a usufruir da «paisagem sonora» do pintor… Mesmo que as missas, motetos e chansons lhe pareçam entrecruzadas com clamores infernais, crepitar de chamas e o crocitar de monstros apocalípticos!
Fernando Miguel Jalôto

17h00 | Gil Vicente Fundamental
Conferencista: José Camões (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)

Entre 1502 e 1536, Gil Vicente produz na corte dos reis de Portugal espectáculos de teatro de tal modo variados e surpreendentes que os seus primeiros editores tiveram alguma dificuldade em classificá-los. De facto, a multiplicidade de formas, temas e línguas que configuram a sua arte espelha bem as diversas actividades de autor, actor, encenador e músico que Gil Vicente desempenhou. Particular destaque merecem as Barcas e o diálogo que estabelecem com o universo cultural do seu tempo.
José Camões

19h00 | 1918-2018: Giacomo Puccioni e a experiência do tríptico

Conferencista: Sandro Cappelletto 
(Conferência em italiano com tradução simultânea para português)

Nova Iorque, dezembro de 1918, exatamente há cem anos atrás. Estreia-se O Tríptico de Giacomo Puccini. Uma ideia original e inovadora: representar numa única noite três atos únicos, diferentes um do outro. Primeiro a dura violência de O Tabardo, cuja ação se passa no meio do lumpemproletariado que habita as embarcações ancoradas no Rio Sena; depois o sofrimento de Suor Angelica, a história de uma jovem que teve um filho fora do casamento. Encerrado num convento pela família, é levada até o desespero, ao ponto de se suicidar. Por fim, o riso trocista de Gianni Schicchi, que se inspira numa personagem citada no Inferno de Dante e é castigado entre os falsários.
Puccini pretende oferecer ao público uma nova experiência: «surpreender, comover e fazer rir como deve ser» tudo na mesma noite. Romper a estrutura tradicional do melodrama, unir géneros e épocas diferentes, como diferente é o estilo musical de cada uma das três óperas. Assistir ao Tríptico significa partilhar uma experiência que, um século depois da estreia, mantém ainda intata a sua corajosa originalidade.

Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 - 21h00

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Dias da Música na Antena 2 |  28 Abril | 14h00 - 21h00

Veja ainda a programação de domingo dos Dias da Música, na Antena 2:

Dia 29 | das 15h00 às 21h00

Concertos 
Excertos musicais a partir de várias salas
Comentários, entrevistas, apontamentos de reportagem

Fotos Jorge Carmona / Antena 2 RTP

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