23 Outubro | 19h00
Grande Auditório da
Fundação Gulbenkian
Fundação Gulbenkian
Roger Muraro e Juanjo Mena
Roger Muraro, piano
Direção de Juanjo Mena
Programa
Maurice Ravel – Pavane pour une infante défunte
– Concerto para Piano e Orquestra em Sol maior
– Concerto para Piano e Orquestra em Sol maior
Modest Mussorgsky – O amanhecer no rio Moscovo
(Prelúdio da ópera Khovanshchina – arr. de Nikolai Rimsky-Korsakov)
Dmitri Chostakovitch – Sinfonia de Câmara, em Dó menor, op. 110a
(Orquestração de Rudoph Barshai do Quarteto n.º 8, op. 110)
O pianista francês Roger Muraro atuou pela primeira vez na Gulbenkian Música em 2018, tendo sido o solista da estreia em concerto e da gravação de Step Right Up de Vasco Mendonça. No mesmo ano, o maestro espanhol Juanjo Mena estreou-se à frente da Orquestra Gulbenkian.
Na presente temporada, os dois músicos juntam-se à Orquestra Gulbenkian para interpretar um programa que dá expressão à grande versatilidade de ambos. O famoso Prelúdio O amanhecer no rio Moscovo, de Mussorgsky, e um mais raramente interpretado arranjo de Rudolf Barshai do Quarteto para Cordas nº 8, op. 110, de Chostakovitch complementam um programa onde pontificam duas icónicas obras para piano e orquestra de Ravel.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Zulmira Van Holstein
Roger Muraro | Descendente de uma família veneziana, nasceu em Lyon em 1959, cidade onde começou a tocar saxofone e piano. Aos 19 anos ingressou na classe de Yvonne Loriod no Conservatório de Paris. Durante alguns anos, estudou também com Éliane Richepin. Foi premiado no Concurso Tchaikovsky de Moscovo e no Concurso Liszt de Parma. Nessa altura conheceu Olivier Messiaen, vindo a tornar-se num dos principais intérpretes da música do compositor francês, incluindo a gravação de uma integral das peças para piano solo, projeto que concluiu em 2001. As suas interpretações de Vingt Regards sur l’enfant Jésus e de Catalogue d’oiseaux, tocadas de memória, constituem não só um feito prodigioso, mas também uma apropriação íntima das peças de Messiaen, com as quais se identifica.
Roger Muraro possuiu uma apurada técnica, mas as suas capacidades são invariavelmente colocadas ao serviço da expressão poética e da sinceridade musical. Aborda também com grande eloquência as obras de Mussorgsky, Ravel, Albéniz, Rachmaninov, Debussy, Beethoven, Chopin, Liszt ou Schumann, compositores de cuja música extrai uma gama completa de emoções, cores e atmosferas sonoras.
Apresenta-se nas principais salas de concertos a nível internacional, colaborando com maestros de renome e prestigiados agrupamentos. Músico eclético e de mente aberta a um mundo musical sem fronteiras, transmite atualmente a sua experiência como pianista e pedagogo no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris.
Juanjo Mena | Um dos mais reconhecidos maestros espanhóis da atualidade. É Maestro Principal do Festival de Maio de Cincinnati e Maestro Associado da Orquestra Nacional de Espanha. Foi Maestro Titular da BBC Philharmonic, Maestro Convidado Principal da Orquestra Filarmónica de Bergen e do Teatro Carlo Felice de Génova e Maestro Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfónica de Bilbau. Tem colaborado com muitas das mais prestigiadas orquestras europeias, incluindo a Orquestra Nacional de França, as Filarmónicas de Berlim, Londres, Roterdão, Oslo e Dresden, a Filarmónica do Teatro alla Scala de Milão ou as Sinfónicas da Rádio da Baviera, da Rádio Sueca e Nacional Dinamarquesa. Dirigiu a Orquestra Gulbenkian em abril de 2018. É um convidado frequente das principais orquestras espanholas, bem como de muitas das mais importantes orquestras norte-americanas, tais como, as Sinfónicas de Chicago, Baltimore, Cincinnati, Montreal, Pittsburgh e Toronto, as Filarmónicas de Nova Iorque e Los Angeles e as Orquestras de Cleveland, Minnesota, Filadélfia e Washington. Dirigiu também a Sinfónica de Boston na sua temporada de concertos e em Tanglewood. À frente da BBC Philharmonic, apresentou-se anualmente nos BBC Proms, em Londres, e liderou a esta orquestra em digressões na Europa, na China e na Coreia do Sul.
No domínio da ópera, Juanjo Mena dirigiu O Navio Fantasma (Wagner), Salome, Elektra e Ariadne auf Naxos (R. Strauss), O Castelo do Barba Azul (Bartók), Erwartung (Schönberg), Eugene Onegin (Tchaikovsky), As bodas de Figaro (Mozart) e Billy Budd (Britten).
A discografia de Juanjo Mena com a BBC Philharmonic é extensa, incluindo registos de obras de Alberto Ginastera, Isaac Albéniz, Manuel de Falla, Gabriel Pierné, Xavier Montsalvatge, Carl Maria von Weber e Joaquín Turina, todos muito bem recebidos pela crítica musical especializada. Gravou também a Sinfonia Turangalîla de Messiaen, com a Orquestra Filarmónica de Bergen. Em 2016, Juanjo Mena foi galardoado com o Prémio Nacional de Música, na modalidade de interpretação.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de cerca de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio. Lorenzo Viotti é o Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian. Giancarlo Guerrero é Maestro Convidado Principal, Leonardo García Alarcón é Maestro Associado e Nuno Coelho é Maestro Convidado.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2