Noronha da Costa
50 anos de carreira (1967-2017)
No ano em que completa meio século de percurso artístico, o artista plástico e pintor Noronha da Costa esteve à conversa com Mafalda Serrano / Antena 2, na Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, aquando da exposição antológica, Isto não é só um écran, com curadoria do crítico de arte, Bernardo Pinto de Almeida, e que percorre cinco décadas de trabalho através de 35 obras.
Para ouvir a conversa, clicar aqui.
Na celebração desta data, integra-se também a exposição que se inaugura a 14 de Julho, no Centro Cultural de Cascais, e que estará patente até 10 de Setembro.
Modos do olhar | Noronha da Costa é o título da exposição que surgiu a partir do extenso núcleo de obras deste artista, pertença da Fundação Millenium, e à qual se associou a Fundação D. Luís I e o próprio artista.
Segundo Luísa Soares de Oliveira é apresentada uma seleção de pinturas e objectos realizados desde a década de 60 até à actualidade, estando representados quase todos os períodos e séries por que tem passado a sua atividade artística, desde os primeiros objectos dos anos 60, passando pelas obras com inclusão de matérias betuminosas da década seguinte até às obras mais recentes nas quais as imagens se mostram com diferentes graus de focagem.
Luís Noronha da Costa nasceu em Benfica, Lisboa, a 17 de Abril de 1942. Fez o curso de arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
As suas primeiras exposições individuais datam de 1962 quando expôs em Lisboa, Paris e Munique). Em 1966 apresentou trabalhos no Salão da Primavera na Sociedade Nacional de Belas Arte, em Lisboa, e no ano seguinte realizou uma mostra individual na Galeria Quadrante, em Lisboa.
Em 1969 participou na Bienal de S. Paulo e no âmbito da qual recebe o Prémio Soquil pelo trabalho desenvolvido no último ano. É pois muito jovem, aos 27 anos de idade, que Noronha da Costa granjeia o reconhecimento público e consenso por parte da crítica pelo seu lugar no panorama artístico português.
As suas primeiras obras de relevo foram sobretudo colagens, nas quais se identifica uma procura imagética de caráter poético. Seguiram-se trabalhos centrados na construção de objetos, com emprego de espelhos e vidros despolidos produzindo efeitos espaciais ináuditos, jogando com espaços reais e espaços virtuais.
Mas a sua obra não se circunscreve às artes plásticas, estendeu-se também ao cinema; a partir de um gosto e interesse especial pela 7ª arte, Noronha da Costa, torna-se cineasta, realizando alguns dos mais experimentais filmes da vanguarda portuguesa.
Ao longo dos anos tem exposto regularmente em Portugal e no estrangeiro, com particular destaque para a sua participação na Bienal de Veneza em 1970 (representação portuguesa), e para a exposição da Alternativa Zero (1977); saliente-se ainda a sua longa colaboração com a Galeria Nasoni, a retrospetiva que a Fundação Calouste Gulbenkiande organizou em 1983, e a exposição no Centro Cultural de Belém, em 2003-04.
Em 1999 foi-lhe atribuído o Prémio Europeu de Pintura pelo Parlamento Europeu e em 2003 o prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA).
Fotos de Jorge Carmona /Antena 2 RTP