Cidades Invisíveis
Um teatro musical radiofónico em 9 episódios
Dando uma nova vida à obra original, António Sá-Dantas explora com os atores e atrizes várias sonoridades existentes dentro da língua portuguesa, resultando numa obra que apresenta sotaques do português de todo o mundo nomeadamente de Portugal continental, da Madeira, dos Açores, da Guiné-Bissau, de Angola, de São Tomé e Príncipe, do Brasil e de Moçambique, todos em pé de igualdade.
A música, criada por António Sá-Dantas, com elementos de electroacústica, guitarra portuguesa, soprano, violino, trompa e vozes variadas, baseia-se em sons do dia-a-dia, unidos e transformados de modo a criar uma tapeçaria sonora única, para ilustrar cada uma das cidades descritas.
Cada um dos 9 episódios é uma conversa entre Marco Polo e o imperador Kublai Kahn, na qual o primeiro descreve as cidades do império que ficou a conhecer nas suas viagens. Há cidades que vivem da memória, do desejo, ou dos nomes que lhes são dadas… Kublai tem poder absoluto sobre o seu vasto império mas vive fechado, entre as muralhas do seu palácio, sem conhecer a vida para além delas, enquanto Marco é o viajante rico em experiência, cujo mais valioso atributo é a sua imaginação. Muitas vezes estas duas figuras podem ser vistas como dois lados de uma mesma pessoa, e nesta adaptação vão mudando de voz, género, idade e sotaque, sendo interpretadas à vez por todas as atrizes e atores neste projeto, imersas num mundo sonoro fantasioso e aliciante.
Concepção, direção artística e composição musical de António Sá-Dantas.
Narração (por ordem de apresentação): Luísa Cruz, Fernando Luís, Cleo Diára, Francisco Arraiol, Venâncio Calisto, Nádia Yracema, Juelce Beija Flor, Clara Andermatt, Igor Regalla, Isabel Zuaa, Mariana Pacheco de Medeiros.
Canto: Lara Martins e António Sá-Dantas,
Violino: Inês Delgado e António Sá-Dantas
Trompa: Danae Eggen
Baixo Acústico: Vincenzo Di Francesco
Guitarra portuguesa: Hugo Vasco Reis
Gravação de voz: Leonor Matos e Jorge Medeiros
Edição de voz e som: António Sá-Dantas e Vincenzo Di Francesco
Mistura e Apoio técnico: Vincenzo Di Francesco
Adaptado do livro” As Cidades Invisíveis” por Italo Calvino.
Copyright © The Estate of Italo Calvino, 2002. Todos os direitos reservados
Tradução para português por José Colaço Barreiros para a D. Quixote, Grupo LeYa.
Co-produção: Cabeça Martelada e CulturXis
Apoio: Direção Geral das Artes
Episódios
Episódio 1 | 2 Maio
As cidades deste primeiro episódio vivem da memória e do desejo. Aparecem também as cidades dos sinais subtis, descritas pelas vozes de Luísa Cruz, Fernando Luís, Cleo Diára, Francisco Arraiol e Venâncio Calisto.
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Episódio 2 | 9 Maio
Marco Polo desenvolve uma linguagem de gestos, sons e palavras para descrever a Kublai Kahn as cidades do seu império. O impetuoso Kublai pergunta-se se estas cidades serão verdadeiras: as cidades da memória, do desejo, dos sinais e as cidades subtis, mas também as novas cidades das trocas, não de materiais, mas de experiências e de histórias contadas pela voz de Nádia Yracema, Cleo Diára, Luísa Cruz, Fernando Luís, Francisco Arraiol e Venâncio Calisto.
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Episódio 3 | 16 Maio
Kublai Kahn descreve as cidades que imagina e confere com Marco Polo se existem ou não no seu infinito império. Juntam-se às cidades do desejo e dos sinais, as cidades subtis e as das trocas e também aquelas que existem apenas para serem vistas em reflexo indirecto, contadas por Francisco Arraiol, Venâncio Calisto, Cleo Diára, Nádia Yracema e Juelce Beija Flor.
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Episódio 4 | 23 Maio
Kublai Kahn duvida da veracidade das cidades descritas, mas depende inteiramente de Marco para reconhecer se existem ou não. Juntam-se às cidades dos sinais, subtis, das trocas e dos olhos aquelas que dependem do nome que lhes é dado para existirem. Contadas por Fernando Luís, Venâncio Calisto, Francisco Arraiol, Nádia Yracema, Juelce Beija Flor e Clara Andermatt.
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Episódio 5 | 30 Maio
O império de Kublai Kahn deixa de crescer por fora, mas passa a crescer por dentro. Marco Polo ajuda-o a navegar esta viagem interior falando-lhe das últimas cidades subtis, das cidades que vivem das trocas, dos olhos e dos nomes, mas também das cidades que vivem apenas dos mortos que nela existem… contadas por Fernando Luís, Clara Andermatt, Nádia Yracema, Venâncio Calisto, Juelce Beija Flor e Igor Regalla.
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Episódio 6 | 6 Junho
É apresentada a capital do império, a cidade mais rica em posses e mais pobre em conteúdo. Marco Polo não está impressionado e fala-lhe antes da sua cidade natal, Veneza. Continua descrevendo cidades que vivem das trocas, dos olhos, dos nomes, dos mortos e aquelas que existem apenas pela relação que têm com o céu… contadas por Juelce Beija Flor, Isabel Zuaa, Nádia Yracema, Clara Andermatt, Igor Regalla e Mariana Pacheco de Medeiros.
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Episódio 7 | 13 Junho
Kublai Kahn provoca Marco Polo, tentando compreender as riquezas da sua imaginação, mas Marco, como que num jogo, entra em diálogo e fala-lhe sobre novas cidades, incluíndo as que existem sem limites e em perpétua transformação, contadas por Juelce Beija Flor, Igor Regalla, Clara Andermatt, Mariana Pacheco de Medeiros e Luísa Cruz.
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Episódio 8 | 20 Junho
Marco Polo e Kublai Kahn jogam xadrez e, usando as peças e os 64 espaços, falam sobre todas as cidades que conhecem: uma vertiginosa cidade dos mortos, uma cidade celestial, as cidades sem fim, contínuas, e as cidades ocultas que vivem daquilo que é apenas intuído e sempre escondido, contadas por Isabel Zuaa, Mariana Pacheco de Medeiros, Clara Andermatt, António Sá-Dantas, Igor Regalla e Luísa Cruz.
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Episódio 9 | 4 Julho
Kublai Kahn mostra a Marco Polo os seus Atlas, que incluem todas as cidades reais e imaginárias, contemporâneas e míticas, conhecidas e até as desconhecidas. Ouvimos Marco a falar sobre as derradeiras cidades celestiais, contínuas e obscuras, nas vozes de Fernando Luís, Cleo Diára, Igor Regalla, Mariana Pacheco de Medeiros, Luísa Cruz e Isabel Zuaa.
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Nota: Por questões de direitos, os episódios na RTP Play só estão disponíveis até ao final de Julho.
@ Jorge Carmona / Antena 2
António Sá-Dantas | Compositor, maestro e contratenor, é também fundador, diretor artístico e maestro principal da orquestra de câmara Cat’s Cradle Collective e diretor musical dos Union Chapel Singers em Londres.
Como compositor, recebeu encomendas para composições de entidades como a rádio nacional austríaca Ö1 e a rádio nacional portuguesa Antena 2, para quem fez o teatro sonoro radiofónico “Eine Schwalbe falten” e a adaptação portuguesa “Dobrar uma Andorinha”, com Rita Blanco no papel principal. Foi também Jovem Compositor em Residência da Casa da Música no Porto em 2016 e recebeu o 2º prémio do concurso internacional Styria Cantat pela sua obra coral “Cantos”. Com Clara Andermatt e Jonas Runa, António co-criou a performance de dança e música “Suspensão”, apresentada várias vezes em Portugal, inclusivamente no CCB, onde também já teve as suas obras estreadas.
Criou o projeto Das Tripas Coração, para o qual convidou compositores a criar nova música inspirada em música tradicional portuguesa, projeto este que conta agora com a sua 2ª edição, transmitida pela Antena 2, um filme e um futuro concerto ao vivo em Londres, em colaboração com artes teatrais e com o apoio do Instituto Camões.
Como contratenor estreou várias obras, e é também membro do coro Londinium e de vários outros grupos em Londres cantando desde e música renascentista a música nova.
Co-fundador e maestro principal do ensemble Cat’s Cradle Collective, o António criou uma série de projetos performativos com música de várias épocas e estreando obras contemporâneas, incluindo apresentações na Embaixada de Portugal em Londres, no Royal College of Music, na Royal Academy of Arts e com gravações transmitidas em rádios internacionalmente.
António tem licenciaturas em composição e direção de orquestra pela Kunstuniversität Graz (Áustria) e um mestrado em composição do Royal College of Music Londres.
Atualmente, António está a criar uma obra em colaboração com a coreógrafa Claire Heafford explorando relações entre os géneros com base na dança Apache e Wrestling, a desenvolver a sua primeira ópera e a continuar uma obra coral de grande escala baseada em excertos de As Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar.