Letra Original:
Voisinage (Henry Maigrot)
Je n´avais pas encor vingt ans
Quand le destin, qui me lutine,
Par un heureux jour de printemps
Me donna Rose pour voisine.
Depuis ce jour, chaque matin,
En frappant à ma porte close,
Rose disait: "Bonjour voisin!"
"Bonjour Rose!"
Elle venait à pas de loup,
Tout en achevant sa toilette,
Et ne se gênait pas du tout
Pour montrer sa jambe bien faite.
Elle se moquait des cancans:
« Il faut bien que le monde glose,
Et les hommes sont si méchants!»
Disait Rose.
Elle travaillait tout le jour,
Assise auprès de ma fenêtre;
Les petits oiseaux d´alentour
Chantaient en la voyant paraître…
Elle faisait souvent le bien
Et donnait encor quelque chose
Alors qu´elle n´avait plus rien!…
Bonne Rose!
Pour vivre sous d´autres climats
La belle un jour s´est envolée,
Et sans doute elle ne sait pas
Que ma pauvre âme est désolée;
J´ai pris en lui disant: «Adieu!»
Un baiser sur sa lèvre rose;
Je crois qu´elle m´aimait un peu…
Adieu, Rose!…
Tradução para Português:
Vizinhança (Henry Maigrot)
Eu não tinha ainda vinte anos
Quando o destino para me atormentar,
Num belo dia de primavera
Rosa por vizinha me veio dar.
Desde esse dia, cada manhã,
Batendo à minha porta fechada
Rosa dizia:"Bom-dia vizinho!"
"Bom-dia Rosa!"
Ela vinha muito baixinho
Enquanto terminava a sua toilette
E não se constrangia nada
Por mostrar a sua perna bem torneada.
Ela ria-se da murmuração:
"As pessoas têm sempre que criticar
E os homens são tão cruéis!"
Dizia Rosa.
Ela trabalhava todo o dia,
Sentada junto da minha janela;
As pequenas aves à volta
Cantavam vendo-a aparecer…
Ela praticava muitas vezes o bem
E dava ainda alguma coisa
Quando ela própria já não tinha nada!…
Boa Rosa!
Para viver num outro país
A bela um dia partiu,
E certamente não sabe
Como a minha pobre alma atingiu;
Quando eu lhe disse "Adeus"
Eu beijei os seus lábios rosados;
Eu creio que ela me amava um pouco…
Adeus, Rosa!…