Letra Original:
Die Drei Zigeuner (Lenau)
Die drei Zigeuner fand ich einmal
Liegen am einer Weide,
Als mein Fuhrwerk mit müder
Schlich durch sandige Heide.
Hielt der eine für sich allein
In den Händen die Fiedel,
Spielt, umglüht vom Abendschein,
Sich ein feuriges Liedel.
Hielt der zweite die Pfeif’ im Mund,
Blickte nach seinem Rauche,
Froh, als ob er vom Erdenrund
Nichts zum Glücke mehr brauche.
Und der dritte behaglich schlief,
Und sein Cimbal am Baum hing,
Über die Saiten der Windhauch lief
Über sein Herz ein Treum ging.
An den Kleidern trugen die drei
Löcher und bunte Flicken,
Aber sie boten trotzig frei
Spott den Erdengeschicken.
Dreifach haben sie mir gezeit,
Wenn das Leben uns nachtet,
Wie man’s verraucht, verschläft, vergeigt,
Und es dreimel verachtet.
Nach den Zigeuner lang noch schaun
Musst’ich im Weiterfahren,
Nach den Gesichtern dunkelbraun,
Den schwarzlockigen Haaren.
Tradução para Português:
Os três ciganos (Lenau)
Um dia encontrei três ciganos
Deitados no prado
Enquanto o meu coche em silencioso sofrimento
rastejava pelo matagal arenoso.
Um deles sustentava
Uma rabeca nas mãos
Tocando, banhado pela luz do crepúsculo,
Uma melodia animada.
O segundo segurava um cachimbo na boca,
Observando o seu fumo,
Satisfeito, como se pedisse
Nada mais na vida para ser feliz.
E o terceiro dormia confortavelmente,
O seu címbalo na árvore pendurado,
Uma brisa soprou sobre o seu instrumento
E um sonho atravessou o seu coração.
Os três tinham buracos e coloridos remendos
Nas suas roupas,
Mas provocadoramente viveram como Ihes apeteceu,
Troçando da cara do destino
Foram para mim três exemplos
De como, quando a noite começa a cair sobre a vida,
Fuma-se, dorme-se, gasta-se até ao fim
E zomba-se dela três vezes
Não consegui desviar os meus olhos dos ciganos
Das suas caras morenas e escuras
E do seu cabelo preto, encaracolado,
Enquanto seguia o meu caminho.
Traduções livres de Maria do Carmo Hatton