Sábados 22h00 | 2ª feiras 13h00 | 4ª feiras 5h00
Giro 78: viagens sonoras em goma-laca
Por Pedro Aragão e Susana Sardo
Ep. 1 | 1 Outubro
Música gravada, comunidades conectadas
Um pouco da história dos discos de goma-laca, ou discos de 78 rotações por minuto, em quatro territórios da lusossonia: Moçambique, Portugal, Brasil e Goa. Através de depoimentos de especialistas sobre a história da fonografia, aprenderemos um pouco mais sobre o fantástico mundo dos fonógrafos e dos discos de goma laca, os primeiros suportes que permitiram que o som fosse “congelado” em sulcos de cera, rompendo barreiras geográficas e temporais.
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A história e as estórias por trás de alguns dos principais acervos de discos de goma-laca em territórios lusófonos. Através de depoimentos de colecionadores e especialistas em discos de 78 rpm, vamos conhecer um pouco da história das vidas humanas, das paixões e do fascínio que estão por trás de coleções que guardam parte do património musical em territórios da lusofonia.
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Ep. 3 | 15 Outubro
Ester de Abreu e o programa Paisagens de Portugal
A história da cantora e atriz portuguesa Ester de Abreu, radicada no Brasil na década de 1940, onde obteve imenso sucesso comercial, tendo estreado num programa da Rádio Nacional do Rio de Janeiro intitulado “Paisagens de Portugal”. Ao ritmo do fado, do samba-canção, do bolero e da marchinha de carnaval, vamos escutar as histórias de uma artista que, além de gravar dezenas de discos de 78 rpm no Brasil, também atuou no teatro, na rádio e no cinema.
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Ep. 4 | 22 outubro
Releituras transatlânticas
Releituras – através de intérpretes da atualidade – de antigas músicas que estavam esquecidas em antigos discos de 78 rpm. Durante toda a primeira metade do século XX os discos de goma-laca estabeleceram pontes sonoras e vínculos afetivos entre diferentes países e territórios da lusofonia. Este vasto património sonoro, longe de se confinar ao passado, também serve para iluminar o presente. O episódio é inteiramente dedicado às releituras atuais de músicas originalmente gravadas em discos de 78 rpm e que expressam diálogos musicais entre Brasil, Portugal e Moçambique.
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Durante toda a primeira metade do século XX, sons oriundos da diáspora africana no Brasil e em Portugal foram sistematicamente silenciados pela opressão das elites brancas e pela herança do passado esclavagista destes países. Este programa tem por objetivo mostrar como os diferentes processos de representação sonora de uma África imaginada no Brasil e em Portugal. Aborda ainda o processo de construção de estereótipos raciais através do som e as estratégias de inserção de músicos e sonoridades negras no âmbito da indústria fonográfica.
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Ep. 6 | 5 novembro
A indústria fonográfica representou uma porta de entrada para cantores e instrumentistas de fado portugueses em Moçambique, Brasil e Goa. Reconhecidos e apreciados pelas comunidades portuguesas fora do país, tais cantores tiveram expressivo sucesso comercial como “embaixadores portugueses” em “terras de além-mar”. Este programa apresenta um panorama destes cantores e cantoras que tiveram papel de destaque na divulgação do fado em âmbito internacional.
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Ep. 7 | 12 novembro
A segunda metade do século XIX é marcada pela ascensão do teatro musical (ou teatro de revista) como elo fundamental na construção de sistemas de entretenimento transnacionais. Formado por “esquetes” que conjugavam números musicais com enredos cómicos ou satíricos, as peças de teatro de revista conectavam diferentes territórios da lusossonia, transformando géneros musicais locais (como o fado e o maxixe) em géneros transnacionais. No início do século XX o disco de 78 rpm passa a integrar este sistema de entretenimento, levando para os sulcos dos discos as representações dos palcos. Este programa é focado na história destas gravações que registaram os sons dos palcos entre Portugal, Brasil e Goa entre os anos de 1900 e 1930, e no papel das companhias de teatro portuguesas na criação de rede e corredores transatlânticos formadas por artistas, cantores, cenógrafos e autores teatrais.
Ep. 8 | 19 novembro
Para além de um sistema de entretenimento, a fonografia também foi utilizada para fins políticos, através do uso de práticas musicais e de artistas do rádio e do disco como ferramentas de dominação cultural e colonial. Este programa tem como foco a Rádio Moçambique e a antiga Emissora de Goa: através de um passeio histórico sobre seus acervos sonoros, pretende-se mostrar os usos políticos destes meios de comunicação como instrumentos de dominação portuguesa.
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Ep. 9 | 26 novembro
Ao longo de todo o século XX a indústria fonográfica teve papel preponderante na criação de estereótipos sonoros através da criação de caricaturas raciais, coloniais e de género. Este programa mostra o papel das mulheres no contexto da lusossonias e suas representações na fonografia em diferentes países e territórios.
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@ Museu RTP
Ep. 10 | 3 dezembro
O desenvolvimento da tecnologia de gravação sonora propiciou o surgimento de um star system, composto por artistas que desenvolveram carreiras ligadas ao disco e também ao rádio. Para além daqueles que obtiveram reconhecimento nacional nos seus respetivos países, houve artistas que cruzaram fronteiras nacionais e tornaram-se agentes de disseminação de práticas musicais locais em terras estrangeiras. Este programa apresenta um passeio sonoro pela discografia de artistas que tiveram papel de destaque na criação de pontes musicais entre os diferentes territórios da lusossonia.
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Ep. 11 | 10 dezembro
O século XX foi um período social, político e económico conturbado, que se pautou pela mudança de dinâmicas antigas para dinâmicas novas através de regimes políticos diferentes, guerras, revoltas, opressão, clandestinidade, censura, colonialismo, emigração, entre outros, até um passado algo recente. A música (e as artes, em geral) refletiram – quando o sistema de censura o permitia – o clima social em países como Brasil, Portugal, Moçambique e Índia. Este programa aborda a crítica social através da música, mostrando o papel satírico, irónico e disruptivo com que as vozes contrafeitas aos regimes políticos e sociais se manifestaram através da arte.
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Ep. 12 | 17 dezembro
Ainda que focado no estudo dos trânsitos sonoros em Portugal, Brasil, Moçambique e Goa, o projeto LiberSound também inclui na sua equipa investigadores especializados na música de Cabo Verde. Este programa representa um “bônus” no escopo da série, e apresenta um pouco das sonoridades em trânsito que compõem a musicalidade cabo-verdiana.
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Ep. 13 | 24 dezembro
O disco de 78 rpm fez parte do quotidiano de milhões de pessoas ao longo da primeira metade do século XX. O último programa da série apresenta depoimentos de músicos, colecionadores e investigadores de diferentes territórios da lusossonia sobre as suas respetivas memórias sonoras e afetivas a partir de discos de 78 rpm.
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Desenvolvido pela Universidade de Aveiro e pelo Instituto de Etnomusicologia – Centro de Música e Dança (polo Aveiro), o projeto é financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia de Portugal e por fundos europeus.
Idealização: Pedro Aragão e Susana Sardo
Apresentação: Biancamaria Binazzi e Nalini Elvino de Sousa
Edição e montagem: Biancamaria Binazzi
Roteiros: Biancamaria Binazzi, Nalini Elvino de Sousa, Pedro Aragão, Susana Sardo e equipa do projeto Liber|Sound
Finalização de áudio: Isaac Raimundo