A Antena 2 apresenta a 3 de setembro, um programa especial a propósito do centenário do guitarrista e pedagogo José Duarte Costa, da autoria de Aires Pinheiro.
3 Setembro | 19h00
Um século de Duarte Costa
Um programa de Aires Pinheiro
Locução de Tiago Morin
José Duarte Costa (1921-2004)
A vida de Duarte Costa foi dedicado ao estudo, divulgação e ensino da Guitarra Clássica, sendo um dos contributos fundamentais para o estabelecimento deste instrumento no nosso País.
Para a comemoração do seu centenário, o seu estudioso e guitarrista Aires Pinheiro realizou um programa especial sobre a sua vida, o seu percurso pedagógico e artístico, as suas composições e seu legado no ensino da guitarra.
Para ouvir, clicar aqui.
José Duarte Costa nasceu a 4 de Setembro de 1921 na Rua Capitão Leitão, na freguesia do Beato, em Lisboa.
Décimo e último filho de António Rodrigues Costa e Maria Emília Duarte, foi com os seus irmãos mais velhos que cultivou o gosto pela música, começando por tocar Banjo, no grupo Troupe Jazz “Os Luziadas”. Por influência do seu tio Aníbal que também integrava este grupo, começou a praticar guitarra. Aos 16 anos, iniciou a aprendizagem de solfejo e estudou com o Professor Martinho D’Assunção, o mais conceituado guitarrista lisboeta que fora discípulo do guitarrista espanhol Agustin Rebel Fernandez, e vindo a integrar o seu grupo de guitarras nos anos de 1937 e 1938, em parceria com Constança Maria (voz), Francisco Carvalhinho e Fernando Freitas (guitarra portuguesa).
Um dia quando tocava guitarra numa casa de música na zona do Beato, foi abordado por uma pessoa que criticou a sua forma de tocar. Educadamente, Duarte Costa retorquiu que se a sua forma de tocar não era a melhor, estava sempre disposto a aprender, convidando desde logo o seu crítico a ensiná-lo. A pessoa em causa era o Dr. José Mendonça Braga, médico alentejano, intelectual e apaixonado cultor da guitarra, com quem vai estudar e que o influenciou decisivamente no reportório erudito, revelando-lhe o melhor que até então era publicado pela casa Schott alemã.
Décimo e último filho de António Rodrigues Costa e Maria Emília Duarte, foi com os seus irmãos mais velhos que cultivou o gosto pela música, começando por tocar Banjo, no grupo Troupe Jazz “Os Luziadas”. Por influência do seu tio Aníbal que também integrava este grupo, começou a praticar guitarra. Aos 16 anos, iniciou a aprendizagem de solfejo e estudou com o Professor Martinho D’Assunção, o mais conceituado guitarrista lisboeta que fora discípulo do guitarrista espanhol Agustin Rebel Fernandez, e vindo a integrar o seu grupo de guitarras nos anos de 1937 e 1938, em parceria com Constança Maria (voz), Francisco Carvalhinho e Fernando Freitas (guitarra portuguesa).
Um dia quando tocava guitarra numa casa de música na zona do Beato, foi abordado por uma pessoa que criticou a sua forma de tocar. Educadamente, Duarte Costa retorquiu que se a sua forma de tocar não era a melhor, estava sempre disposto a aprender, convidando desde logo o seu crítico a ensiná-lo. A pessoa em causa era o Dr. José Mendonça Braga, médico alentejano, intelectual e apaixonado cultor da guitarra, com quem vai estudar e que o influenciou decisivamente no reportório erudito, revelando-lhe o melhor que até então era publicado pela casa Schott alemã.
Deu o seu primeiro recital no ano de 1946 no Sindicato dos Músico, e no ano seguinte, integrou no Conservatório Nacional de Lisboa a classe do eminente guitarrista e pedagogo espanhol – Emílio Pujol, que o menciona como um aluno dotado e com um temperamento de verdadeiro artista.
Em 1948 obteve o 1º Prémio do concurso para instrumentistas organizado pela Emissora nacional.
Por esta altura, tinha já descoberto também a sua veia como compositor, tendo já composto algumas obras, que apresentava nos seus concertos.
Devido ao seu sucesso como guitarrista é-lhe concedida, em 1949, uma bolsa de estudo pelo Instituto de Alta Cultura para estudar em Espanha, contatando com os Guitarristas Daniel Fortea, Regino Sainz de La Maza e com o, na altura, jovem prodígio da guitarra – Narciso Yepes.
De regresso a Portugal, compõe em 1950, com notório êxito, aquela que é talvez a primeira obra concertante portuguesa, para guitarra – a Suite Festa Portuguesa para guitarra e orquestra, composta em cinco andamentos, aos quais chama de quadros, onde explora as nossas raízes musicais.
Interessado na divulgação e no ensino da Guitarra em Portugal fundou em 1953, a Escola de Guitarra Duarte Costa, no nº 13 E da Avenida João XXI em Lisboa. Esta escola foi determinante para a divulgação e evolução da Guitarra Clássica em Portugal.
Nesta escola, Duarte Costa implementou o seu próprio Método para o ensino do instrumento, formando a primeira geração de grandes guitarristas em Portugal.
Elaborou uma obra Pedagógica constituída por cinco volumes de forma a proporcionar uma evolução contínua e progressiva por parte do aluno. Esta obra foi prefaciada pelo guitarrista Narciso Yepes que teceu elogios à ação pedagógica de Duarte Costa.
Duarte Costa dedicou-se também à composição, produzindo mais de duas centenas de obras para o seu instrumento.
Compôs obras de concerto para guitarra solo e formações de música de câmara a duo e a trio, destacando-se entre estas um concerto para Guitarra Clássica a que deu o nome de Concerto Ibérico.
Compôs música para os filmes Ladrão, Precisa-Se! (1946, Jorge Brum do Canto), Arouca (1958, Perdigão Queiroga), A Ilha Que Nasce do Mar (1956, Fernando Garcia), A Caçada do Malhadeiro (1969, Quirino Simões) e Lisboa Cultural (1983, Manuel de Oliveira).
Compôs música para os filmes Ladrão, Precisa-Se! (1946, Jorge Brum do Canto), Arouca (1958, Perdigão Queiroga), A Ilha Que Nasce do Mar (1956, Fernando Garcia), A Caçada do Malhadeiro (1969, Quirino Simões) e Lisboa Cultural (1983, Manuel de Oliveira).
Não obstante a sua ocupada missão pedagógica e performativa, Duarte Costa fundou uma fábrica de guitarras na cidade de Coimbra. Procurava desta forma suprir no País a falta de instrumentos de qualidade em Portugal.
Duarte Costa divulgou a guitarra Clássica por todo o território nacional tocando na Rádio e na Televisão.
Em 1962 sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, deslocou-se ao Brasil integrado no grupo de poesia «Fernando Pessoa». Apresentou-se como concertista em vários países, nomeadamente Espanha, Itália, Inglaterra, Canadá e Moçambique.
No ano de 1967 foi convidado pelo compositor Fernando Lopes Graça e pela Pianista Maria Vitória Quintas a implantar e organizar o curso de guitarra na Academia de Amadores de Música de Lisboa.
Em 1979 Duarte Costa realizou um dos seus sonhos mais antigos – tocar o seu Concerto Ibérico acompanhado por uma Orquestra. Apresentou-se em público no Teatro Rivoli na cidade do Porto, acompanhado pela Orquestra do Porto sob a direção do Maestro Günter Arglebe. Este concerto foi gravado pela Emissora Nacional.
Duarte Costa, deixou também cinco EP’s como registo fonográfico, para além de registos na Rádio e na Televisão.
Em 1994 o Mestre Duarte Costa, como era conhecido pelo seu ciclo de amigos e admiradores, participou no filme A Caixa, representando o papel de guitarrista.
Esta longa-metragem foi realizada por Manuel de Oliveira e trata-se de uma adaptação da obra do escritor português Prista Monteiro. Nesta película também se pode escutar o seu arranjo para Guitarra de Ave Maria de Franz Schübert
A mente criadora de José Duarte Costa levou-o a dedicar-se também à escrita. Do seu punho saiu a obra literária A verdade Nua e Crua, livro de caráter ideológico e pedagógico dirigido à juventude.
Não obstante a sua importante ação de divulgação da Guitarra em Portugal, Duarte Costa permanece hoje em dia ignorado por grande parte dos guitarristas portugueses, talvez por se ter mantido à parte da institucionalização do ensino da Guitarram em Conservatórios e Academias, e exclusivamente dedicado ao seu projecto de décadas, de cariz particular e não oficial.
José Duarte Costa faleceu a 27 de Junho de 2004, aos 82 anos.
[Texto baseado na dissertação de mestrado de Aires Pinheiro – José Duarte Costa – Um caso no ensino não-oficial da Música, Universidade de Aveiro, 2010]
Aires Pinheiro | Iniciou os seus estudos musicais na Escola de Música Vasco de Gama de Fornelo. Aos catorze anos dedicou-se ao estudo da guitarra como autodidata, recebendo paralelamente aulas de solfejo e de teoria musical com Carlos Costa.
Estudou com Mário Adélio Amorim na Academia de Música de S. Pio X de Vila do Conde, concluindo o Curso Complementar de Guitarra com a classificação de vinte valores.
Foi, durante cinco anos, Bolseiro da Fundação Dr. Elias de Aguiar.
Obteve o 1º Prémio do Concurso Nacional de Guitarra – Legato em 1999.
Licenciou-se em guitarra pela Escola Superior de Música e das Artes Espetáculo (ESMAE) sob a orientação de José Pina e obteve o grau de Mestre em Ensino da Música – especialidade de Guitarra, pela Universidade de Aveiro, sob a orientação de Paulo Vaz de Carvalho.
Paralelamente à sua atividade académica participou em Masterclasses sob a orientação dos Professores Artur Caldeira, Paulo Vaz de Carvalho, José Pina, Ken Murray, Julius Kurauskas, Gunnar Spjüth, Benjamin Verdery, Franz Haslaz, Josef Zsapka, Betho Davezac, Margarita Escarpa, Alberto Ponce e Leo Brouwer.
É regularmente convidado a orientar Masterclasses e a realizar conferências sobre temáticas relacionadas com a guitarra, bem como a integrar o Júri de Concursos Nacionais e Internacionais.
Em 2012 publicou um livro de caráter pedagógico intitulado “iniciação à guitarra”, pela editora AVA, que recebeu excelentes críticas por parte de guitarristas de renome internacional, como o caso de Pedro Rodrigues, Dejan Ivanovic e Margarita Escarpa.
Atualmente integra o corpo docente do Conservatório de Música de Vila do Conde e do Conservatório Bomfim de Braga.
Vários alunos seus têm sido premiados em concursos nacionais e internacionais para jovens músicos.
Frequenta o Doutoramento em Música – Área de Estudos em Performance da Universidade de Aveiro, onde prepara uma tese sobre o guitarrista português “José Duarte Costa”, sob a orientação de Paulo Vaz de Carvalho.
É Diretor Artístico da SIME – Semana Internacional de Música Erudita de Vila do Conde e do “sextas às sete – ciclo de concertos didáticos”.
Dirige a nível Pedagógico e Artístico, o PROFILAR – Projeto Filarmónico de Vila do Conde.
Desempenha desde 2013, o cargo de Diretor Pedagógico no Conservatório de Música de Vila do Conde.
É Formador certificado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, para as áreas de Educação Musical e Didáticas Específicas de Música.
Estudou com Mário Adélio Amorim na Academia de Música de S. Pio X de Vila do Conde, concluindo o Curso Complementar de Guitarra com a classificação de vinte valores.
Foi, durante cinco anos, Bolseiro da Fundação Dr. Elias de Aguiar.
Obteve o 1º Prémio do Concurso Nacional de Guitarra – Legato em 1999.
Licenciou-se em guitarra pela Escola Superior de Música e das Artes Espetáculo (ESMAE) sob a orientação de José Pina e obteve o grau de Mestre em Ensino da Música – especialidade de Guitarra, pela Universidade de Aveiro, sob a orientação de Paulo Vaz de Carvalho.
Paralelamente à sua atividade académica participou em Masterclasses sob a orientação dos Professores Artur Caldeira, Paulo Vaz de Carvalho, José Pina, Ken Murray, Julius Kurauskas, Gunnar Spjüth, Benjamin Verdery, Franz Haslaz, Josef Zsapka, Betho Davezac, Margarita Escarpa, Alberto Ponce e Leo Brouwer.
É regularmente convidado a orientar Masterclasses e a realizar conferências sobre temáticas relacionadas com a guitarra, bem como a integrar o Júri de Concursos Nacionais e Internacionais.
Em 2012 publicou um livro de caráter pedagógico intitulado “iniciação à guitarra”, pela editora AVA, que recebeu excelentes críticas por parte de guitarristas de renome internacional, como o caso de Pedro Rodrigues, Dejan Ivanovic e Margarita Escarpa.
Atualmente integra o corpo docente do Conservatório de Música de Vila do Conde e do Conservatório Bomfim de Braga.
Vários alunos seus têm sido premiados em concursos nacionais e internacionais para jovens músicos.
Frequenta o Doutoramento em Música – Área de Estudos em Performance da Universidade de Aveiro, onde prepara uma tese sobre o guitarrista português “José Duarte Costa”, sob a orientação de Paulo Vaz de Carvalho.
É Diretor Artístico da SIME – Semana Internacional de Música Erudita de Vila do Conde e do “sextas às sete – ciclo de concertos didáticos”.
Dirige a nível Pedagógico e Artístico, o PROFILAR – Projeto Filarmónico de Vila do Conde.
Desempenha desde 2013, o cargo de Diretor Pedagógico no Conservatório de Música de Vila do Conde.
É Formador certificado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, para as áreas de Educação Musical e Didáticas Específicas de Música.