Temporada Gulbenkian Música
8 março | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Max Bruch & 1ª de Mahler
Karen Gomyo, violino
Orquestra Gulbenkian
Direção de Giancarlo Guerrero
Programa
Max Bruch – Concerto para Violino e Orquestra nº 1, em Sol menor, op. 26
1. Vorspiel [Prelúdio]: Allegro moderato
2. Adagio
3. Finale: Allegro energico
Gustav Mahler – Sinfonia nº 1, em Ré maior
1. Langsam, schleppend
Lento, arrastado
2. Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell
Andamento poderoso, mas moderado
3. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
Solene e mensurado, sem arrastar
4. Stürmisch bewegt – Energisch
Tempestuoso – Enérgico
Mahler é um dos compositores de que Giancarlo Guerrero se sente mais próximo, tendo o maestro declarado em entrevista a sua atração natural por uma obra que “toca em muitos temas naturais e terrenos”, e na qual encontra também muito do universo pessoal do compositor: “desejos, sonhos e até frustrações da sua vida que se entrelaçam de forma especial” na música. Afinal, dizia Mahler: “uma sinfonia tem de ser como o mundo – tem de conter tudo”.
A esta relação especial junta-se, na primeira parte, a vitalidade e brilhantismo da violinista Karen Gomyo, que toca o Concerto para Violino nº 1 de Max Bruch.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Reinaldo Francisco
Karen Gomyo | Nasceu na cidade de Tóquio, mas iniciou a sua formação musical em Montreal, no Canadá. Mais tarde mudou-se para Nova Iorque, onde estudou na Juilliard School. Atualmente reside em Berlim e apresenta-se com regularidade com as principais orquestras europeias, norte-americanas, australianas e da Nova Zelândia. Já se apresentou com a Orquestra Sinfónica de Pittsburgh, a Metropolitana de Tóquio, a New World Symphony e a Metropolitana de Montreal. Colaborou também com a Sinfónica de Bamberg, num concerto na Isarphilharmonie de Munique, com a Filarmónica de Los Angeles, com a National Arts Centre Orchestra e com a Orquestra Sinfónica Nacional de Taiwan. Participou no Festival de Música de Seattle e em vários concertos na Alemanha.
Karen Gomyo demonstra um interesse particular pela interpretação do repertório contemporâneo. Em 2015 realizou a estreia norte-americana do Concerto nº 2, Mar’eh, de Matthias Pintscher, com a National Symphony Orchestra (Washington D.C.), sob a direção do compositor. Em 2018 estreou o novo Concerto de Câmara de Samuel Adams, com a Sinfónica de Chicago e o maestro Esa-Pekka Salonen. Outros maestros com os quais colaborou incluem Sir Andrew Davis, David Robertson, David Zinman, Hannu Lintu, Pietari Inkinen, Jaap van Zweden, Dima Slobodeniouk, James Gaffigan, Karina Canellakis, Leonard Slatkin, Louis Langrée, Mark Wigglesworth, Neeme Järvi, Pinchas Zukerman, Thomas Dausgaard, Thomas Søndergård, Vasily Petrenko ou Yannick Nézet-Séguin.
Karen Gomyo é também uma admiradora e grande intérprete do Nuevo Tango de Astor Piazzolla, tendo recentemente colaborado com Pablo Ziegler, o lendário pianista de Piazzolla, e com os bandoneonistas Hector de Curto e JP Jofre. Em 2021 a BIS Records lançou o álbum A Piazzolla Triology, gravado com um grupo de cordas da Orchestre National des Pays de la Loire e a guitarrista Stephanie Jones.
No domínio da música de câmara, Karen Gomyo tem colaborado com outros artistas de topo como Kathryn Stott, Leif Ove Andsnes, James Ehnes, Antoine Tamestit, Emmanuel Pahud, Lawrence Power, Christian Poltéra, Alisa Weilerstein, Tine Thing Helseth, Lars Anders Tomter, Eric le Sage, Daishin Kashimoto e Paul Meyer. Realizou uma digressão na Austrália com a meio-soprano Susan Graham e membros da Orquestra de Câmara Australiana. Participa como violinista, anfitriã e narradora num filme documental sobre Antonio Stradivari, intitulado The Mysteries of the Supreme Violin, produzido pela NHK.
Giancarlo Guerrero | O maestro convidado foi distinguido com seis prémios Grammy. É simultaneamente Diretor Musical da Orquestra Sinfónica de Nashville e da Filarmónica de Wrocław (Polónia). Através de encomendas, gravações e concertos, tem divulgado obras de proeminentes compositores americanos. Com a Sinfónica de Nashville, dirigiu onze estreias mundiais e quinze gravações de música americana, incluindo obras de Michael Daugherty, Terry Riley e Jonathan Leshnoff. Como parte da sua dedicação ao fomento da música contemporânea, e em colaboração com o compositor Aaron Jay Kernis, liderou a criação do programa bianual Composer Lab & Workshop, da Sinfónica de Nashville, iniciativa dirigida a jovens compositores.
Para além da Orquestra Gulbenkian, os compromissos para a presente temporada incluem a Orquestra de Cleveland, a Sinfónica de Boston, a Sinfónica de Cincinnati, a Sinfónica do Estado de São Paulo, a Deutsches Symphonie Orchester Berlin, a Frankfurt Opern- und Museumorchester e a Sinfónica de Queensland.
Giancarlo Guerrero dirige regularmente as principais orquestras norte-americanas, incluindo as de Baltimore, Dallas, Detroit, Indianapolis, Los Angeles, Milwaukee, Montreal, Filadélfia, Seattle, Toronto, Vancouver e Washington DC (National Symphony). Têm sido também muito bem recebidas as suas regulares apresentações na Europa, à frente de orquestras como a Sinfónica da Rádio de Frankfurt, a Filarmónica de Londres, a Filarmónica da Radio France, a Filarmónica dos Países Baixos, a NDR Radio Philharmonie, a Filarmónica de Bruxelas, a Filarmónica da Rádio Alemã ou a Sinfónica da Galiza. Na Austrália, dirigiu as Sinfónicas de Queensland e de Sydney.
Anteriormente, Giancarlo Guerrero foi Maestro Convidado Principal da Cleveland Orchestra Miami Residency, Diretor Musical da Eugene Symphony e Maestro Associado da Orquestra do Minnnesota. Tem-se dedicado também, com grande entusiasmo, às orquestras de jovens, tendo colaborado com o Curtis Institute of Music (Filadélfia), a Colburn School (Los Angeles), a National Youth Orchestra (Nova Iorque) e a Yale Philharmonia. Está também envolvido no programa Accelerando, da Sinfónica de Nashville, que proporciona uma intensa formação musical a jovens talentos.
Giancarlo Guerrero nasceu na Nicarágua, mas emigrou para a Costa Rica na infância. O seu talento musical permitiu-lhe estudar percussão e direção de orquestra na Baylor University, nos Estados Unidos da América, tendo obtido o grau de Mestre em Direção de Orquestra pela Northwestern University.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2