Dia Mundial do Teatro

Uma gravação efetuada no Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa, 25 de fevereiro de 2015

Os Acontecimentos de David Greig, tradução de Pedro Marques

Intérpretes:

O Rapaz: João Pedro Mamede. Claire: Andreia Bento.

Coro: Alexandra Pato, Carolina Oliveira, David Cipriano, Diana Narciso, Francisco Sousa, Gonçalo Beja, Lara Matos, Marco Mendonça, Maria Manuel Pinheiro, Mia Tomé, Nuno Fonseca, Pedro Paz, Rita Liberal, Rodrigo Ribeiro, Sofia Fialho, Tomás Varela, Mariana Camacho, Margarida Soares e Nuno Baptista. Maria Jorge (pn e Dir.)

Dois atores e um coro contam a tragédia, a obsessão e o nosso desejo para compreender o incompreensível. A peça passa-se numa terra sem nome no rescaldo de uma atrocidade – um atirador entrou num ensaio do coro local e abriu fogo. Um ano após o tiroteio, Claire, que se escondeu do atirador na sala de música e testemunhou a morte à queima-roupa de um dos cantores principais, luta para perceber o que viu. Torna-se obcecada com o atirador, entrevista a sua família e amigos, os políticos de extrema-direita a quem ele se associou e, numa emocionante cena final, o próprio atirador. Será ele louco ou um demónio? Ou apenas alguém zangado com uma arma? David Greig procura um retrato tanto do homem por trás da atrocidade como das suas vítimas. Encontramos ecos de Dunblane, dos bombardeamentos de Londres e de Columbine.

DAVID GREIG, dramaturgo e encenador, nasceu em Edimburgo em 1969. Cresceu na Nigéria. Estudou Inglês e Drama na Universidade de Bristol. Foi cofundador, com Graham Eatough, em 1990, da Suspect Culture, uma das mais inovadoras companhias do Reino Unido. Tem sido representado em Espanha, Alemanha ou França. Escritor residente da Royal Shakespeare Company entre 1996 e 97. Além de trabalhar em projetos para rádio, televisão e cinema, tem tido encomendas do Royal Court Theatre, do Royal National Theatre (Studio), da Royal Shakespeare Company ou do National Theatre of Scotland. Das suas peças destacam-se Europa (1994 – editada no nº6 da Artistas Unidos Revista), One Way Street (1995), The Architect (1996), A Última Mensagem do Cosmonauta (1999 – editada no nº6 da Artistas Unidos Revista), Victoria (2000), Outlying Islands (2002), San Diego (2003 – editada no nº9 da Artistas Unidos Revista), The American Pilot (2005), Pyrenees (2005), Herges Adventures of Tintin (2006) ou Damascus (2007), entre outras. A sua estreia em Portugal deve-se ao Teatroesfera que apresentou, em 2009, Ilhas Distantes, em tradução de Hugo Bettencourt e encenação de João Craveiro. Os Artistas Unidos estrearam, em 2010, Cantigas de Uma Noite de Verão (uma peça de amores e desencontros) com encenação de Franzisca Aarflot.

ANDREIA BENTO tem a Licenciatura da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Realizou o estágio profissional-curricular nas produções dos Artistas Unidos. Como atriz trabalhou no Pogo Teatro, Teatro Infantil de Lisboa, Teatro da Malaposta com Ana Nave, Teatro Aberto com José Wallenstein e na curta-metragem A Rapariga no Espelho de Pedro Fortes. Autora dos textos para o programa de Cowboy Mouth de Sam Shepard, com encenação de Francisco Salgado. Colabora com os AU desde 2001, trabalhando como assistente de encenação, diretora de projeto, atriz e encenadora. É sócia dos AU desde 2006. Recentemente nos Artistas Unidos: Sala VIP de Jorge Silva Melo (2013), A Modéstia de Rafael Spregelburd (2014) e A Casa de Ramallah de Antonio Tarantino (2014).

JOÃO PEDRO MAMEDE é diplomado pela ESTC (Teatro, 2013). Iniciou a sua formação teatral na Cena Múltipla, dirigida por Francis Seleck, Pedro D’Orey e Catarina Pé-Curto (2006-2010), onde trabalhou textos de Fernando Pessoa, Karl Valentin e Farid Udi-Din Attar e criações coletivas. Frequentou workshops de Bruno Schiappa, Inês Nogueira, Sílvia Real e Stephan Kaegi, dos Rimini Protokoll. Dirigido por Francis Seleck, estreou, em Março 2011, A 20 de Novembro, de Lars Nóren. Participou em Amadeus de Peter Shaffer, encenação de Tim Carroll no TNDM II e em Do Alto da Ponte de Arthur Miller, encenação de Gonçalo Amorim (TEP) no Teatro da Trindade. Criou com Pedro Sousa Loureiro o espetáculo Playground Session (2012), e fundou OS POSSESSOS com os quais estreou Hansel & Gretel dedicam-se ao futuro em 3 passos (2013) e Rapsódia Batman (2014). Recentemente nos Artistas Unidos: Sala Vip de Jorge Silva Melo, Punk Rock de Simon Stephens e O Regresso a Casa de Harold Pinter (ambos 2014).

MARIA JORGE estudou piano e formação musical no Conservatório de Música do Vale do Sousa. Em 2009 completou o Curso de Interpretação na Academia Contemporânea do Espetáculo, tendo trabalhado com António Capelo, João Paulo Costa, Joana Providência, Kuniaki Ida, António Júlio ou Maria do Céu Ribeiro. Em 2012 licenciou-se em Teatro – Atores pela ESTC, onde destaca o trabalho com Maria João Vicente, Jean Paul Bucchieri e João Brites. Integrou o elenco do espetáculo Amadeus, dirigido por Tim Carrol, no TNDMII. Estreou-se na Comuna – Teatro de Pesquisa, com o espetáculo Design for Living, de Noel Coward, encenado por Álvaro Correia. Desde 2012 tem vindo a trabalhar no Teatro Nacional D. Maria II, tendo feito espetáculos dirigidos por João Mota, entre eles Joaninha dos Olhos Verdes, de António Torrado, ou A Porta, de José Fanha. Também no TNDMII participa nos projetos da “Teia” e na “Leitura de Contos para a Infância”. Integrou o elenco de Rapsódia Batman, espetáculo escrito e dirigido por João Pedro Mamede (2014).
Fonte: Artistas Unidos