Letra Original:
Einsamkeit (Johann Mayhofer)
"Gib mir die Fülle der Einsamkeit."
Im Tal, von Blüten überschneit,
Da ragt ein Dom, und nebenbei
In hohem Stile die Abtei:
Wie ihr Begründer, fromm und still,
Der Müden Hafen und Asyl,
Hier kühlt mit heiliger Betauung,
Die nie versiegende Beschauung.
Doch den frischen Jüngling quälen
Selbst in gottgeweihten Zellen
Bilder, feuriger verjüngt;
Und ein wilder Strom entspringt
Aus der Brust, die er umdämmt,
Und in einem Augenblick
Ist der Ruhe zartes Glück
Von den Wellen weggeschwemmt.
"Gib mir die Fülle der Tätigkeit."
Menschen wimmeln weit und breit,
Wagen kreuzen sich und stäuben,
Käufer sich um Läden treiben,
Rotes Gold und heller Stein
Lockt die Zögernden hinein,
Und Ersatz für Landesgrüne
Bieten Maskenball und Bühne.
Doch in prangenden Palästen,
Bei der Freude lauten Festen,
Spriesst empor der Schwermut Blume,
Senkt ihr Haupt zum Heiligtume
Seiner Jugend Unschuldlust,
Zu dem blauen Hirtenland
Und der lichten Quelle Rand.
Ach, dass er hinweggemusst!
"Gib mir das Glück der Geselligkeit."
Gefährten, freundlich angereiht
Der Tafel, stimmen Chorus an
Und ebenen die Felsenbahn!
So geht’s zum schönen Hügelkranz
Und abwärts zu des Stromes Tanz,
Und immer mehr befestiget sich Neigung
Mit treuer, kräftiger Verzweigung.
Doch, wenn ihm die Freunde schieden,
Ist’s getan um seinen Frieden.
Ihn bewegt der Sehnsucht Schmerz,
Und er schauet himmelwärts:
Das Gestirn der Liebe strahlt.
Liebe, Liebe ruft die Laue Luft,
Liebe, Liebe atmet Blumenduft,
Und sein Inn’res Liebe hallt.
"Gib mir die Fülle der Seligkeit."
Nun wandelt er in Trunkenheit
An ihrer Hand in schweigenden Gesprächen,
Im Buchengang, an weissen Bächen,
Und muss er auch durch Wüstenein,
Ihm leuchtet süsser Augen Schein;
Und in der feidlichsten Verwirrung
Vertrauet er der holden Führung.
Doch die Särge grosse Ahnen,
Siegerkronen, Sturmesfahnen
Lassen ihn nicht fürder ruh’n:
Und er muss ein Gleiches tun,
Und wie sie unsterblich sein.
Sieh, er steigt aufs hohe Pferd,
Schwingt und prüft das blanke Schwert,
Reitet in die Schlacht hinein.
"Gib mir die Fülle der Düsterkeit."
Da liegen sie im Blute hingestreut,
Die Lippe starr, das Auge wild gebrochen,
Die erst dem Schrecken Trotz gesprochen.
Kein Vater kehrt den Seinen mehr,
Und heimwärts kehrt ein ander Heer,
Und denen Krieg das Teuerste genommen,
Begrüssen nun mit schmerzlichem Willkommen!
So deucht ihm des Vaterlandes Wächter
Ein ergrimmter Bruderschlächter,
Der der Freiheit edel Gut
Düngt mit rotem Menschenblut.
Und er flucht dem tollen Ruhm
Und tauschet lärmendes Gewühl
Mit dem Forste, grün und kühl,
Mit dem Waldesleben um.
"Gib mir die Weihe der Einsamkeit."
Durch dichte Tannendunkelheit
Dring Sonnenblick nur halb und halb,
Und färbet Nadelschichten falb.
Der Kuckuck ruft aus Zweiggeflrecht,
An grauer Rinde pickt der Specht,
Und donnernd über Klippenhemmung
Ergeht des Giessbachs kühne Strömung.
Was er wünschte, was er liebte,
Ihn erfreute, ihn vetrübte,
Schwebt mit sanfter Schwärmerei
Wie im Abendrot vorbei.
Jünglings Sehnsucht, Einsamkeit,
Wird dem Greisen nun zuteil,
Und ein Leben rauh und steil
Führte doch zur Seligkeit.
Tradução para Português:
Solidão (Johann Mayhofer)
"Dá-me a plenitude da solidão."
No vale, coberto de flores,
Ergue-se uma catedral e perto
Em alto estilo a abadia:
Como os seus fundadores, piedosas e silenciosas
Dando asilo aos cansados,
Aqui refresca-se com santo orvalho
Aqueles que nunca se esgotam de contemplar.
Porém o jovem é torturado
Mesmo na sagrada cela monástica
Por imagens rejuvenescidas de fogo;
E uma selvagem torrente escapa
Do seu peito que ele cerca como um dique,
E num momento
É da paz a frágil felicidade
Arrastada pelas ondas.
"Dá-me a plenitude da actividade."
As pessoas fervilham por toda a parte
Carros cruzam-se e levantam pó,
Pessoas amontoam-se à volta das lojas,
Ouro rutilante e clara pedra
Aliciam os hesitantes,
E como substituição para prados
Oferecem-se bailes de máscaras e palco.
Porém, em faustosos palácios,
Em ruidosas festas da alegria,
Brota a flor da melancolia,
Baixa a sua cabeça para o santuário
Do prazer inocente da sua juventude,
Para o azul país dos pastores
E para a beira da fonte luminosa
Ah! que ele tenha de partir!
"Dá-me a felicidade da companhia."
Companheiros, amigavelmente enfileirados
À volta de uma mesa, levantam as suas vozes cantando,
Suavizando o caminho penhascoso!
E assim subimos à cadeia das colinas,
E para baixo para a dança da corrente,
Cada vez mais firme se torna a inclinação
De um novo vigoroso ramo brotando.
Mas quando os amigos se separam,
A sua paz, ah? é perdida e ida
E ele é movido pela dor da saudade
E olha em direcção ao céu;
A estrela do amor brilha.
Amor, amor sussurra o ar tépido
Amor, amor respira o aroma das flores
E o seu coração reverbera com amor.
"Dá-me a plenitude da bem-aventurança."
Agora ele caminha como se no ar,
Pela sua mão em silencioso diálogo,
Através de avenidas de faias, ao longo de transparentes riachos,
E se ele tivesse de ir através dos desertos
Os olhos dela brilhariam docemente;
E na mais hostil confusão
Ele confia-lhe a amável condução.
Porém os túmulos dos seus antepassados,
Coroas de vitórias, estandartes de batalha
Não o deixam descansar mais:
E ele deve ir e proceder do mesmo modo
E tornar-se como eles imortal.
Vede, ele monta o seu belo cavalo
Brande e experimenta a luzente espada,
E entra a cavalo na batalha.
"Dá-me a plenitude da escuridão."
Ali eles jazem espalhados no seu próprio sangue,
Os lábios fixos, os olhos selvaticamente estacados,
Que primeiro desafiaram a morte.
Nenhum pai regressa aos seus,
E para casa regressa um outro exército
E aqueles de quem a guerra tomou o seu mais querido tesouro,
Saúdam-nos agora com dolorosas boas vindas!
Então ele pensa no guardião da pátria
Como um terrível assassino de irmãos
Que fertiliza com o precioso sangue humano
A nobre posse da liberdade.
E ele amaldiçoa a louca glória
E troca o ruidoso tumulto
Pela floresta, verde e fresca,
Pela calma vida da floresta.
"Dá-me a consagração da solidão."
Através da espessa escuridão dos pinheiros
O sol penetra timidamente
E colore de amarelo pálido as agulhas dos pinheiros.
O cuco clama da moita,
O pica-pau pica na casca cinzenta,
E trovejando sobre os rochedos
Levanta-se brava torrente aumentada pela enxurrada.
O que ele desejava, o que ele amava
O que o alegrava, o que o perturbava
Paira com suave exaltação
Como o brilho do pôr do sol.
Saudade da juventude, solidão,
Está agora reservada ao velho homem,
E uma vida ainda que dura e difícil
Conduziu-o porém à bem-aventurança.