Letra Original:
O Canto do Cisne (1ª parte)
LiebesbotschaftRauschendes Bächlein, so silbern und hell,
Eilst zur Geliebten so munter und schnell?
Ach, trautes Bächlein, mein Bote sei du,
Bringe die Grüsse des Fernen ihr zu.
All ihre Blumen im Garten gepflegt,
Die sie so lieblich am Busen trägt,
Und ihre Rosen in purpurner Glut,
Bächlein, erquicke mit kühlender Flut.
Wenn sie am Ufer, in Träume versenkt,
Meiner gedenkend, das Köpfchen hängt,
Tröste die Süsse mit freundlichem Blick,
Denn der Geliebte kehrt bald zurück.
Neigt sich die Sonne mit rötlichem Schein,
Wiege das Liebchen in Schlummer ein
Rausche sie murmelnd in süsse Ruh,
Flüstre ihr Träume der Liebe zu.
Kriegers AhnungIn tiefer Ruh liegt um mich her
Der Waffenbrüder Kreis;
Mir das Herz so bang, so schwer,
Von Sehnsucht mir so heiss.
Wie hab ich oft so süss geträumt
An ihrem Busen warm!
Wie freundlich schien des Herdes Glut,
Lag sie in meinem Arm.
Hier, wo der Flammen düstrer Schein
Ach! nur auf Waffen spielt,
Hier fühlt die Brust sich ganz allein,
Der Wehmut Träne quillt.
Herz, dass der Trost dich nicht verlässt,
Es ruft noch manche Schlacht.
Bald ruh ich wohl und schlale fest,
Herzliebste – gute Nacht!
FrühlingssehnsuchtSäuselnde Lüfte wehend so mild,
Blumiger Düfte atmen erfüllt!
Wie haucht ihr mich wonnig begrüssend an!
Wie habt ihr dem pochenden Herzen getan?
Es möchte euch folgen auf lultiger Bahn,
Wohin? Wohn?
Bächlein, so munter rauschend zumal,
Wollen hinunter silbern ins Tal.
Die schwebende Welle, dort eilt sie dahin!
Tief spiegeln sich Fluren und Himmel darin.
Was ziehst du mich, sehnend verlangender Sinn,
Hinab? Hinab?
Grüssender Sonne spielendes Gold,
Hoffende Wonne bringest du hold,
Wie labt mich dein selig begrüssendes Bild!
Es lächelt am tiefblauen Himmel so mild
Und hat mir das Auge mit Trënen gefüllt,
Warum? Warum?
Grünend umkränzet Wälder und Höh.
Schimmernd erglänzet Blütenschnee.
So dränget sich alles zum bräutlich Licht;
Es schwellen die Keime, die Knospe bricht;
Sie haben gefunden, was ihnen gebricht:
Und du? Und du?
Rastloses Sehnen! Wünschendes Herz,
Immer nur Tränen, Klage und Schmerz?
Auch ich bin mir schwellender Triebe bewusst!
Wer stillet mir endlich die drängende Lust?
Nur du befreist den Lenz in der Brust,
Nur du! Nur du!
StändchenLeise flehen meine Lieder
Durch die Nacht zu dir;
In den stillen Hain hernieder,
Liebchen, komm zu mir!
Flüsternd schlanke Wipfel rauschen
In des Mondes Licht,
Des Verräters feindlich Lauschen
Fürchte, Holde, nicht.
Hörst die Nachtigallen schlagen?
Ach! sie flehen dich,
Mit der Töne süssen Klagen
Flehen sie für mich.
Sie verstehn des Busens Sehnen,
Kennen Liebesschmerz,
Rühren mit den Silbertönen
Jedes weiche Herz.
Lass auch dir die Brust bewegen,
Liebchen, höre mich,
Bebend harr ich dir entgegen!
Komm, beglücke mich!
AufenthaltRauschender Strom, brausender Wald,
Starrender Fels mein Aufenthalt.
Wie sich die Welle an Welle reiht,
Fliessen die Tränen mir ewig erneut.
Hoch in den Kronen wogend sich’s regt,
So unaufhörlich mein Herze schlägt,
Und wie des Felsen uraltes Erz,
Ewig derselbe bleibet mein Schmerz.
In der FerneWehe, den Fliehenden, Welt hinaus ziehenden!
Fremde durchmessenden, Heimat vergessenden,
Mutterhaus hassenden, Freunde verlassenden
Folget kein Segen, ach! auf ihren Wegen nach!
Herze, das sehnende, Auge, das tränende,
Sehnsucht, nie endende, heimwärts sich wendende!
Busen, der wallende, Klage, verhallende,
Abendstern, blinkender, hoffnungslos sinkender!
Lüfte, ihr säuselnden, Wellen, sanft kräuselnden,
Sonnenstrahl, eilender, nirgend verweilender:
Die mir mit Schmerze, ach! dies treue Herze brach,
Grüsst von dem Fliehenden, Welt hinaus ziehenden.
AbschiedAde! du muntre, du fröhliche Stadt, ade!
Schon scharret mein Rösslein mit lustigem Fuss;
Jetzt nimm noch den letzten, den scheidenden Gruss.
Du hast mich wohl niemals noch traurig gesehn,
So kann es auch jetzt nicht beim Abschied geschehn.
Ade, ihr Bäume, ihr Gärten so grün, ade!
Nun reit ich am silbernen Strome entlang,
Weit schallend ertönet mein Abschiedsgesang;
Nie habt ihr ein trauriges Lied gehört,
So wird euch auch keines beim Scheiden beschert.
Ade, liebe Sonne, so gehst du zur Ruh, ade!
Nun schimmert der blinkenden Sterne Gold.
Wie bin ich euch Sternlein am Himmel so hold;
Durchziehn wir die Welt auch weit und breit,
Ihr gebt überall uns das treue Geleit.
Ade, ihr freundlichen Mägdlein dort, ade!
Was schaut ihr aus blumenumduftetem Haus
Mit schelmischen, lockenden Blicken heraus?
Wie sonst, so grüss ich und schaue mich um,
Doch nimmer wend ich mein Rösslein um.
Ade! du schimmerndes Fensterlein hell, ade!
Du glänzest so traulich mit dämmerndem Schein,
Und ladest so freundlich ins Hüttchen uns ein.
Vorüber, ach, ritt ich so manches Mal,
Und wär es denn heute zum letzten Mal.
Ade, ihr Sterne, verhüllet euch grau! Ade!
Des Fensterleins trübes, verschimmerndes Licht
Ersetzt ihr unzähligen Sterne uns nicht;
Darf ich hier nicht weilen, muss hier vorbei,
Was hilft es, folgt ihr mir noch so treu!
Tradução para Português:
O Canto do Cisne (1ª parte)
Mensagem de AmorRegato que murmuras, tão límpido e prateado,
Corres para a minha amada, tão rápido e alegre!
Ah, querido regato, sê o meu mensageiro
Leva-lhe saudades do ausente.
Todas as flores que ela trata no jardim
E que traz ao peito, tão encantadora,
E as suas rosas rubras
Alivia-as com a tua corrente refrescante.
Quando ela, nas tuas margens, sonhando,
Inclina a cabeça, a pensar em mim,
Conforta-a com o seu olhar amigo
Pois o seu amado em breve voltará.
Quando o sol com o seu clarão róseo
Se inclina, embala-a num sono suave!
Adormece-a, calmamente,
murmurando-lhe sonhos de amor.
O Pressentimento do GuerreiroNum descanso profundo jaz à minha volta
O círculo dos companheiros de armas;
Tenho o coração tão oprimido, tão ansioso,
Tão inflamado de saudades.
Quantas vezes sonhei tão docemente
Aquecido contra o seu peito!
Como luzia acolhedor o fogo na lareira
Quando ela estava nos meus braços.
Aqui, onde o brilho sombrio das chamas
Ai, apenas se reflecte nas armas
Aqui o coração sente-se completamente só,
E correm lágrimas de tristeza.
Não deixes, coração, que a esperança te abandone,
Há ainda batalhas à tua espera.
Em breve descansarei e dormirei serenamente,
Minha bem amada – boa-noite!
Saudades da PrimaveraBrisas sussurrantes soprando tão suaves,
Perfumes das flores respirando felizes!
Como me saudais deliciosamente!
Que fizeste ao meu coração palpitante?
Ele gostaria de seguir-vos no curso etéreo,
Para onde? Para onde?
Pequenos regatos, murmurando tão alegres,
Correm, prateados, para o vale.
A onda hesitante precipita-se
Reflectindo os campos e o céu.
Porque me arrastais, sentidos ansiosos,
Para baixo? Para baixo?
Oiro iridiscente do sol nascente,
Anuncias magnífico delícias e esperança,
Como me refresca a tua abençoada imagem!
Sorri tão ameno no céu azul profundo
E encheu-me os olhos de lágrimas,
Porque, porquê?
As florestas e colinas tornam-se verdejantes.
Os botões florescem resplandecentes.
Tudo aspira à luminosidade nupcial;
As sementes incham os rebentos brotam;
Encontraram o que lhes fazia falta:
E tu? E tu?
Ansiedade constante! Coração saudoso,
Sempre apenas lágrimas, queixumes e dor?
Também eu conheço o impulso crescente!
Quem apagará finalmente o meu desejo ardente?
Só tu libertas a Primavera no coração,
Só tu! Só tu!
SerenataAs minhas canções imploram-te suavemente
Através da noite;
Vem ter comigo, querida, lá em baixo,
Ao bosque tranquilo.
Os cimos esguios das árvores sussurram
Ao luar,
Da escuta hostil do traidor
Não tenhas receio.
Ouves os rouxinóis cantar?
Ah! Eles suplicam-te
Com os sons das suas doces queixas,
Pedem-te por mim.
Eles entendem o coração ansioso,
Conhecem a dor de amar,
Agitam com o seu canto prateado
Os corações ternos.
Deixa comover também o teu coração,
Querida, escuta-me,
Trémulo, espero por ti!
Vem, e enche-me de felicidade!
ParagemRio sussurrante, floresta que ruge,
Rochedo imóvel onde parei,
Tal como a onda se encadeia na onda,
Assim me correm as lágrimas eternamente renovadas.
No cimo das árvores ondulam as folhas,
Tal como o meu coração bate sem parar,
E como o minério primitivo da rocha,
Assim a minha dor permanece sempre igual.
Ao longeAi do fugitivo, pelo mundo fora!
Percorrendo o desconhecido, esquecendo a pátria,
Odiando o lar, abandonando os amigos,
Sem nenhuma bênção que o acompanhe.
Coração nostálgico, olhos cheios de lágrimas,
Saudades sem fim, recordando a casa!
Peito arquejante, queixas ressoando,
Estrela da tarde cintilante, afundando-se sem esperança.
Brisas murmurantes, ondas suaves circulando,
Raios de sol apressados, que nunca param,
Aquela que me despedaçou o coração fiel
Saudai-a por mim, ó fugitivo pelo mundo fora!
DespedidaAdeus, cidade alegre, jovial, adeus!
O meu corcel bate com as patas, impaciente;
Recebe pois o meu último, o meu adeus de despedida!
Nunca me viras antes triste alguma vez,
E isso também não vai acontecer agora à despedida.
Adeus árvores, jardins tão verdejantes, adeus!
Agora cavalgo ao longo do rio prateado,
Despertando ecos ao longe soa o meu canto de despedida;
Nunca me escutaram uma canção triste,
E não vos vou também presentear com uma à despedida.
Adeus, raparigas afáveis, adeus!
Porque espreitais das vossas casas perfumadas
Com olhos travessos e furtivos?
Como sempre vos saúdo e olho em torno,
Mas nunca voltarei o meu corcel para trás.
Adeus, sol adorado, vais agora descansar, adeus!
Agora reluz o ouro das estrelas cintilantes.
Como gosto de vós, estrelinhas no firmamento;
Se percorremos o mundo para cá e para lá,
Vós por toda a parte nos acompanhais fielmente.
Adeus, pequena janela iluminada, adeus!
Brilhas tão familiar ao clarão do crepúsculo,
E convida-nos tão amistosa para a cabana.
Ai, tantas vezes que passei por ti a cavalo,
E que veja hoje então pela última vez.
Adeus, estrelas, cobri-vos de nuvens cinzentas! Adeus!
A luz da janela baça, esmorecida,
Não me podeis vós, estrelas sem fim, substituir
Se não posso aqui ficar, se devo passar em frente
Que me importa que me acompanheis tão fielmente!
Tradução de MARIA FERNANDA CIDRAIS