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Letras de Canções Logo Antena 2 - RTP

Un visage à mon oreille / Um rosto junto do meu ouvido

Maurice Jaubert

Un visage à mon oreille / Um rosto junto do meu ouvido

Un visage à mon oreille / Um rosto junto do meu ouvido

Letra Original:

Un visage à mon oreille

Un visage à mon oreille, un visage de miroir,
vient s’appuyer dans le noir.
Beau visage reste, veille,
Reste et ne t’alarme pas,
C’est un homme et son sommeil
Qui sont là, proche de toi.
Fais qu’ils pénètrent tous deux
Dans les bois de mille lieues
Aux feuilles toutes baissées
Comme paupières fermées,
Territoire où les oiseaux chantent
Sous leurs ailes closes
Et se réveillent à l’aube
Pour se taire et regarder.
Dors, j’écoute et je regarde
Si la terre est toujours là!
Si les arbres sont les arbres
Si les routes obéissent
Et si l’étoile novice que tu découvris hier
Brille encore dans le ciel lisse
Et s’approche de notre air.
Dors tandis que les maisons
Dans leur force et leurs étages,
Lasses de passer les âges
Disparaissent un instant.
Est-ce bien toi que j’entends
À travers ce grand sommeil
Chaîne de montagnes qui me sépare de toi?
Suis-je sur la vieille terre
Où les distances ressemblent
À ces lignes de nos mains,
Nul ne sait qui les assemble?
Sur chaque herbe et chaque tige,
Sur les plus fuyants poissons,
Je veille et te les préserve
Je les sauve pour demain
Et tu trouvera aussi pour te déceler le monde
Les insectes, la couleur des yeux et le son des heures.
Vienne le sommeil te prendre,
Déjà ton lit se souvient d’avoir été un berceau.
Que tes mains s’ouvrent et laissent s’échapper force et faiblesse.
Que ton coeur et ton cerveau tirent enfin les rideaux,
Que ton sang s’apaise ainsi
Pour favoriser la nuit.

Tradução para Português:

Um rosto junto do meu ouvido

Um rosto junto do meu ouvido, um rosto de espelho,
Vem apoiar-se na escuridão.
Belo rosto descansa, vela,
Descansa e não te alarmes,
É um homem e o seu sono
Que estão ali, perto de ti.
Faz com que penetrem ambos
Nos bosques de mil léguas,
De folhas baixadas
Como pálpebras cerradas,
Território onde as aves cantam
De asas fechadas
E despertam à aurora
Para se calarem e contemplarem.
Dorme, eu escuto e eu olho
Se a terra está sempre aí!
Se as árvores são as árvores,
Se os caminhos obedecem
E se a estrela noviça que tu descobriste ontem
Brilha ainda no céu liso
E se aproxima do nosso ar.
Dorme enquanto as casas
Na sua força e nos seus andares
Cansadas de passar os tempos
Desaparecem num momento.
És realmente tu que eu oiço
Através deste grande sono,
Cadeia branca de montanhas que me separa de ti?
Estou eu sobre a velha terra
Onde as distâncias se assemelham
A estas linhas das nossas mãos,
Sem saber quem as une?
Sobre cada erva e cada caule,
Sobre os mais fugitivos peixes,
Eu velo e tos preservo
Eu os poupo para amanhã,
E tu encontrarás também para te revelar o mundo
Os insectos, a cor dos olhos e o som das horas.
E se o sono te tomar,
Já o teu leito se recorda de ter sido um berço.
Que as tuas mãos se abram e deixem
Escapar força e fraqueza.
Que o teu coração e o teu cérebro tirem enfim as cortinas,
Que o teu sangue se apazigue assim
Para favorecer a noite.


Tradução do original: RDP – Maria de Nazaré Fonseca

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